sexta-feira, 24 de abril de 2009

(nem preciso ser a unica

Tem gente

Tem gente que escolhe o amor como quem escolhe um carro. Avalia ano, marca e modelo, o estado da lataria, a performance e, principalmente, o valor de mercado. Não se importa de gastar uma nota preta com isso, investe em seguro total e não economiza na manutenção. Volta e meia troca de amor por um mais novo, mais bonito, mais possante ou, melhor ainda, acumula. Detesta perder o que é seu e pensa que sempre cabe mais um na garagem: ter é poder. O mundo é dos ambiciosos e o fundamental é estar bem na fita, desfilar seu sucesso, mostrar a todos que é um vencedor. Mais cedo ou mais tarde, infelizmente, nosso campeão vai cair do cavalo. Vai ficar obsoleto ou, antes disso, vai sofrer um acidente de percurso e sua sucata vai terminar no ferro-velho, como todas as outras.
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Tem gente que escolhe o amor como quem escolhe um móvel. Avalia funcionalidade, durabilidade, beleza também, é claro. Mas o que importa mesmo é o conforto, aquela sensação familiar, de pertencimento. Com o tempo esse amor vai se desgastando, desbota, ganha marcas de uso, manchas, arranhões. No entanto pode se recuperar lindamente se ganhar uma demão de verniz de quando em quando, um novo estofamento, um reforcinho básico na estrutura. Agora, um móvel também pode às vezes perder sua função, mesmo após muitos anos de utilíssimos serviços. É uma pena mas acontece nas melhores famílias. Nesse caso, antes de abandoná-lo às traças, mais vale mandar para um brechó e livrar o espaço. Sempre haverá algum canto vazio no mundo onde ele caiba à perfeição e tenha melhor serventia.
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Tem gente que escolhe o amor como quem escolhe um sonho. Sabe que não escolhe, que avaliações são inúteis aqui. Reluta e se angustia pelo imponderável da situação ou simplesmente entrega e se deixa levar. Aproveita o que tem de bom, sofre o que tem que sofrer vive a estranheza e o maravilhamento. Não tenta controlar, nem adianta. Percebe a liberdade absoluta que há no meio desse caos. Aceita o fato de que não há garantia de espécie alguma. Pra não se apavorar, é sempre bom lembrar que está sonhando. E, pra não se apegar, é bom saber que um dia acaba, por muito que dure. Antes de acordar sozinho, não custa nada agradecer essa estadia, ainda que breve, num lugar onde se voa.
By
Christiana Nóvoa

Discurso Sagrado de Hermes-

Discurso Sagrado de Hermes- -
Corpus Hermeticum
por Hermes Trimegistos 100/300DC

Discurso Sagrado de Hermes

Glória das coisas e Deus e o divino, e a natureza divina. Princípio dos seres 'Deus- e o intelecto e a natureza e a matéria, portanto ele é a sabedoria para a revelação das coisas. Princípio é o divino e ele é natureza, energia, necessidade,fim , renovação.

Ora, existe uma obscuridade sem fim no abismo e água e um sopro inteligente e sutil, tudo isto existente no caos pela potência divina . Então surge uma luz santa, e se destacando da substância úmida, os elementos se condensam e os deuses separam os seres da natureza germinal.

Com efeito, quando as coisas estavam indefinidas e não formadas, os elementos leves separaram-se dos outros dirigindo-se para o alto e os elementos pesados repousaram sobre a areia úmida, todo o universo foi dividido em partes pela ação do fogo e mantido suspenso de forma a ser veiculado pelo sopro. E viu-se aparecer o céu em sete círculos e os deuses apareceram sob forma de astros com todas suas constelações e a natureza do alto foi ajustada segundo suas articulações com os deuses que continha em sí. E o círculo envolvente movimenta-se circularmente no ar, veiculado no seu curso circular pelo sopro divino.
Discurso Sagrado de Hermes - Parte II +
E cada deus , pelo se próprio poder, produziu o que lhe foi designado e assim nasceram os animais quadrúpedes e os que se arrastam, e os que vivem na água e aqueles que voam, toda semente germinal e a erva, e o tenro oscilar de toda flor possuem em sí a semente da reprodução. E os deuses produziram as sementes da geração dos homens- para conhecer as obras divinas e prestar um testemunho ativo à natureza, para aumentar o número dos homens, para dominar o que existe sob o céu e reconhecer as coisas boas, para crescer em crescimento e multiplicar em multitude, crescer em crescimento, e toda alma na carne, pelo curso dos deuses cíclicos semeados, para contemplação do céu e do curso dos deuses celestes e das obras divinas e da atividade da natureza, para o conhecimento da potência divina, conhecer as partes respectivas das coisas boas e más e descobrir toda a arte de fabricar coisas boas.

Desde então começou para eles a condução da vida humana e o adquirir a sabedoria segundo a sorte que lhe determina o curso dos deuses cíclicos e de se dissolver naquilo que restará deles , depois de ter deixado na terra grandes monumentos de suas indústrias. Todo nascimento de carne animada ou da semente dos frutos e de obra da indústria o que tiver sido diminuido será renovado, pela necessidade e pela renovação dos deuses e pelo curso do círculo da natureza que regula o número.

Pois o número é a inteira combinação cósmica renovada pela natureza: pois é no divino que a natureza tem seu lugar.
Talvez Inês tivesse sido apenas, e simplesmente, uma mulher como outra qualquer sem nada de particular, uma mulher que tivesse desejado viver o seu amor humano,

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Sou uma apaixonada pela bela história de amor - de Pedro e Inês.
A bonita história de Amor á portuguesa. Referio Camões e eu tragolhe aqui Bocage, o grande poeta, que eu também adoro.


A lamentável catástrofe de D. Inês de Castro
Da triste, bela Inês, inda os clamores
Andas, Eco chorosa, repetindo;
Inda aos piedosos Céus andas pedindo
Justiça contra os ímpios matadores;

Ouvem-se inda na Fonte dos Amores
De quando em quando as náiades carpindo;
E o Mondego, no caso reflectindo,
Rompe irado a barreira, alaga as flores:

Inda altos hinos o universo entoa
A Pedro, que da morte formosura
Convosco, Amores, ao sepulcro voa:

Milagre da beleza e da ternura!
Abre, desce, olha, geme, abraça e c'roa
A malfadada Inês na sepultura.
======================Trovas que Garcia de Resende fez à morte de D. Inês de Castro, que el-rei D. Afonso, o Quarto, de Portugal, matou em Coimbra por o príncipe D. Pedro, seu filho, a ter como mulher, e, polo bem que lhe queria, nam queria casar. Enderençadas às damas.

Senhoras, s'algum senhor
vos quiser bem ou servir,
quem tomar tal servidor,
eu lhe quero descobrir
o galardam do amor.
Por Sua Mercê saber
o que deve de fazer
vej'o que fez esta dama,
que de si vos dará fama,
s'estas trovas quereis ler.


Fala D. Inês


Qual será o coraçam
tam cru e sem piadade,
que lhe nam cause paixam
úa tam gram crueldade
e morte tam sem rezam?
Triste de mim, inocente,
que, por ter muito fervente
lealdade, fé, amor
ó príncepe, meu senhor,
me mataram cruamente!


A minha desaventura
nam contente d'acabar-me,
por me dar maior tristura
me foi pôr em tant'altura,
para d'alto derribar-me;
que, se me matara alguém,
antes de ter tanto bem,
em tais chamas nam ardera,
pai, filhos nam conhecera,
nem me chorara ninguém.


Eu era moça, menina,
per nome Dona Inês
de Castro, e de tal doutrina
e vertudes, qu'era dina
de meu mal ser ó revés.
Vivia sem me lembrar
que paixam podia dar
nem dá-la ninguém a mim:
foi-m'o príncepe olhar,
por seu nojo e minha fim.


Começou-m'a desejar,
trabalhou por me servir;
Fortuna foi ordenar
dous corações conformar
a úa vontade vir.
Conheceu-me, conheci-o,
quis-me bem e eu a ele,
perdeu-me, também perdi-o;
nunca té morte foi frio
o bem que, triste, pus nele.


Dei-lhe minha liberdade,
nam senti perda de fama;
pus nele minha verdade
quis fazer sua vontade,
sendo mui fremosa dama.
Por m'estas obras pagar
nunca jamais quis casar;
polo qual aconselhado
foi el-rei qu'era forçado,
polo seu, de me matar.


Estava mui acatada,
como princesa servida,
em meus paços mui honrada,
de tudo mui abastada,
de meu senhor mui querida.
Estando mui de vagar,
bem fora de tal cuidar,
em Coimbra, d'assessego,
polos campos de Mondego
cavaleiros vi somar.


Como as cousas qu'ham de ser
logo dam no coraçam,
comecei entrestecer
e comigo só dizer:
"Estes homens donde iram?
E tanto que que preguntei,
soube logo qu'era el-rei.
Quando o vi tam apressado
meu coraçam trespassado
foi, que nunca mais falei.


E quando vi que decia,
saí à porta da sala,
devinhando o que queria;
com gram choro e cortesia
lhe fiz úa triste fala.
Meus filhos pus de redor
de mim com gram homildade;
mui cortada de temor
lhe disse: -"Havei, senhor,
desta triste piadade!"


"Nam possa mais a paixam
que o que deveis fazer;
metei nisso bem a mam,
qu'é de fraco coraçam
sem porquê matar molher;
quanto mais a mim, que dam
culpa nam sendo rezam,
por ser mãi dos inocentes
qu'ante vós estam presentes,
os quais vossos netos sam.


"E que tem tam pouca idade
que, se não forem criados
de mim só, com saudade
e sua gram orfindade
morrerám desemparados.
Olhe bem quanta crueza
fará nisto Voss'Alteza:
e também, senhor, olhai,
pois do príncepe sois pai,
nam lhe deis tanta tristeza.


"Lembre-vos o grand'amor
que me vosso filho tem,
e que sentirá gram dor
morrer-lhe tal servidor,
por lhe querer grande bem.
Que, s'algum erro fizera,
fora bem que padecera
e qu'este filhos ficaram
órfãos tristes e buscaram
quem deles paixam houvera;


"Mas, pois eu nunca errei
e sempre mereci mais,
deveis, poderoso rei,
nam quebrantar vossa lei,
que, se moiro, quebrantais.
Usai mais de piadade
que de rigor nem vontade,
havei dó, senhor, de mim
nam me deis tam triste fim,
pois que nunca fiz maldade!"


El-rei, vendo como estava,
houve de mim compaixam
e viu o que nam oulhava:
qu'eu a ele nam errava
nem fizera traiçam.
E vendo quam de verdade
tive amor e lealdade
ó príncepe, cuja sam,
pôde mais a piadade
que a determinaçam;


Que, se m'ele defendera
ca seu filho não amasse,
e lh'eu nam obedecera,
entam com rezam podera
dar m'a morte qu'ordenasse;
mas vendo que nenhú'hora,
dês que naci até'gora,
nunca nisso me falou,
quando se disto lembro

a história de amor entre d. Pedro e Inês de Castro



Inês, tornou-se um mito e se habita o nosso imaginário é porque, vítima da perseguição levada até à loucura do assassinato – quem de morte a sentenciou – lhe abriu as portas da história e a fez perdurar na memória dos tempos que de outra forma a teriam talvez, esquecido.







Camões imortalizou a história de amor entre d. Pedro e Inês de Castro, rainha depois de morta (´Os lusíadas´, canto III, estrofes 118-135, de 1572
Antes de executada, Inês (registrou Camões) chegou a pedir ao rei para, em vez da sentença de morte, desterrá-la e colocá-la entre leões e tigres, onde, certamente encontrando a piedade não achada entre os homens, poderia criar os filhos, recordações do pai e consolação da mãe.
O Amor, áspero e tirano, não mitiga sua sede com lágrimas tristes e exige o sangue humano. Inês, só por ter sujeito o coração a quem soube vencê-la, foi tirada do mundo para matar o fogo aceso do firme amor de d. Pedro.
Amor é fogo e arde, embora não se possa vê-lo. Amor é nunca contentar-se de contente. Amor é querer estar preso por vontade.


Inês, tornou-se um mito e se habita o nosso imaginário é porque, vítima da perseguição levada até à loucura do assassinato – quem de morte a sentenciou – lhe abriu as portas da história e a fez perdurar na memória dos tempos que de outra forma a teriam talvez, esquecido.

Inês de Castro-A paixão fatal d’el-Rei D. Pedro: 1325? - 1355

A paixão fatal d’el-Rei D. Pedro: 1325? - 1355

jovem veio para Portugal em 1340, integrada no séquito da princesa D. Constança Manuel, filha de D. João Manuel, respeitável opositor do então Rei de Castela, D. Afonso XI, aquando da celebração do casamento de D. Constança com D. Pedro, filho de D. Afonso IV, Rei de Portugal. O casamento, de conveniência, objectivava acalmar a exaltação dos monarcas, D. Afonso IV e D. Afonso XI, reis em permanente conflito, em estado de guerrilha mútua.

D. Pedro, homem de natureza impetuosa e independente, apaixonou-se pela bela Inês, apelidada pelos poetas de "colo de garça". Ela passou a ser a alma gémea que o levou a desprezar as convenções cortesãs e a desafiar frontalmente tudo e todos. E, após a morte de D. Constança por ocasião do parto de seu filho D. Fernando, futuro sucessor de D. Pedro no trono de Portugal, o Infante assumiu, às claras, a ligação existente, indo mesmo viver com ela no Paço da Rainha, em Santa Clara, Coimbra. Nem a tentativa de D. Afonso IV em fazer abortar a ligação, exilando Inês de Castro no castelo de Albuquerque à vista de Ouguela na estremadura espanhola, dera resultado, tal como não colhera melhor sorte o exílio na Serra de El-Rei, Moledo, Canidelo (próximo de Gaia).

A Corte que permanecia, frequentemente, na cidade do Mondego, não via com agrado as relações entre os dois amorosos. Considerava a ousadia uma afronta. Entendia-se que a ligação era indecorosa pelos problemas morais e religiosos que levantava, bem como do perigo que trazia para o reino em virtude da influência da família dos Castros, que se insinuava junto do Infante. As intrigas do Rei apressavam o monarca a agir. Desta forma, a teia à volta de Inês avolumava-se, apesar de ela viver, despreocupadamente, o seu idílio com Pedro nas bucólicas margens do Mondego.

As peças do complicado xadrez iam-se ajustando para o desenlace final. D. Afonso IV compreendia as razões que o impeliam a tomar uma decisão, mas hesitava. Contudo, chegou a hora do veredicto. Reuniu o seu Conselho em Montemor-o-Velho para analisar a atitude a tomar. Entre os conselheiros contavam-se Diogo Lopes Pacheco, Álvaro Gonçalves e Pero Coelho. A reunião constituiu, na prática, um julgamento, em que o acusado não esteve presente. El-Rei decidiu pela execução de Inês. E, na fria manhã de 7 de Janeiro de 1355, quando a neblina do rio ainda não se havia dissipado, o executor régio, aproveitando a ausência do Infante para as suas habituais caçadas, penetrou no passo e ali decapitou "aquela que depois de morta foi rainha".

D. Pedro, ao receber a notícia ficou irado. Quando ascendeu ao trono, com a idade de 37 anos, passados dois sobre a trágica morte, pensou que chegara a hora do ajuste de contas.
Saciada a sede de vingança, D. Pedro ordenou a transladação do corpo de Inês desde a campa modesta em Coimbra, para um túmulo delicadamente lavrado que mandou colocar no Mosteiro de Alcobaça. O féretro teve honras de algo diferente e majestoso. O caixão saído de Santa Clara, trazido por cavaleiros, foi acompanhado por fidalgos e muita população, clero e donzelas. Ao longo do trajecto homens empenhavam círios que estavam dispostos de tal maneira que sempre o corpo de Inês caminhou por entre círios acesos. No mosteiro celebraram-se muitas missas e outras cerimónias e com grande solenidade o caixão foi depositado no monumento tumular.

Posteriormente, D. Pedro mandou executar outra arca tumular, semelhante em arte ao da sua amada, colocando-a ao lado e nela quis ficar sepultado. E, até aos dias de hoje, os dois eternos namorados repousam juntos, separados pela pedra mas unidos pelo amor que não tem fim.

Procurando dignificar o nome da sua amada, D. Pedro, declarou, apresentando testemunhas (D. Gil, bispo da Guarda, e Estevão Lobato, seu criado), que sete anos antes casara com ela em Bragança. A afirmação pública foi proferida em Cantanhede a 12 de Junho de 1360, quando se encontrava naquela povoação.

Inês de Castro imortalizada em poemas de espectacular beleza e sensualidade, revivida em numerosos escritores de diversas línguas, enaltecida em composições musicais de rara sonoridade, recriada por pintores, escultores de todo o mundo, continua pródiga em alimentar homens e mulheres das ciências, das letras e das artes. Uma dama que ultrapassou as fronteiras físicas e culturais, que projectou Coimbra, dimensionando o mito criado à volta da sua história, envolvendo a própria cidade, permanece uma aura lendária transportada a outras idades e lugares.

(Mário Nunes, "Nos Caminhos do Património II", 1995, ps. 126/128)


Pela morte de Inês teriam criado a Fonte dos Amores da Quinta das Lágrimas, e algumas algas avermelhadas que ali crescem seriam o seu sangue derramado) sabemos que o desejo recôndito de quem ama é ver a amada no trono.

A Tabua Da Esperanca

Ele é verdadeiro, sem mentira, certo e muito verídico.


O que está em baixo é como o que está no alto; e o que está no alto é como o que está em baixo, para que se façam os milagres de uma só coisa.


E como todas as coisas foram, e provieram de um, pela mediação de um, assim todas as coisas nasceram dessa coisa única, por adaptação.


O Sol é seu pai, a Lua sua mãe, o vento a carregou em seu ventre; a terra é sua ama-de-leite.


O pai de todo o telesme de todo o mundo está aqui. Sua força ou potência é inteira,


Se é convertida em terra.


Separarás a terra do fogo, o sutil do denso, suavemente, com grande engenhosidade.


Ele sobe da terra para o céu e mais uma vez desce à terra, e recebe a força das coisas superiores e inferiores. Terás por esse meio a glória de todo o mundo; e para isso toda obscuridade fugirá de ti.


É a força potente com toda força; pois vencerá toda coisa sutil e penetrará toda coisa sólida.


Assim foi o mundo criado.


Deste serão e sairão admiráveis adaptações, cujo meio está aqui.


Por isso fui chamado de Hermes Trimegisto, , possuidor das três partes da filosofia de todo o mundo. O que eu disse da operação do Sol está realizado e perfeitamente cumprido.



A paternidade deste texto é atribuída a Apolônio de Tiana, filósofo e taumaturgo do primeiro século. Como mostrou Julius Ruska, foi pela tradução árabe feita por Sâgiyûs, sacerdote cristão de Nâbulus, que ele veio até nós. Ele consta no Kitab Sirr Al-Haliqa (O Livro do Segredo da Criação) de Balînûs (tradução árabe do nome Apolônio de Tiana).



Neste livro, Apolônio de Tiana conta como descobriu o túmulo de Hermes. Diz ter encontrado nesse sepulcro um velho, sentado num trono, com uma tabuleta de esmeralda em que constava o texto da famosa Tábua de Esmeralda. Diante dele havia um livro que explicava os segredos da criação dos seres e a ciência das causas de todas as coisas. Esse relato teria eco mais tarde em Fama Fraternitatis.







(Egito e Tradição Primordial – Rosa + Cruz História e Mistérios, Christian Rebisse

A Tábua de Esmeralda,


A Tábua de Esmeralda,
Texto seminal da alquimia islâmica e ocidental apareceu primeiramente nos seguintes textos: Kitab Sirr al-Khaliqa wa Sanat al-Tabia (c. 650 d.C.), Kitab Sirr al-Asar (c. 800 d.C.), Kitab Ustuqus al-Uss al-Thani (século XII), e Secretum Secretorum (c. 1140).

A famosa Tábua de Esmeralda sempre foi utilizada como ponto de partida para os estudiosos da alma humana.
Segundo dizem, neste pequeno texto, originariamente gravado em uma esmeralda, estão encerrados os mais secretos segredos da vida. Alquimistas, filósofos, magos, cabalistas, basearam suas pesquisas neste fragmento de sabedoria atribuído a um sábio egípcio chamado Hermes Trimegisto. Daí o motivo do nome hermetismo para generalizar as diversas correntes ocultistas ao longo do tempo. A Tábua de Esmeralda foi um manuscrito muito difundido na Europa, no final da Idade Média, que logo se tornou programa e método dos alquimistas. Encerrava "o Segredo da Criação dos Seres e a Ciência das Causas de todas as Coisas".

Texto danado de obscuro condensava uma sabedoria sagrada somente revelada aos grandes iniciados e seu trecho mais conhecido afirmava o que veio a ser o princípio fundamental da Alquimia: "o que está em cima é como o que está embaixo". Baseados nesta revelação, os alquimistas faziam em seu laboratório experiências de transmutação de metais ordinários em ouro para tentar desvendar o processo que poderia levar o homem comum, o "vil metal", a se transformar no mais puro deles.
O resultado desta opera magna seria a Pedra Filosofal, a matéria pura primordial, o "ouro filosófico" e princípio analógico da essência divina, pois se "o que está em cima é como o que está em baixo", o que o céu guarda a terra também possui.
Os homens já se preocuparam com essas coisas.
A Tábua de Esmeralda era atribuída ao egípcio Hermes Trismegisto –
O três vezes grande, o três vezes sábio, o três vezes mago - e a palavra "hermético"
Começou a ser usada para se referir a ele.
O texto teria sido gravado pelo próprio deus numa grande esmeralda e só muito mais tarde transcrito num papiro e traduzido para o latim, para a divulgação na Europa.
A esmeralda era uma pedra sagrada.
Utilizada para a regeneração e a preservação, conferia poderes mágicos e diz a tradição que o próprio Graal foi esculpido numa esmeralda.
Como era atribuída a Hermes, o mensageiro dos deuses, participava dos dois mundos, o humano e o divino, e sempre foi considerada um poderoso talismã. Pedra da cura e da clarividência, seu portador adquiria domínio sobre o Bem e o Mal e não é de admirar que fosse uma das pedras reservada aos Papas, simbolizando a Esperança.
As três virtudes teologias são
Fé, Esperança e Caridade, pilares do Cristianismo.
Mas há um dito gnóstico afirmando que a Fé está morta, a Caridade em extinção e só nos resta a Esperança.
Que a Caridade não está bem das pernas, basta olhar em torno para concordar. A Fé resistiu um pouco mais. Fé é uma certeza que tem por base a autoridade de uma revelação recebida por alguém. É um postulado metafísico. Se esta proposição ou este alguém comportam uma falha, a Fé desmorona. Em tempos que se especializam em derrubar metafísicas e profetas, não é de admirar que a Fé tenha morrido.
Já a Esperança está além de toda certeza racional, porque persiste mesmo depois de esgotados os argumentos.
É mais do que uma espera teimosa, como seu nome sugere, é confiança no milagre. É a mais ingênua das virtudes porque nenhuma filosofia a sustenta: é apenas ato de amor. A única que nos resta porque é "a última que morre".
Entre a Tábua de Esmeralda e a tábua do Ben Affleck, a humanidade percorreu longo caminho mas talvez continue a mesma: ainda não descobriu sua "pedra filosofal".
No entanto, as pessoas amam e só o amor as salvará.

Apesar de algumas dádivas equivocadas, já que as oferendas ao amor podem variar do Taj Mahal a uma tábua de privada, sinal dos tempos.
Mas para qualquer amante a amada é uma rainha e, desde Inês de Castro,( Segundo a lenda, as lágrimas derramadas no rio Mondego pela morte de Inês teriam criado a Fonte dos Amores da Quinta das Lágrimas, e algumas algas avermelhadas que ali crescem seriam o seu sangue derramado) sabemos que o desejo recôndito de quem ama é ver a amada no trono.

Fonte dos Amores da Quinta das Lágrimas


Quinta das Lágrimas
A Fonte dos Amores, em Coimbra

“Coimbra do Choupal
Ainda és capital
Do amor em Portugal,
Ainda...
Coimbra, onde uma vez,
Com lágrimas se fez
A história dessa Inês
Tão linda!”


A história da Quinta das Lágrimas é feita das memórias de personagens ilustres como o Rei Dom Miguel ou o Duque de Wellington, que ao longo dos tempos aqui foram recebidas, pelo que conversão do Palácio num hotel de charme, foi quase natural. Hoje, a Quinta oferece 3 ambientes distintos. No Palácio, o romantismo do passado oferece uma estadia na
história.
Na ala do Jardim, irrompe a frescura do sereno Jardim Botânico com vista para o cenário dos amores de Pedro e Inês. No Spa os quartos são contemporâneos e oferecem magnifícas vistas sobre Coimbra. Tudo isto num cenário que conta a história de uma família que hoje, como no passado, recebe hóspedes nesta casa feliz com lágrimas.

1320: Em Coimbra, a 8 de Abril, nasce o príncipe D. Pedro, filho de D. Afonso IV, rei de Portugal. - 1340: D. Afonso IV participa na batalha do Salado ao lado de Afonso XI de Castela, é a vitória decisiva da cristandade sobre a moirama da Península Ibérica. Inês de Castro, dama galega, vem para Portugal no séquito de D. Constança, noiva castelhana de D. Pedro; paixão adúltera e fulminante de Pedro por Inês. - 1345: Nasce D. Fernando, filho de D. Constança e de D. Pedro. - 1349 ?: Morte de D. Constança. - 1354: Influenciado pelos Castro (irmãos de Inês), D. Pedro mostra-se disposto a intervir nas lutas dinásticas castelhanas. - 1355: A 7 de Janeiro, com o consentimento d’el-Rei D. Afonso IV, nos paços de Santa Clara (Coimbra) Diogo Lopes Pacheco, Pedro Coelho e Álvaro Gonçalves degolam Inês de Castro; revolta de D. Pedro contra o pai. - 1357: Morte de D. Afonso IV; D. Pedro sobe ao trono e manda executar os assassinos de Inês de Castro. - 1361: Do Mosteiro de Santa Clara (Coimbra) para o Mosteiro de Alcobaça, D. Pedro I manda trasladar os restos mortais de Inês de Castro. - 1367: A 18 de Janeiro morre D. Pedro I, em Estremoz.

No Princípio, Agora e Sempre

No Princípio, Agora e Sempre

By Maria Helena Nóvoaon

Existe um livro que é um milagre no campo da comunicação universal: um manuscrito misterioso já traduzido em 1435 línguas e dialetos, lido por centenas de milhões de pessoas há milênios, que inspirou a criação de três grandes religiões, provocou guerras, uniu nações e, ainda hoje, no mercado editorial do mundo, vende mais do que Paulo Coelho.
Mito fundador da maior cultura do planeta, a judaico-cristã, a autoria das cinco primeiras partes deste best-seller, o Pentateuco – a Torah – é atribuída a Moisés.
A palavra que inaugura o Antigo Testamento é Bereshit e ela só aparece neste texto. É um “hapax”, palavra sagrada usada “apenas uma vez”. Bereshit significa “no princípio”.
As palavras “princípio”, “principal” e até “príncipe”, têm uma raiz comum e remetem ao primeiro momento ou à causa primeira. Embutido em Bereshit, a primeira palavra, já aparece o mistério do número 1.
A tentativa de entender o Um endoidou muitas cabeças confiáveis: o Um é uma abstração, impossibilitada de se manifestar, a manifestação exige pelo menos a bi-dimensionalidade, por isso o Um é sempre atribuído ao divino, não ao humano. E, como o Um é único, o dois não é a sua soma, é a sua metade, o três a sua terça parte e todos os números são frações originadas do Um imaginário – partes do Todo.
Qualquer ordem iniciática tem como finalidade levar o homem fracionado de volta à sua origem divina: emanado do Um, ele deverá um dia voltar ao Um. Este processo de individuação, de reconstrução do indiviso – o ser único, não dividido – aproxima o homem cada vez mais da sua essência, a verdadeira natureza do seu ser. Para isto ele nasce.
Qualquer tentativa de deduzir o ser através de ações inerentes ao próprio existir pode até gerar boas “sacadas” literárias mas não diz nada. Penso, logo existo é afirmação tão inócua quanto como cenouras, logo existo. Já a revelação de Deus a Moisés no alto da montanha até hoje provoca assombro porque não veio acompanhada de nenhum atributo: Eu Sou quem Sou. Ponto final. E a palavra terrível da única revelação que Deus fez de Si mesmo não é o “eu”, é o “sou”. O Um não tem “ego” nem “persona” – nós, coitadinhos, é que temos – o Um só tem a Si mesmo. O Um é.
Estamos todos muito longe de ser Um. Somos frações ambulantes que se agrupam em torno de algumas características que imaginamos importantes e acreditamos que nos descrevem. Assim, formamos nosso grupo religioso, político ou afetivo, nos organizamos em condomínios, corporações de ofício ou nações e até nos propomos a fazer um ou outro sacrifício pessoal para a sobrevivência do nosso grupo ou da nossa ideologia. E cada vez mais alimentamos este grande monstro chamado “coletivo”. O coletivo nos convida a fazer parte dele com aquilo que só podemos reunir e coerir quando o chamamos de “eu” – o resto está disperso. E sabemos que o “eu” não é o Um.
Ninguém é negro, gay, muçulmano ou diabético. Enquanto acreditarmos numa fraternidade de partes e não de totalidades, seremos “estrangeiros” sobre a terra e dentro de nós mesmos, porque o nosso igual não existe.
O processo iniciático, ao contrário, sugere a libertação do coletivo anônimo e amorfo: viver no mundo sem ser por ele submetido, estar ao mesmo tempo nele e fora dele, dissolvendo os “egos” e as “máscaras” em que o Um se dividiu. Quanto mais o homem se divide, mais se torna inimigo dos outros homens – o que todos compartilhamos é a Unidade inaugural. E quando se chega ao Si mesmo, o resto não é o resto porque não há mais resto.
Cumprimos a jornada circular e voltamos a onde sempre estivemos. Bereshit.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Clara Nunes em “Guerreira

“Quando eu canto/Estou sentindo a luz de um santo/Estou ajoelhando aos pés de Deus”; “O meu canto é uma missão/Tem força de oração /E eu cumpro meu dever”. Mas o canto tem também um significado político: “Canto para denunciar o açoite/Canto também contra a tirania/ Canto porque numa melodia/Acendo no coração do povo/A esperança de um mundo novo/E a luta para se viver em paz
Canto de fé - Clara Nunes
Clara Nunes cumpriu sua missão cantando um Brasil popular, mestiço e negro




Silvia Brügger

Se vocês querem saber quem eu sou
Eu sou a tal mineira
Filha de Angola, de Keto e Nagô
Não sou de brincadeira
Canto pelos sete cantos
Não temo quebrantos
Porque eu sou guerreira

Assim se apresenta Clara Nunes em “Guerreira”, música composta especialmente para ela por João Nogueira e Paulo César Pinheiro em 1978. Os versos resumem a imagem pública da cantora, uma das maiores intérpretes da música brasileira, falecida em 1983.

Mas até assumir essa identidade ela trilhou um caminho de transformações pessoais e profissionais. Clara Francisca nasceu em 1942, em Paraopeba (atual Caetanópolis), interior de Minas Gerais. Sétima filha de Mané Serrador, folião de reis e violeiro famoso na região, ela conviveu desde pequena com manifestações típicas da cultura popular: folias, pastorinhas e congado. Ao ficar órfã de pai e mãe aos quatro anos de idade, foi criada por seus irmãos mais velhos José e Maria (a quem ela chamava de Dindinha). Além das brincadeiras comuns de cidade pequena, uma das diversões locais era organizada por um farmacêutico, que imitava os então famosos programas de calouros e de auditório em um teatro cedido pela fábrica de tecidos Cedro Cachoeira. Clara era presença certa nesses eventos, colecionando prêmios e elogios do apresentador, que a chamava de “menina dos meus olhos”.

Ainda jovem, escapava até a cidade vizinha, Sete Lagoas, para se apresentar em programas de rádio. Não que esse comportamento já indicasse o futuro artístico que teria. Muitas meninas também se envolviam com o canto e outras formas de arte, como sua própria irmã Vicentina, que vivia às voltas com apresentações teatrais. Clara ainda não adotara o sobrenome Nunes da mãe, com o qual se consagraria artisticamente. Era apenas Clara Francisca, uma menina a se divertir com a música.

A vida na cidade grande começou aos 16 anos, quando se mudou com alguns irmãos para Belo Horizonte. Foi morar no bairro Renascença, onde conseguiu emprego em uma fábrica de tecidos. No tempo livre, freqüentava as barraquinhas das quermesses da Igreja de Santo Afonso. E ali, cantando sem compromisso, seu destino cruzou com o do músico e compositor Jadir Ambrósio (1922-). Encantado com a voz da moça, Jadir fez questão de arranjar oportunidades para ela se apresentar em bares e nas rádios.

O canto começava a ganhar ares de trabalho. Em 1960, já era conhecida como Clara Nunes quando venceu a fase mineira do concurso de rádio “A Voz de Ouro ABC”, cantando Vinicius de Moraes. Na competição nacional, ela ficou em terceiro lugar. Assim, Clara se projetou no cenário artístico mineiro. Foi contratada pela Rádio Inconfidência, gravando seu primeiro registro fonográfico no LP “Os Vibrantes 25 Anos da Rádio Inconfidência”. Cantou a música “Vida cruel”, de Jadir Ambrósio e Wilson Miranda. Em 1963, assinou contrato com a Rádio Guarani e com a TV Itacolomy, retransmissora mineira da Rede Tupi, na qual tinha um programa só seu. Era o “Clara Nunes Apresenta”, que vez por outra recebia estrelas nacionais, como Ângela Maria. Em 1964, foi coroada rainha do carnaval de Belo Horizonte.

Mas quem sonhava em progredir na carreira artística tinha que se aproximar de um dos pólos da indústria cultural: São Paulo ou Rio de Janeiro. Clara Nunes mudou-se para o Rio ao assinar contrato com a multinacional Odeon. Seu primeiro disco, “A Voz Adorável de Clara Nunes”, saiu em 1966. A idéia da gravadora era fazer dela um “Altemar Dutra de saias”, numa referência ao “rei do bolero” no Brasil. Nos anos seguintes, seu repertório flertaria com diversos estilos. Cantava boleros, sambas-canções e versões de músicas estrangeiras, além de uma passagem efêmera pelo iê-iê-iê, rock brasileiro que fazia sucesso a partir do movimento da Jovem Guarda, capitaneado por Roberto e Erasmo Carlos. Chegou a participar, ao lado de Wilson Simonal, do filme “Na Onda do Iê-Iê-Iê” (1966), dirigido por Aurélio Teixeira. Gravou também sambas, sobretudo no LP “Você passa, eu acho graça” (1968), que, além do samba-título, de Ataulpho Alves e Carlos Imperial, trazia composições de Noel Rosa, Martinho da Vila e Darcy da Mangueira.

Trabalho não lhe faltava: Clara cantava em rádios, em programas de TV, em filmes, no Rio de Janeiro, em São Paulo, em Fortaleza e em Minas. Mas o sucesso comercial demorou a chegar. Seu primeiro disco vendeu apenas 3.100 exemplares. O segundo, 6.900. O terceiro, 6.500.

A virada começou nos anos 1970, quando passou a ser produzida pelo radialista Adelzon Alves (1939-). Ele era conhecido por seu programa “O Amigo da Madrugada”, da Rádio Globo, dedicado à divulgação do samba, mas nunca havia atuado como produtor de discos. O convite feito a ele pela Odeon indicava que se desejava dar novo rumo à carreira de Clara. Os ideais socialistas da época, de valorização da cultura popular brasileira como forma de superação das mazelas da sociedade capitalista e de resistência à dominação estrangeira, em especial à norte-americana, presentes na formação de Adelzon, nortearam, a partir de então, o trabalho da intérprete.



Clara possuía em sua trajetória pessoal as vivências do universo popular que o produtor propunha valorizar em sua carreira. Ela percebeu que, parafraseando o samba de Xangô da Mangueira, “quando veio de Minas”, “trouxe ouro em pó”: o ouro representado pela cultura popular. A cantora se transformou, a partir de então, em uma verdadeira pesquisadora, procurando registrar as mais variadas manifestações dessa cultura. Em suas muitas viagens, levava um gravador para registrar as músicas que ouvia Brasil afora. A diversidade dessas tradições passa a aparecer no repertório: além de sambas, Clara gravou frevos, forrós, cantos de trabalho, cirandas e chulas.

O gosto pelo folclore influenciou até seus compositores mais assíduos. Toninho Nascimento, parceiro de Romildo em muitas músicas gravadas por Clara, recorria a livros sobre cultura popular, como O Folclore de Januária, para se inspirar.

As performances acompanharam a transformação do repertório da cantora. As interpretações se aproximaram do canto popular e os instrumentos de percussão ganharam destaque nos arranjos. A aparência da nova Clara era outra: vestia-se de branco, assumia progressivamente os cabelos crespos (abandonando as perucas do início da carreira) e exibia as guias de seus “orixás de fé”.

O interesse pelo universo popular levou Clara a se aproximar da cultura afro-brasileira. No início de 1971 fez sua primeira viagem à África, visitando Moçambique, África do Sul e Angola, onde apresentou seu canto no primeiro concurso de miss do país e conheceu danças populares. De volta, trouxe na bagagem roupas, colares, peças de artesanato e muita inspiração para dar à África lugar de destaque em sua carreira.

A idéia de filiação cultural do Brasil ao continente negro está presente em várias canções, como “Misticismo da África ao Brasil” (Mário Pereira/Vilmar Costa/João Galvão, 1971) e “Mãe África”, em que canta: “No sertão, mãe preta me ensinou/Tudo aqui nós que construiu/Filho meu, tu tem sangue nagô/Como tem todo esse Brasil” (Sivuca/ Paulo César Pinheiro, 1982). As músicas que Clara Nunes gravou se afinavam com o discurso de parte do movimento negro brasileiro, que crescia nos anos 1970 defendendo a resistência cultural e a valorização das raízes africanas como forma de lutar contra o racismo.

Outro ponto importante dessa ligação de Clara com a cultura negra foi a questão religiosa. Ela não foi a primeira nem a única cantora a entoar o universo dos orixás. Mas esta associação foi tão forte que até hoje esta é a imagem que permanece na lembrança popular: vestida de branco, usando guias, com seus longos e volumosos cabelos crespos. A presença das religiões afro-brasileiras em seu repertório coincidiu com a expansão e o fortalecimento do candomblé. Processo no qual a música popular teve papel destacado.

Mas a identificação de Clara com as religiões afro-brasileiras não era apenas artística. A religiosidade sempre fez parte de sua vida. De família católica, participou na infância da Cruzada Eucarística e cantou no coro da igreja. Na juventude, assumiu o espiritismo kardecista, junto com alguns de seus irmãos. No Rio de Janeiro, aderiu à umbanda e ao candomblé sem abandonar o kardecismo e mesmo, eventualmente, práticas católicas, como a participação em missas e o recurso à comunhão. Sua experiência religiosa sincrética, tipicamente brasileira, nada tinha de superficial. Pessoa de muita fé, lia sobre o assunto. Definia-se como espírita. Mas percebia que as continuidades existentes entre essas religiões lhe permitiam transitar por elas.

A religião era tão importante para Clara que ela conferia ao seu canto um sentido religioso. A música “Minha Missão”, composta por Paulo César Pinheiro e João Nogueira e gravada no LP “Clara” (1981), explicita isto: “Quando eu canto/Estou sentindo a luz de um santo/Estou ajoelhando aos pés de Deus”; “O meu canto é uma missão/Tem força de oração /E eu cumpro meu dever”. Mas o canto tem também um significado político: “Canto para denunciar o açoite/Canto também contra a tirania/ Canto porque numa melodia/Acendo no coração do povo/A esperança de um mundo novo/E a luta para se viver em paz”.

Apesar dos pontos em comum, havia uma diferença entre a mensagem de Clara e o discurso de parte do movimento negro, de alguns intelectuais e pais-de-santo. Enquanto eles defendiam uma suposta “pureza” cultural africana, a cantora afirmava a mestiçagem. É o que se pode ver na música “Nanaê, Nanã Naiana”, composição de Sidney da Conceição gravada por Clara no LP “Alvorecer”: “Sinhazinha ninada, embalada no cantar da negra otina Nanaê/Herdou todo o seu ser/Hoje em noite de luana é sinhazinha/Quem vai dançar na Mujungana, Nanaê”. Se por um lado a canção sublinha a exploração sofrida pela escrava Nanaê, por outro mostra como a cultura africana é incorporada pela sinhazinha branca ninada por ela. Herdeira do ser africano, essa criança é uma representação do próprio país.

Em Clara, a afirmação do Brasil negro convive com a idéia do Brasil mestiço. Isso fica evidente nos próprios títulos do disco e do espetáculo “Canto das Três Raças”, respectivamente de 1976 e 1977, do LP “Brasil Mestiço”, de 1980, e do show “Clara Mestiça”, de 1981. Para ela, a mestiçagem não era sinônimo de síntese, não anulava as diferenças. Isso explica por que rejeitava o rótulo de “sambista”, mesmo tendo forte ligação com o mundo do samba, em especial com a Portela, sua escola do coração. Intitulava-se uma “cantora popular brasileira”. Cantava diferentes gêneros de nossa música, mostrando a diversidade cultural do Brasil mestiço.

A mestiçagem também não era associada por ela a uma suposta harmonia racial. Pelo contrário, o canto de Clara explicita os conflitos. Várias músicas de seu repertório denunciam situações de exploração e de desigualdade social, do passado escravista ao cotidiano árduo dos trabalhadores e às agruras dos nordestinos que convivem com a seca – “Ê, vida de cão!/ Trabalha e nunca tem nada não/ Danação!/ Arrancando o couro pro patrão” (“Cinto Cruzado”, Guinga/ Paulo César Pinheiro, 1982).

Cantar este Brasil popular, mestiço e negro foi o que Clara entendeu ser a sua missão. Por isso, o seu ofício era de natureza religiosa. O seu canto era de fé!

Silvia Brügger é professora do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de São João Del-Rei e organizadora do livro O canto mestiço de Clara Nunes (UFSJ, 2008).

Revista de Historia da Biblioteca Nacional

Rembrandt //Rembrandt van Rijn

Rembrandt
15/7/1606, Leiden, Holanda
4/10/1669, Amsterdã, Holanda


Em 1642, o pintor Rembrandt entregou uma obra que pintara sob encomenda. Era a chamada "A Ronda Noturna" (que, hoje se sabe, não era ronda nem noturna). O cliente a rejeitou, acusando o artista de "não ter pintado seu retrato", de ter representado "o cenário de uma ópera bufa" e de ter cobrado um preço "muito alto". Nos debates que se seguiram, o pintor foi enfim acusado de "pintar só o que queria". Talvez por isso, Rembrandt tornou-se um dos mais importantes nomes da história da arte ocidental.

Embora de família humilde, Rembrandt van Rijn recebeu boa instrução. Freqüentou a Universidade de Leiden, mas em 1620 interrompeu os estudos para dedicar-se à pintura. No ano seguinte, foi aprender as técnicas de Jacob van Swanenburg no ateliê desse pintor.

Em 1623, transferiu-se para Amsterdã, tornando-se discípulo de Pieter Lastman. Dois anos depois, pintou seu primeiro quadro conhecido. Voltou para Leiden em 1627, permanecendo quatro anos. Ali, instalou seu primeiro ateliê, iniciando intensa atividade artística. Dessa época datam várias águas-fortes.

Em 1631, estabeleceu-se definitivamente em Amsterdã, obtendo rapidamente grande reconhecimento. No ano seguinte, pintou a famosa "Lição de Anatomia do Dr. Tulp", que lhe rendeu muitas encomendas de retratos e pinturas sacras.

Já famoso, Rembrandt casou em 1634 com Saskia Uylenburgh (com quem teria um filho, Titus). O casal foi morar numa casa confortável no bairro judeu de Amsterdã. O lugar tornou-se centro de reuniões sociais, abrigando um belo acervo de móveis e objetos antigos. Rembrandt passou a ter muitos alunos e muitos clientes ricos.

Saskia morreu em 1642. Três anos depois, Hendryckje Stoffels começou a trabalhar como babá de Titus e foi morar com Rembrandt, tornando-se sua companheira. Em 1654, Rembrandt teve com ela uma filha ilegítima, a quem deu o nome Cornelia. O fato causou grande escândalo.

Em 1656, após uma série de problemas nos negócios, Rembrandt teve a falência decretada. Dois anos depois, todos os seus bens foram vendidos judicialmente. Num desses leilões, arrematou-se o "Auto-Retrato de Barba Nascente", hoje no Museu de Arte de São Paulo (Masp).

Em 1660, Titus e Hendryckje abriram uma empresa para comercializar as obras do pintor, evitando o prosseguimento da falência. Em 1663, Rembrandt perdeu a companheira. Mesmo sozinho, continuou executando várias obras, entre elas paisagens e auto-retratos. Pintou também retratos de Titus; num deles (o quadro "São Mateus e o Anjo", que está no Museu do Louvre), o filho aparece como Mateus.

Titus morreu em 1668. Rembrandt pintou ainda um último "Auto-Retrato", uma composição dramática. Rembrandt van Rijn morreu aos 63 anos, na solidão e na miséria.

T. S. Elliot

T. S. Elliot que criaram o enredo da peça.

Um dos muitos poemas do escritor - Homens ocos

Nós somos os homens ocos
Os homens empalhados
Uns nos outros amparados
O elmo cheio de nada.
Ai de nós!Nossas vozes dessecadas,
Quando juntos sussurramos,
São quietas e inexpressas
Como o vento na relva seca
Ou pés de ratos sobre cacos
Em nossa adega evaporada
Fôrma sem forma, sombra sem cor
Força paralisada, gesto sem vigor;
Aqueles que atravessaram
De olhos retos, para o outro reino da morte
Nos recordam - se o fazem - não como violentas
Almas danadas, mas apenas
Como os homens ocos
Os homens empalhados.

Arthur Rimbaud (1854-1891

Arthur Rimbaud (1854-1891), autor da frase 'A moral é a fraqueza do cérebro',

Carioca É. Antes de Tudo.


Carioca É. Antes de Tudo.

Millôr Fernandes


Os paulistanos (!) que me perdoem, mas ser carioca é essencial. Os derrotistas que me desculpem, mas o carioca taí mesmo pra ficar e seu jeito não mudou. Continua livre por mais que o prendam, buscando uma comunicação humana por mais que o agridam, aceitando o pão que o diabo amassou como se fosse o leite da bondade humana. O carioca, todos sabem, é um cara nascido dois terços no Rio e outro terço em Minas, Ceará, Bahia, e São Paulo, sem falar em todos os outros Estados, sobretudo o maior deles o estado de espírito. Tira de letra, o carioca, no futebol como na vida. Não é um conformista -- mas sabe que a vida é aqui e agora e que tristezas não pagam dívidas. Sem fundamental violência, a violência nele é tão rara que a expressão "botei pra quebrar" significa exatamente o contrário, que não botou pra quebrar coisa nenhuma, mas apenas "rasgou a fantasia", conseguiu uma profunda e alegre comunicação -- numa festa, numa reunião, num bate-coxa, num ato de amor ou de paixão -- e se divertiu às pampas. Sem falar que sua diversão é definitivamente coletiva, ligada à dos outros. Pois, ou está na rua, que é de todos, ou no recesso do lar, que, no Rio é sempre, em qualquer classe social, uma open-house, aberta sob o signo humanístico do "pode vir que a casa é sua".

Carioca, é. Moreno e de 1,70 metro de altura na minha geração, com muitos louros de 1,80 metro importados da Escandinávia na geração atual, o carioca pensa que não trabalha. Virador por natureza, janota por defesa psicológica, autocrítico e autogozador não poupando, naturalmente, os amigos e a mãe dos amigos -- ele vai correndo à praia no tempo do almoço apenas pra livrar a cara da vergonhosa pecha de trabalhador incansável. E nisso se opõe frontalmente ao "paulista", que, se tiver que ir à praia nos dias da semana,vai escondido pra ninguém pensar que ele é um vagabundo.

Amante de sua cidade, patriota do seu bairro, o carioca vai de som (na música), vai de olho (é um paquerador incansável e tem um pescoço que gira 360 graus), vai de olfato (o odor é de suprema importância na fisiologia sexual do carioca).

Sem falar, que, em tudo, vai de espírito; digam o que disserem, o papo, invenção carioca, ainda é o melhor do Brasil, incorporando as tendências básicas do discurso nacional: o humanismo mineiro, o pragmatismo paulista, a verborragia baiana.

E basta ouvir pra ver que o nervo de todas as conversas cariocas, a do bar sofisticado como a do botequim pobre e sujo, por isso mesmo sofisticadíssimo, a do living-room granfa, a da cama (antes e depois), é o humor, a crítica, a piada, a graça, o descontraimento. Não há deuses e nada é sagrado no Olimpo da sacanagem. O carioca é, antes de tudo, e acima de tudo, um lúdico. Ainda mais forte e mais otimista do que o homem da anedota clássica que, atravessado de lado a lado por um punhal, dizia: "Só dói quando eu rio", o carioca, envenenado pela poluição, neurotizado pelo tráfego, martirizado pela burocracia, esmagado pela economia, vai levando, defendido pela couraça verbal do seu humor.

Só dói quando ele não ri.

Só dói quando ele não bate papo.

Só dói quando ele não joga no bicho.

Só dói quando ele não vai ao Maracanã.

Só dói quando ele não samba.

Só dói quando ele esquece toda essa folclorada acima, que lhe foi impingida anos a fio com o objetivo de torná-lo objeto de turismo, e enfrenta a dura realidade... carioca.


Texto extraído do livro "Que País é Este?", Editora Nórdica - Rio de Janeiro, 1978, pág. 50.
COMÉDIA INTERMÉDIA
A comédia intermediária, porém, teve curta duração. Ela representou muito mais a procura por uma estética que fosse consoante com os novos tempos
Comédia de transição entre a antiga e a nova, circunscrita aos anos 404-336 a.C., que correspondem à queda de Atenas e à subida ao trono de Alexandre, o Grande, respectivamente. Trata-se de um período de evolução natural do género, quando se abandonam as fantasias que marcavam a comédia antiga, se amenizam as críticas sociais e desaparecem, por decisão estatal, as alusões directas a pessoas vivas com o intuito de as satirizar, desaparece também a parábasis e se menoriza o papel do coro.
Neste período de transição para a comédia nova, produzem-se centenas de peças, A fase intermediária da comédia, na qual sobressaíram Antífanes e Aléxis, centrou-se na sátira e na paródia
Sendo Antífanes e Aléxis os autores mais significativos
Antífanes (Esmirna ou Rodes 408 aC - 334 aC Atenas) foi um grego dramaturgos, dos mais significativos
Da comédia media juntamente com Alexis.

Antífanes viveu em Atenas durante o surgimento da "meia comédia". Começo escrever por valta de 387 a.C. 365
Não tem nenhuma obra sua inteira , apenas fragmentos a Por volta de de trezentos, recolhida pelo Ateneo

Os temas evidencia as polémicas políticas e só pretenden o divertimento e de assuntos mitológicos ou da realidade .

Comedia nova

Comedia nova

Os principais autores que sobreviveram na comédia nova são
Filémon, Dífilo, Filípides e, sobretudo, a referência maior, Menandro (c. 342-c. 292 a.C.), de que nos resta uma comédia completa: Díscolo (ou Misantropo) e fragmentos que permitem creditar-lhe mais quatro obras. MENANDRO – A derrota de Atenas em 404 aC;. Provoca modificações na sociedade ateniense, que resultam em rapido declínio da comedia antiga. O período entre 400 e 320 aC., marca uma transição: a força ritual é atenuada, os elementos de fantasia abandonados, a critica social e o debate dos temas de atualidade tornam-se menos veementes, já não há alusões diretas a pessoas vivas, a comedia tende a tornar-se mais romântica. A parábasi é abandonada, o coro reduzido a interlúdios pouco significativo entre os atos. O gênero que surge dessa transição é chamado de comedia nova. Esse tipo de comedia ateniense é uma peça estruturada, com enredo complexo e rico de incidentes, mas sujeito a uma sequencia lógica, com personagens claramente definidos como tipos. A trama oferece poucas variações; em geral trata-se de amores contrariados por diferenças de fortuna ou de berço que encontram seu desfecho feliz graças a uma súbita revelação da verdadeira identidade dos protagonistas. A comedia nova é produto típico da sociedade em vias de aburguesamento: superficialmente complexa, inócua, na temática, tendendo para o realismo na forma, proporciona ao espectador um prazer que hoje se chamaria digestivo. A evolução posterior da comedia inspirou-se mais nas convenções da comedia nova do que na audaciosa liberdade criadora da comedia antiga. Dos autores da comedia nova, tais como Filemon, Difil ou Filipides, conhecem-se apenas poucos e pequenos fragmentos. Só de autoria de Menandro (342-292aC), sobrevive algo intacta uma comedia inteira, Mal-humorado, e consideráveis fragmentos que permitem a reconstituição de quatro outras obras. Esse material mostra Menandro como o mais inspirado comediógrafo da época. Não só todas as características convenções de situação, de peripécias e de personagens-tipos, como o velho-avarento, o velho tolo e bondoso, a cortesã generosa, entre outras, podem ser encontradas na sua obra, mas também ele transcende as limitações da convenção pura, através de uma elaboração cômica bastante complexa, de um dialogo ágil e de um certo calor humano com que tratou os seus personagens.

Êupolis de Atenas comédia antiga grega

Êupolis de Atenas comédia antiga grega


Poeta e comediógrafo grego nascido em Atenas, um dos expoentes da comédia antiga grega, que inicialmente amigo, depois tornou-se o grande rival de Aristófanes, a quem se referia como o careca. Foi de espírito bem mais beligerante que o rival e sabe-se também atacou virulentamente políticos como Cleón, Hipérbolo e Alcibíades. Sabe-se que também que mencionou Sócrates na comédia Os Aduladores, mas esta obra não sobreviveu para se saber de que forma foi esta abordagem. Da sua última obra, a comédia Demos ou Démoi (412 a. C.), recuperou-se parte substancial, que se juntou a fragmentos existentes de outras peças.
Em Demos descreveu uma viagem ao Hades onde os mais ilustres políticos atenienses do passado discutiam a desastrosa política de Atenas no final da Guerra do Peloponeso. Apesar de mencionado como um dos poetas mais conhecidos de seu tempo, como na quase totalidade dos poetas cômicos do período clássico da chamada Comédia Antiga grega, não se conhecem peças completas, conhecendo-se apenas informações de valor plenamente confiável, como nome, título de algumas obras, prêmios recebidos nos concursos atenienses ou, eventualmente, algum curto fragmento. Parece que venceu sete concursos e morreu relativamente jovem, provavelmente em Atenas. O período onde se situou a comédia antiga grega, estendeu-se aproximadamente, por todo o século V a.C. e caracterizou-se pela sátira política e pelos ataques pessoais violentos. A encenação admitia personagens da vida contemporânea de Atenas, com o uso abundante do coro. Além dele, conhecem-se outros nomes de sucesso naquela época, entre eles Cratino, Crates, Ferécrates e Magnes e teve em Aristófanes o seu autor mais importante.

CRATINO /Comedia Antiga

CRATINO /Comedia Antiga
Cratino (c. 500-c., Atenas, Grécia - 420 aC), poeta e dramaturgo grego
E é considerado o primeiro poeta a dar dignidade literária à comédia

Sua poesia foi inspirada e audaciosa nos ataques a Péricles, já que Crátinos era partidário de Címon.
Suas sátiras eram violentas, suas críticas áperas e expressava severidade de julgamento.
Poeta, dramaturgo e escritor de comédia grego nascido em Atenas, que desfrutava de grande prestígio entre os atenienses e em especial com os comediógrafos posteriores
. Segundo a tradição, teria escrito 21 comédias e teve nove vitórias literárias nos festivais ateniense em sua carreira (453-423 a.C.): seis nos jogos Dionisíacos e três nos Leneanos, batendo entre outros, seu rival, o grande Aristófanes.
No final da vida tornou-se alcóolatra, o que levou o jovem Aristófanes referir-se ironicamente à sua decadência e ao seu amor à bebida e o acusou publicamente de vagar bêbado pelas ruas de Atenas com o intuito de despertar a piedade dos atenienses, em sua peça Os Cavaleiros (424 a.C.).
O escritor vingou-se elegantemente no ano seguinte ao apresentar A garrafa, onde dizia que quem só bebe água seria incapaz de criar coisas belas e que o vinho seria essencial para o autor cômico.
Sua peça foi tão brilhante e com tanta eloqüência que mereceu dos jurados atenienses o primeiro prêmio (423 a.C.) enquanto o famoso rival teve que se contentar com o terceiro lugar. Morreu logo depois, deixando uma obra produzida durante sua quase centenária vida, composta essencialmente de poemas e sátiras contundentes, com críticas ásperas e severidade de julgamento, inclusive com audaciosos ataques aos poetas rivais, aos sofistas e até ao todo poderoso governante Péricles, já que claramente era partidário de Címon.

Aristófane/Comédia antiga,

Comédia antiga,
O autor que mais se destacou nesse período foi Aristófanes.
Outros nomes, como os de Magnes, Cratino Crates etc., são conhecidos apenas por referências em textos e fragmentos de peças.

Aristófane

Outros nomes, como os de Magnes, Cratino Crates etc., são conhecidos apenas por referências em textos e fragmentos de peças.

Aristófanes, , (c. 447 a.C. - c. 385 a.C.) foi um dramaturgo grego. É considerado o maior representante da Comédia Antiga.
Nasceu em Atenas e, embora sua vida seja pouco conhecida, sua obra permite deduzir que teve uma formação requintada. Conta-se que teve dois filhos, que também seguiram carreira no teatro cômico

Escreveu mais de quarenta peças, das quais apenas onze são conhecidas. Conservador, revela hostilidade às inovações sociais e políticas e aos deuses e homens responsáveis por elas. Seus heróis defendem o passado de Atenas, os valores democráticos tradicionais, as virtudes cívicas e a solidariedade social. Violentamente satírico, critica a pomposidade, a impostura, os desmandos e a corrupção na sociedade em que viveu.

Seu alvo são as personalidades influentes: políticos, poetas, filósofos e cientistas, velhos ou jovens, ricos ou pobres.

Ésquilo,/tragedia

Ésquilo,Nasceu em Elêusis no ano de 525 a.C., participou da batalha de Maratona no ano de 490 a.C. e, por muitas vezes, esteve na Sicília, onde morreu no ano de 456 a.C
Principal Texto: Prometeu Acorrentado. Tema Principal que tratava: Contava fatos sobre os Deuses e os Mitos
Escreveu mais de noventa tragédias, das quais apenas sete chegaram completas aos tempos modernos. Sabe-se que a mais antiga é Hikétides (c.490; As suplicantes), parte de uma trilogia completada por Os egípcios e Danaídes, que se perderam.
Ésquilo, o primeiro grande autor trágico, É considerado como o fundador da tragédia
Ésquilo acreditava que o Autor era, antes de tudo um educador.
. Terá escrito 79 tragédias (segundo alguns autores cerca de 90), das quais se conservaram apenas sete tragédias completas (para além de inúmeros fragmentos dispersos de outras):
· Os Persas (472 a.C.);
· Sete Contra Tebas (467 a.C.);
· As Suplicantes (c. 463 a.C.);
· Prometeu Acorrentado (c. 462-459 a.C.);
· Agamemnon (458 a.C.);
· Coéforas (458 a.C.);
· Eumênides (458 a.C.).
Durante muito tempo acreditou-se que as trilogias ou tetralogias articuladas, ou seja, três tragédias de uma mesma lenda seguidas de um drama satírico, existiram desde a origem do teatro. Essa teoria começou a ser questionada a partir do momento em que As suplicantes não foram mais consideradas como a mais antiga obra de Ésquilo. Por isso, alguns estudiosos acreditam que foi Ésquilo quem instituiu as trilogias ou tetralogias articuladas. A única trilogia completa de Ésquilo que conhecemos é a Oréstia. Por meio dela pode-se tentar compreender um pouco o pensamento desse autor, sobretudo porque ela foi escrita pouco antes de sua morte.As três últimas constituem a única trilogia que chegou inteira até nós: a Orestéia (ou Oréstia), uma das mais pungentes tragédias da Grécia Antiga narrando o drama protagonizado pelos últimos Atridas: Agamémon, Clitemnestra, Egisto, Electra e, naturalmente, Orestes (em torno do qual se realizam grande parte dos oráculos anunciados e que dá o nome de conjunto à trilogia).

Sófocles /tragedia

Sófocles
O Dramaturgo Feliz
(496 a 405 a.C.) nasceu em Epidauro

Principal Texto: Édipo Rei. Tema Principal que tratava: das grandes figuras Reais.
Além de exercer uma brilhante carreira dramática, dedicou parte de sua vida às atividades atléticas, à música, à política, ao militarismo e, por fim, à vida religiosa (foi sacerdote do herói-curador Amino, e, nessa condição, contribuiu para a introdução do culto de Asclépio na Ática.

Sófocles, considerado o continuador da obra de Ésquilo, concentrava em suas obras a ação em um só personagem destacando o seu caráter e os traços de sua personalidade.
Sófocles era um poeta com uma pureza de expressão que não encontrou paralelo no teatro até que Racine começou a escrever peças para a corte francesa, vinte séculos mais tarde.
Sófocles é mestre consumado no artifício do suspense trágico do qual Édipo Rei é um exemplo supremo.
Escreveu mais de 120 peças, das quais apenas sete sobreviveram
· Ele sempre se preocupou em descobrir uma solução mais profunda para os problemas que as peças anteriores não resolviam por completo. Sófocles, que segundo Aristóteles mostrava o homem como ele deveria ser, escreveu várias peças dentre as quais destacam-se Filoctetes(409)
Édipo em Colona (401),
· Édipo Rei, que, segundo Freud representa o "drama de todos nós", Antígona, Traquinianas, Os investigadores e Ajax. e Electra
· A extensão dos poderes dramáticos de Sófocles só pode ser medida completamente nas tragédias integrais de que dispomos. Embora a caracterização das personagens seja sempre um traço primordial, sua obra remanescente pode ser convenientemente dividida em: três peças de caracteres – As Traquinianas, Ajax e Electra; um drama social – Antígona; um idílio – Filoctetes; duas tragédias do destino – Édipo Rei e Édipo em Colona

Os grandes autores trágicos

As suas peças não são acerca dos deuses ou a realeza, mas sobre pessoas reais. Colocou em cena camponeses ao lado de príncipes e deu igual peso aos seus sentimentos. Mostrou-nos a realidade da guerra, criticou a religião, falou dos excluídos da sociedade: as mulheres, os escravos e os velhos.
Em termos dramatúrgicos Eurípedes adicionou o Prólogo à peça, no qual “situa a cena” (apresenta o que se vai passar). E criou também o “deus ex machina” que servia muitas vezes para fazer o final da peça.
As peças de Eurípedes estão pejadas do realismo mais pungente, como a cena anti-guerra de “As Troianas”, na qual uma avó chora pelo facto de ter sobrevivido à filha e ao neto.
Ao longo da sua vida, Eurípedes foi considerado quase um marginal e foi frequentemente satirizado nas comédias de Aristófanes.
No final da vida, talvez desiludido com a natureza humana, viveu recluso rodeado de livros e morreu em 406 a.C., dois anos antes de Sófocles.
O enredo de suas tragédias foi muitas vezes aproveitado por dramaturgos modernos, como Racine, Goethe e Eugene O'Neil.
Apenas uma fração da imensa obra de Eurípides logrou chegar aos nossos dias.
Tragédias
1. Alceste (438 a.C., segundo prêmio)
2. Medéia (431 a.C., terceiro prêmio)
3. Os Heráclidas (c. 430 a.C.)
4. Hipólito (428 a.C., primeiro prêmio)
5. Andrômaca (c. 425 a.C.)
6. Hécuba (c. 424 a.C.)
7. As Suplicantes (c. 423 a.C.)
8. Electra (c. 420 a.C.)
9. Héracles (c. 416 a.C.)
10. As Troianas (415 a.C., segundo prêmio)
11. Ifigênia em Táuris (c. 414 a.C.)
12. Íon (c. 413 a.C.)
13. Helena (412 a.C.)
14. As Fenícias (c. 410 a.C., segundo prêmio)
15. Orestes (408 a.C.)
16. As Bacantes e Ifigênia em Áulis (405 a.C., póstumas, primeiro prêmio)
Drama satírico
1. O Ciclope (data desconhecida)

Eurípides/Os grandes autores trágicos

Tragédia

Os grandes autores trágicos foram

Ésquilo,
Sófocles
e Eurípedes.

Eurípides
Nascido em 480 a.C., perto de Atenas Salamina, 485 a. C. - Pella, 406 a. C.
, Eurípedes foi desde a sua juventude um poeta mal compreendido. Principal Texto: As Troianas – Tema Principal que tratava: dos renegados, dos vencidos (Pai do Drama Ocidental) foi o mais jovem dos três grandes expoentes da tragédia grega clássica.
Embora premiado poucas vezes (cinco) nos concursos trágicos de Atenas (Dionísias Urbanas, Lenéias), (apesar de ter escrito cerca de 92 peças), no final do século V a.C., desfrutou de grande popularidade nos séculos subseqüentes,é atualmente muito mais popular que Ésquilo ou Sófocles.
Os recursos dramáticos que utilizou em suas tragédias, notadamente as posteriores a 420 a.C., influenciaram diversos gêneros dramáticos posteriores, entre eles a "Comédia Nova", o drama (e também o melodrama) e a novela
A grande maioria dos trabalhos apresentados são fruto de pesquisas na Net. No caso de alguém se sentir lesado pela ausência de créditos, contacte-me que postarei os dados concernentes à autoria.




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sexta-feira, 17 de abril de 2009

Théatron grego

Théatron grego

O mais significativos da cultura grega antiga foi o teatro
O teatro grego pode ser dividido em três partes:
\Tragédia, Comédia antiga, e Comédia nova.
O teatro grego surgiu a partir da evolução das artes e cerimônias gregas como, por exemplo, a festa em homenagem ao deus Dionísio (deus do vinho e das festas).
Durante o período clássico da história da Grécia (século V AC) foram estabelecidos os estilos mais conhecidos de teatro: a tragédia e a comédia. Cria-se assim a ação na história e surgem os primeiros textos teatrais.
Os temas mais representados nas peças teatrais gregas eram: tragédias relacionadas a fatos cotidianos, problemas emocionais e psicológicos, lendas e mitos, homenagem aos deuses gregos, fatos heróicos e críticas humorísticas aos políticos. Os atores, além das máscaras, utilizam muito os recursos da mímica. Muitas vezes a peça era acompanhada por músicas reproduzidas por um coral.

Surge o “ditirambo”, um tipo de procissão informal que servia para homenagear o Deus Dioniso(Deus do Vinho).
Mais tarde o “ditirambo” evoluiu, tinha um coro formado por coreutas e pelo corifeu, eles cantavam, dançavam, contavam histórias e mitos relacionados a Deus.
A grande inovação deu-se quando se criou o diálogo entre coreutas e o corifeu.











Tragédia
Os grandes autores trágicos foram
Ésquilo, Sófocles e Eurípedes.
São os dramaturgos de maior importância desta época.

Tragédia é a expressão desesperada do homem, que luta contra todas as adversidades, mas não consegue evitar a desgraça. Ela é um gênero característico da Atenas clássica, fundamentada na temática mitológica. Sua raiz está nas festas dionisíacas, consagradas a Dionisio, deus do vinho. As Dionisíacas eram três:
as Dionisíacas Urbanas - consideradas as mais importantes de todas, eram realizadas nas primaveras e duravam sete dias;
as Leneanas - realizadas nas montanhas durante o inverno;
e as Dionisíacas Rurais - realizadas também no inverno no fim do mês de dezembro.

Nessa época, os grandes autores e atores tinham um grande destaque social. Muitos deles eram sustentados pelas cidades em que viviam.











Comédia antiga,
O autor que mais se destacou nesse período foi Aristófanes. Outros nomes, como os de Magnes, Cratino Crates etc., são conhecidos apenas por referências em textos e fragmentos de peças.
A origem da Comédia é a mesma da tragédia, ou seja, às festas dionísiacas, consagradas ao deus Dionisio.
A palavra comédia vem do grego Komoidía e sua origem etimológica, Komos, remete ao sentido de procissão.
Nessa época havia na Grécia dois tipos de procissão denominadas Komoi: na primeira os jovens saiam às ruas, fantasiados de animais, batendo de porta em porta pedindo prendas. Nessa Komoi era comum zombar dos habitantes da cidade; já no segundo tipo de procissão, era celebrado a fertilidade da natureza. Essa Komoi escoltava uma escultura, que representava um pênis. Durante essa procissão os participantes trocavam palavras grosseiras entre si. Esses palavrões, por conterem conotações religiosas, não eram considerados uma ofensa. Eles eram uma forma de desejar ao próximo fertilidade e fartura.
Acredita-se que a comédia, apesar de também ser representada nas festas dionisíacas, era considerada um gênero literário menor, se comparada à tragédia.
Isso se dá porque o júri que apreciava a tragédia era nobre, enquanto que o júri da comédia era simplesmente escolhido entre as pessoas que faziam parte da platéia.
A encenação da Comédia Antiga era dividida em duas partes com um intervalo
Na primeira, chamada agón, prevalecia um duelo verbal entre o protagonista e o coro. Depois dessa parte, havia o intervalo, parábase, no qual o coro retirava ás máscaras e falava diretamente com o público.
O objetivo da parábase era definir uma conclusão para a primeira parte. Depois do intervalo vinha a segunda parte da comédia. Seu objetivo era esclarecer os problemas que surgiram no agón.
A Comédia Antiga, por fazer alusões jocosas aos mortos, satirizar personalidades vivas e até mesmo os deuses, teve sempre a sua existência muito ligada à democracia
A rendição de Atenas na Guerra de Peloponeso no ano de 404 a.C. levou consigo a democracia e, consequentemente, pôs fim a Comédia Antiga.













A Comédia Nova

Após a capitulação de Atenas frente à Esparta surge a Comédia Nova, que iniciou-se no fim do século IV e durou até o começo do século III.
Nesse período a mentalidade dos gregos mudou muito. Eles já não tinham o ideal guerreiro e patriótico do século anterior e, por causa da derrota na guerra de Peloponeso, voltaram-se para o lar.
A Comédia Nova e a Comédia Antiga possuem muitas diferenças.
Na Comédia Nova o coro já não é um elemento atuante, sua participação fica resumida à coreografia dos momentos de pausa da ação.
Na Comédia Nova a política já quase não é discutida. O seu tema são as relações humanas, como por exemplo as intrigas amorosas.
Na Comédia Nova não temos mais as sátiras violentas, ela é mais realista e procura, utilizando uma linguagem bem comportada, estudar as emoções do ser humano.
Até meados do século XX a Comédia Nova só era conhecida pelas imitações latinas (Plauto e Terêncio).
No entanto, algumas descobertas "papirológicas" resgataram a arte de Menandro.
Sabe-se ainda que existiram os autores Filémone e Difilo, porém, não existem indícios da existência de suas obras.
Marketing de Verdade

Davi Mendonça Portes, 45 anos, carioca. Há 17 anos atrás ele era cortador de cana na divisa entre o Rio e o Espírito Santo, quando arrumou um emprego na Polygram e veio morar na cidade, em um barraco que alugou na Rocinha. Dois anos depois foi demitido, e não conseguindo pagar o aluguel, foi despejado em seguida. Passou a morar na rua, embaixo da lage de um prédio no centro do Rio onde passou fome, muito medo e muitas outras necessidades.
Na ocasião sua esposa estava grávida de 8 meses e numa determinada noite ela sentia muitas dores. Ele sabia que para aliviar aquelas dores precisava comprar um medicamento que custava R$ 12,00 e não tinha um real sequer. O porteiro do prédio em que ele "morava" sob a lage se sensibilizou com a situação, emprestou os R$ 12,00 e ele foi à farmácia. A caminho da farmácia ele pegou aquele dinheiro com as duas mãos, segurou firme e pediu a Deus que "o iluminasse para sair daquela situação aflitiva" .
Ele disse que "deu um negócio" na cabeça dele, e ao invés de ir para a farmácia ele foi a uma distribuidora de doces, comprou os R$ 12,00 em balas e drops, e em duas horas dos R$ 12,00 fez R$ 24,00. Dos R$ 24,00, pegou R$12,00 e comprou o remédio e os outros R$ 12,00 foi o seu capital de giro inicial.
Hoje, 15 anos depois, ele fatura R$ 158.000,00 por mês, sendo R$ 38.000,00 com sua barraca de salgados, doces, sucos e R$ 120.000,00 com as palestras que ministra, principalmente para o público executivo, como empresários, presidentes, diretores e gerentes (Bradesco, C&A, TAM, etc.). Existem mais de 80 matérias sobre sua vida e seus resultados nas mais diferentes mídias no Brasil (Estadão, Folha, Carta Capital, Jornal Nacional, Jornal da Globo, Programa do Jô, Marília Gabriela, Adriane Galisteu ) e no mundo (EUA, Canadá, Japão, Inglaterra e etc. ).
Foi entrevistado no programa do David Letterman (mais famoso programa de entrevistas do mundo), ficou no hotel que hospeda os entrevistados do programa, no quarto ao lado do Mel Gibson.

No dia, a entrevista do Mel Gibson durou 11 minutos e a do David 22 minutos. David ensina em suas palestras lições de vida e de marketing, que seguem algumas listadas abaixo :
Sua barraca tem base de dados de 5000 clientes. Com isso ele sabe o perfil dos seus clientes, o que preferem, quanto gastam. Envia e-mail no dia do aniversário cumprimentando e dando um brinde tipo pacote de biscoitos ou um chocolate.
Aumentou seu faturamento em 30% explorando o que ele identificou como o horário da fome : às 15:00h sabia que vários dos seus clientes tinham fome mas tinham preguiça de descer e comprar os produtos. A partir disso criou um call center (que na verdade é o celular dele) onde atende os chamados e faz as entregas;
Tem o drive-thru, um local onde os clientes param o carro e são atendidos, sem que os mesmos precisem descer do carro;
Tem o cai-cai, se um cliente está comendo e o produto cai no chão ele dá um novo na hora;
É patrocinado pela Losango Financeira (que paga para ele usar os uniformes com o logo dela), fez parceria com a United Air Lines onde promove concursos e ganha em troca passagens aéreas para ele e a família;








A Tostines cedeu 3 guarda-chuvas tipo Fórmula 1 para que, nos dia de chuva, ele possa ir buscar os clientes do outro lado da calçada: quando o cliente entra embaixo do guarda chuva, ele aponta um papelzinho pendurado na armação indicando um prêmio que o cliente ganhou;
Fez a campanha Boca Limpa, onde fez convênio com uma clínica odontológica e quando os clientes atingiam determinado valor consumido, ganhavam uma limpeza bucal. Nessa ocasião ele teve o caso de dois clientes que não tinham quase nenhum dente na boca perguntando ao David como eles ficariam nessa promoção: Na hora ele criou outra promoção para esses dois clientes que após um determinado volume de consumo em produtos, ganharam uma dentadura;
Ou seja, ele encanta os seus clientes SEMPRE, com muita criatividade e ousadia ! Ele é referência nas principais Universidades que tratam de marketing no país e está extendendo essa fama ao exterior. Quando perguntam a ele se esses gastos não dão prejuízo para a operação dele, ele diz :
"Marketing bem feito é assim, você dá um passinho para trás e, com calma, dá três passos para frente".
Em relação às suas considerações sobre a vida, ele pensa que "A vida é dura para quem dá mole". Faça sempre negócio pensando pelo seu cliente: se você vende um produto que você sabe que não será bom para seu cliente, a médio e longo prazo você fez um mau negócio - isso ele chama de "marketing negativo". Haja com honestidade: o que você faz para o mundo volta para você, da mesma maneira.
Como eu sempre digo,
SIMPLES ASSIM !

quarta-feira, 15 de abril de 2009

DEFICIÊNCIAS

DEFICIÊNCIAS

Renata Vilela

Já andei por tantos caminhos e já vivi tantas coisas, que hoje vejo que o preconceito e discriminação estão em cada um de nós, e cabe a nós quebrá-los para que possamos viver numa sociedade mais justa e humana.
Hoje posso afirmar que:
"Deficiente" é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono do seu destino.
"Louco" é quem não procura ser feliz.
"Cego" é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria.
"Surdo" é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão.
"Mudo" é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia.
"Paralítico" é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda.
"Diabético" é quem não consegue ser doce.
"Anão" é quem não sabe deixar o amor crescer.
E "Miserável" somos todos que não conseguimos falar com Deus.
http://www.floramarela.com.br/pag.asp?id=4&sub=8