terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Nao quero debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa...
Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade.

Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade.
Gente que desabrochou e floresceu para o lado de fora e não precisa mais dos espinhos para se proteger dos outros.

O essencial faz a vida valer a pena.
E para mim, basta o essencial


Um Feliz e LIndo NATAL
e
Um Fim de ANO, maravilhos para todos nos

Beijus a todos!!!!

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Crônica de Mim Mesma

Crônica de Mim Mesma

A manhã despe-se à minha volta. Uma nesga de sol espreguiça-se no balouçar da cortina, tentando talvez aquecer o frio de uma ternura, que não se faz esquecida, mesmo no cansaço do olhar.

O calendário anuncia mais um outono. Há no peito um sentimento que farfalha, ignorando todas as estações. Na brisa do amanhecer, uma esperança qualquer, que não se despede do meu olhar, embora todas as impossibilidades acenem nãos e senões.

Em algum lugar dentro de mim, ainda mora um sonho, como se sobrevivesse para escrever outra vez, capítulos da minha história lavrada pela eloquência da realidade e pelos ditames da razão.

Não me chega o tempo da quietude. Deserdaram-me a serenidade e a pretensa calmaria, tão anunciada com o advento da tal maturidade. Meus passos nunca reconheceram o caminho que apenas impõe o seguir em frente. Já nem sei, se chegar era meu objetivo precípuo. O que há e o que se faz, quando se cruza a linha de chegada?

Empilha-se mais um troféu na prateleira das nossas conquistas? Onde ficam as tantas pequenas vitórias que se saboreiam no decorrer de cada percurso, mesmo quando não se vence, se nos ensinaram que apenas é ganhador aquele que chega primeiro? Como relatar ao mundo, o momento que me detive em meu trilhar, observando apenas o acariciar do vento nas pétalas de uma flor?

Como contabilizar isto em perda de tempo, se sequer imaginam os arrepios do meu olhar ou os sorrisos de prazer que aquela imagem me propiciou? Talvez, acusem-me de distraída e inadequada ao momento, que exigia que eu apenas continuasse e que subisse ao pódio. Era isto que esperavam de mim: vencer.

Outros ainda dirão que estou fora do padrão estabelecido pelas regras da sobrevivência. Ah, neste aspecto errei a vida inteira. Pequei sempre, quando preferi não tropeçar em meu sentir e escutei o pulsar do meu coração, não somente para constatar que eu vivia. Sempre fui amadora nestes rituais, em que se sacrificam as emoções. Onde a normalidade, quando se põe amarras no peito, calando o som de uma carícia?

Nunca compreendi histórias lineares, reações exatas ou gestos estudados. Bem que tentei aprender a disfarçar minha insegurança, o frio no estômago ou o rubor repentino, quando exposta ao espelho do cotidiano. Em quase todas as tentativas neste sentido, falhei. Talvez por isto, tenha me desencontrado muitas vezes de tantas pessoas.

Nunca amordacei minhas saudades, nem meu romantismo à flor da pele...sempre despi minhas máscaras, porque era em outro olhar, que eu desejava também encontrar-me e reconhecer-me. Mas meu olhar despido, vezes causou estranheza e constrangimento. Vezes, indiferença e tolos julgamentos.

Minhas palavras nunca souberam esconder o segredo de um amor, quando me habitava o corpo, a alma, o sonho. Nunca entendi, o porquê da grande maioria das pessoas entulharem tantos nós no coração. Se ainda fosse o pronome pessoal, mas não! Falo dos fios e, em alguns casos de verdadeiras cordas com amarrações complexas, que nem as próprias mãos sabem ou se dispõem a desatar.

E eu, com esta mania esquisita de falar do que sinto pelos lábios, mãos e olhares. E eu, com esta forma estranha de dar reconhecimento do que sinto e por quem sinto. Sempre foi inútil querer silenciar minhas confissões, mesmo se questionada sobre a certeza de um amor. Como se o amor tivesse que ser testado, discutido, dimensionado, adverbalizado e não apenas sentido.

Parece que saber de sua existência não basta. Tem que ter certificado de garantia, manual de instruções e, se bobear até posologia. Talvez seja por isto que grande parte de nós, sequer desconfie o que é viver um grande amor.

A noção mais próxima deste sentimento fica ladeando as histórias que nos contam, como as vividas por Abelardo e Heloísa, Tristão e Isolda e tantas outras ou nos livros de poemas que lemos no decorrer de nossas vidas.

De uma forma ou de outra, a expressão do que sinto fica meio desajeitada neste mundo. E como se não bastasse, ainda flagrei-me a poetisa. Mas quase sempre, a palavra ainda me parece pouca para compreender minha ignorância no universo da emoção.

Minha essência é mesmo desnuda. Coração exposto e sem labirintos. Ainda prefiro a minha ternura boba, um perfume de saudade em meu travesseiro, a minha voz entregue para as estrelas, do que viver desabitada de mim mesma.

Olimpia Souza

domingo, 13 de dezembro de 2009

orkut - Mensagens

orkut - Mensagens: "Quem parte, leva. Já diz uma velha canção.
Mas quem chega, traz. Um misto de curiosidade pelo novo e lá está o amor, fantasiado de paixão a se manter sereno diante de qualquer gesto do outro."

sábado, 12 de dezembro de 2009

orkut - 01/09/09

orkut - 01/09/09

Canção Brasileira

Canção Brasileira
Fagner
Composição: Sueli Costa & Abel Silva


A canção brasileira chegou
Com o fim do verão
O sol está presente
Como continua o impossível amor
Pela primeira vez, meu amor
Eu me sinto feliz
Sabendo que sou
Sabendo que dou
O amor mais bonito

Quantas vezes vagueio no quarto
Ou nos bares tão só
Mas eu nunca fui triste
Os corredores da vida, eu já sei de cor
Já não sinto temor em sentir
Já não sei mais chorar
É que o choro não vem
Quando quero sorrir,
Quando quero sorrir ...

http://www.youtube.com/watch?v=EEHw9BbOAiQ&feature=related

Vento Forte

Vento Forte
Fagner
Composição: Fagner & Fausto Nilo

Vento forte
O amor pode ser
É loucura demais
Que me faz te querer, demais,
É vento forte

Prevalece o mais raro prazer
Que faz crer, na ventura, na sorte,
Mas talvez quando eu venha sofrer,
Este amor pode ser
Tão profundo, um corte

Mas se um dia
Esta porta bater
E você for no vento ou, sei lá,
Não precisa dizer
Coração me aperta feliz e me diz
Vou dormir com você

http://www.youtube.com/watch?v=0TK5GvUn9TI&feature=related

Reizado- Francisco Casaverde/Caio Sílvio Brás)

http://www.youtube.com/watch?v=zbRsbTeKY-Q&feature=related

Baihuno-Composição: Belchior/Francisco Casaverde

Baihuno

Belchior


Composição: Belchior/Francisco Casaverde

Já que o tempo fez-te a graça de visitares o Norte, leva notícias de mim.
Diz àqueles da província que já me viste a perigo: na cidade grande enfim.
Conta aos amigos doutores que abandonei a escola pra cantar em cabaré, baiões,
bárbaros, baihunos, com a mesma dura ternura que aprendi na estrada e em Che.

Ah! metrópole violenta que extermina os miseráveis, negros párias, teus meninos!
Mais uma estação no inferno, Babilônia, Dante eterno! há Minas? Outros destinos?
Conta àquela namorada que vai ser sempre o meu céu, mesmo se eu virar estrela.
(O par de botas de couro combina com o meu cabelo, já tão grande quanto o dela.)
E, no que toca à, família, dá-lhe um abraço apertado, que a todos possa abarcar.
Fora-da-lei, procurado me convém família unida contra quem me rebelar.

Cai o Muro de Berlim - cai sobre ti, sobre mim, nova ordem mundial.
Camisa-de-força-de-Vênus... Ah! quem compraria, ao menos, o velho gozo animal?

Já que o tempo fez-te a graça de visitares o Norte, leva noticias de mim.
O cara caiu na vida, vendo seu mundo tão certo, assim tão perto do fim.
Dá flôres ao comandante que um dia te dispensou do serviço militar.
Ah! quem precisa de heróis: feras que matam na guerra e choram de volta ao lar.

Gênios-do-mal tropicais, poderosos bestiais, vergonha da Mãe Gentil.
Fosse eu um Chico, Gil, um Caetano, e cantaria, todo ufano: "Os Anais Da Guerra Civil"

Ao pastor de minha igreja diz que essa ovelha jamais vai ficar branquinha.
- Não vendi a alma ao diabo... O diabo viu mau negócio nisso de comprar a minha.
Se meu pai, se minha mãe se perguntarem, sem jeito - Onde foi que a gente errou?
Elogiando a loucura, e pondo-me entre os sonhadores, diz que o show já começou.

Trogloditas, traficantes, neonazistas, farsante: barbárie, devastação.
O rinoceronte é mais decente do que essa gente demente do Ocidente tão cristão.
http://letras.terra.com.br/belchior/350408/

Pega Leve-(Francisco Casaverde/Emilinha) Afrodite

Afrodite se quiser

(Francisco Casaverde/Emilinha) Afrodite


Vê se não apronta comigo
Que isso eu não vou perdoar
Eu boto você de castigo
Você não vai suportar

Saio com seu melhor amigo
E te deixo na mão
Saio e te deixo a perigo
Te mato do coração

Não adianta dizer que me ama
Que eu já tô vacinada contra frases de amor
Eu não levo desaforo pra cama
Não vou aturar quem me sacaneou

Pega leve comigo
Que eu vou botar pra quebrar
Tudo o que eu quero eu consigo
Eu posso te arrasar

Um desejo só não basta-Simone/Francisco Casaverde

http://letras.terra.com.br/simone/577465/

Um desejo só não basta

Simone
Francisco Casaverde

De repente você revelou minha cor de rosa
Você pensa que tudo passou, mas você não passa
Você me abraça e eu sou carinhosa
Não vai ser fácil me deixar

Estou fora de mim, por aí com você por dentro
Vou ao centro do que você vê, mas se lê no vento
Nesse momento eu sou venenosa,
Você não vai me esquecer agora

Não pense mais, foi a minha intuição
Nunca se desvenda um coração assim
Olhe pra mim, sobram cinco palavras:
Um desejo só não basta.

Amor & Crime -Composição: Francisco Casaverde / Belchior

Amor & Crime

Belchior

Composição: Francisco Casaverde / Belchior

Amor, não há amor
existem só provas de amor.
Mas, no amor, provas não bastam
tudo mentira. Tudo cinema. Apenas cenas
quando, em ledo engano-me, acenas
regressando em algum trem.
Ah! Essa historia de amor
porque uns barcos se afastam
e mil sereias cantam sem pudor.
Oh! Que trágico destino!
preferi-ser o assassino
ao amante leal
e que os bandidos são úteis
e nos, os amantes, fúteis.
Vulgaridade do mal.
Amar agora e crime.
Só a paixão nos redime
da obsessão do sublime,
do ideal.
Tudo romance, tudo poema apenas cenas...
Fazer mal do amor..e a gloria?
E o sofrer, da paz? a quem?
Ah! Essa historia de dor
buscar o amor sem vitória
voltar feliz, sem memória,
ao paraíso terreal.

http://letras.terra.com.br/belchior/400596/

Déjà Vu-Composição: Casaverde/Fausto Nilo

http://letras.terra.com.br/ritchie/296404/

Déjà Vu
Ritchie
Composição: Casaverde/Fausto Nilo
Gritos de amor num apartamento
Fotos de jornal,dias violentos
Na minha lembrança letras do teu nome
Teu telefone,teu vestido azul
Mas isso tudo já me aconteceu...!

Não me deixe aqui
Você fala a lingua que eu mais entendo
Frases de amor não convencem mais
Se você quiser
Uma noite a mais num lugar qualquer
Será que tudo vai me acontecer...?

Encontrar você
Num romance antigo que ninguem se lembra
Paginas depois,me apaixonar
Se você quiser
Por uma mulher de vestido azul
Eu sei que tudo pode acontecer...

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

FRANCISCO CASAVERDE



FRANCISCO CASAVERDE

Francisco Casaverde é compositor, pianista, tecladista, arranjador e professor de música. Como compositor tem, entre outras, músicas gravadas por Fagner (Frenesi, Qualquer Música, Cartaz, Reisado, Deixa Viver, Amor e Crime); Simone (Um desejo só não basta); Belchior (Lira dos Vinte Anos, Amor de Perdição, Baihuno, Balada do Amor Perverso); Roupa Nova (Fumaça);Tânia Alves (Bocas Iguais);
Ritchie (Dejà vu, Obsessão), em parcerias com Fausto Nilo, Belchior, Ritchie, Caio Sílvio e outros.

É autor do cd RUBI, de música instrumental, com doze músicas inéditas, dez das quais são de sua autoria. Neste trabalho ele mistura sequenciadores e baterias eletrônicas com instrumentos acústicos e ritmos brasileiros, contando com a participação de Mingo Araújo (percussão), Manassés de Sousa (violas) e Adelson Viana (acordeon e piano). O cd foi gravado no período de janeiro a março de 2000.

Em 2002 produziu, juntamente com o monge zen Ryotan Tokuda, os cds Flauta Zen - Volumes I, II e III com o flautista japonês Yôichi Okada, contendo peças originais de música zen.
Em 2003 produziu o cd o cd Música Zen - Variações - Volume I, também com o flautista Yôichi Okada. Este cd contém peças de música zen harmonizadas e arranjadas por Francisco Casaverde,
Seus mais recentes trabalhos são os cds Meditação e Yoga - Volume I, com Adriana da Cunha. Cds de Yoga com técnicas de relaxamento e concentração para iniciantes.
____

Qualquer Música
Francisco Casaverde sobre poema de
Fernando Pessoa


Intro: (E) G# C#m F# |B B/A G#m F#m|
E E7
Qualquer música, oi! qualquer
A G#m F#m
Logo que me tire da alma
Cº 2 vezes
Esta incerteza que quer
B A E B7
Qualquer impossível calma
G# (na segunda vez)
C#m C#m/B F#/Bb F#
Qualquer música, guitarra
B A E
Viola, harmônio, realejo
G# C#m C#m/B
Um canto que se desgarra
F# B B/A G#m F#m
Um sonho em que nada vejo
E E7
Qualquer coisa que não vida
A G#m F#m
Roque, xote, a confusão
Co
Da última dança vivida
B A E G#
Que eu não sinta o coração
Solo : C#m C#m/B F#/Bb F#
B A E E G#
C#m C#m/B
F# |B B/A G#m F#m|

E E7
Qualquer coisa que não vida
A G#m F#m
Rock, xote, a confusão
Co
Da última dança vivida
B A E B7
Que eu não sinta o coração
E E7
Qualquer coisa que não vida
A G#m F#m
Jota, fado, a confusão
Co
Da última dança vivida
B A E G#
Que eu não sinta o coração
Final : E E7 A/C# C D

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

hypedesire.blogtv.uol.com.br/2008/10/14/almof...

ALMOFADAS DE LP


disso são essas incríveis almofadas de crochê e feltro que reproduzem discos clássicos do mundo do rock. Entre eles, IV-Led Zeplin, Ask Alice – David Bowie – Ziggy, The Soft Parede – The Doors e White Album – Beatles. Os produtos são encontrados no site Toggle, que reúne artistas neozelandeses, por aproximadamente $70. Mas se você curte fazer tricô, pode se inspirar nos seus vinis (ou nos do site) e fazer suas próprias almofadas, bolsas e tocas!
hypedesire.blogtv.uol.com.br/2008/10/14/almof...

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

A redenção está ao alcance de todos. Basta querer.
Eu nao tenho gosto defenido, eu Gosto do que me da tesao

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Sofremos muito com o pouco que nos falta e gozamos pouco o muito que temos".

Sofremos muito com o pouco que nos falta e gozamos pouco o muito que temos".

:
."Fui átomo, vibrando entre as forças do espaço, devorando amplidões, em longa e ansiosa espera...
Partícula, pousei.. encerrando, eu era infusório do mar em montões de sargaço.
Por séculos fui planta em movimento escasso, sofri no inverno rude e amei na primavera.
Depois, fui animal, e no instinto da fera achei a inteligência e avancei passo a passo...
Guardei por muito tempo a expressão dos gorilas, pondo mais fé nas mãos e mais luz nas pupilas, a lutar e chorar para, então, compreendê-las!...
Agora, Mulher que sou, pelo foro Divino, vivo de corpo em corpo a forjar o destino que me leve a transpor o clarão das estrelas!!..."

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Comidas



Comidas nos levam em instantes ao passado, os cheiros marcam muitas coisas e nos fazem lembrar de pessoas e épocas específicas da nossa vida.
Que patrimônio pessoal maravilhoso!
Por isso eu acho que aqueles cadernos de receitas de família são preciosidades,


. Talvez pudéssemos ao nascer ganhar um caderno para ir preenchendo ao longo da vida, com ás receitas que nos marcam os passos, no final da vida teríamos um banquete, uma festa de Babbete para degustar tudo o que vivemos.

Alquimia da alma traduzida em receitas.
Acho que daria para fazer um perfil de personalidade só levantando os gostos culinários de cada um
Minha mãe sempre diziam..
. Vamos para a cozinha que é o lugar mais gostoso da casa rsrsrs.

Tenho vários cadernos com receitas....Que lembram as minhas primeiras incursões, minhas primeiras dúvidas,neste mundo encantado que é a COZINHA.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

A cultura e a identidade de cada pessoa e diferenciada, sempre não havendo um só ser igual, por isso temos que respeitar.
O que nos faz diferentes e o que nos deixa interessante e curioso.Acho que as diferenças fazem surgir interesses em comum rsrsr
Sendo que cultura não tem haver com educação rsrsrsrsr
Odeio preconceitos, não importa qual?
A civilidade e questão de esforço.O convívio, diário une.
Acredito que o amor e o respeito educam, Sendo assim vamos aprender mutuamente.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Geladeira sem cheiro


É super simples! Pegue jornal, paginas mais coloridas são melhor(parece loucura, mas saiu na mundo estranho), amasse faça bolas, não muito compactadas, apenas amasse levemente, folha a folha, e coloque várias bolas dentro da geladeira/freezer, ligue os mesmos e deixe, depois desligue e retire as folhas amassadas. Limpe a geladeira/freezer e pronto! Funciona tambêm no microondas, gavetas, etc... O Porque? Os jornais são feitos com papel usado, durante a reciclagem eles recebem diversos produtos quimicos, para branquealos e para que caso seja papel mal cheiroso ou contaminado, o mesmo peca o odor e/ou a contaminação, estes mesmos produtos são responsáveis por fazer o mesmo efeito que na folha de jornal, e tambêm no ambiente, por isso são recomendadas folhas novas, pois os produtos ainda estão ativos, e coloridas, pois estas folhas que vão receber imagens são folhas que receberam maior carga de produtos.
Removedor de Odores Silit

Ana Jansen

Ana Jansen

Ana Jansen
Ana Jansen [Maranhão]

Ana Joaquina Jansen Pereira [1787-1889], Donana Jansen, nasceu e morreu em São Luis do Maranhão. Duas vezes casada, duas vezes viúva, teve 12 filhos, nem todos frutos dos casamentos, mas das relações com amantes que escandalizavam a sociedade da época. Comerciante poderosa,Ana viveu durante o reinado de D. Pedro II, No século 19 em São Luís a Senhora Dona Ana Joaquina Jansen Pereira, comerciante que, tendo acumulado grande fortuna, exerceu forte influência na vida social, administrativa e política da cidade,musa de poetas românticos, como Gonçalves Dias, Ana, mulher plena de si mesma, tornou-se conhecida como Rainha do Norte e do Nordeste do Brasil – Descendente da nobreza européia, Ana Jansen tem uma juventude sofrida. Mãe solteira, luta para manter a mãe e o filho pequeno.
Nascida rica, ficou na miséria, mas, firmada em seu orgulho e força, acabou se transformando no maior líder do Partido Liberal (que fazia oposição ao Império), sendo considerada, muitas vezes, como um inimigo inexorável. “...mulher apaixonada que nunca abdicou de viver plenamente sua afetividade e sua sexualidade...Maldita ou abençoada por todos os deuses? Carismática ou despótica?

Tornou-se amante do coronel Izidoro Rodrigues Pereira, o homem mais rico da província. Esse relacionamento escuso transforma Ana Jansen num alvo fácil para a sociedade moralista da época, personificada acima de tudo por sua maior inimiga: dona Rosalina Ribeiro.

Izidoro assume oficialmente a relação com Ana depois da morte de sua esposa, dona Vicência. O casal permanece junto por quinze anos até a morte de Izidoro, que deixa mais seis filhos para a heroína.
Ana Jansen foi uma mulher de poder, conseguiu também se tornar muito influente entre políticos e militares, e chegou até a formar um exército particular de 400 escravos para defender seus interesses. Voluntariosa, inteligente, destemida e influente.
Ana tem um desejo de resgatar o nome e o prestígio de sua família, achincalhado depois da falência de seu avô, Cornélio Jansen Müller. Após a morte de Izidoro, Ana dá um largo passo em direção a este sonho, tornando-se rica, independente e poderosa. Ela assume a fazenda Santo Antônio, propriedade do falecido coronel e, logo, consegue triplicar a fortuna herdada.
Perseverante e ambiciosa Ana transforma o dinheiro em poder, assumindo a liderança política da cidade e reativando o esfacelado partido liberal Bem-te-Vi. Na História do Maranhão, é comum destacar das figuras femininas a de Donana Jansen, como se essa fosse a única mulher a ter participado das engrenagens econômicas-políticas da sociedade maranhense do século XIX.
Não se pode negar seu poder e influência, tampouco que seu comportamento destoava dos frágeis, dóceis e subservientes perfis, tão “adequados” e “convenientes” a moças e senhoras de família, segundo os discursos modelares de então.

Cada vez mais, Ana é mal falada pelas mulheres maranhenses e odiada pelos inimigos políticos (ressaltando-se sua rivalidade com o Comendador Meireles, líder do partido conservador). Mas seu temperamento forte e sua capacidade de liderança alcançam a corte de D. Pedro II e ela passa a ser chamada, informalmente, de “Rainha do Maranhão”.

Depois da morte de Izidoro, Ana se torna amante do Desembargador Francisco Vieira de Melo, com quem tem mais quatro filhos. Mais tarde, já aos sessenta anos, casa-se pela segunta vez com o comerciante paraense Antônio Xavier. morreu, aos 82 anos, em seu casarão da Praia Grande,
Depois de morta, Ana tem sua memória maculada pelos inimigos que a transformam em uma alma penada, em uma bruxa maldita que percorre as ruas de São Luís puxando um cortejo de escravos mutilados.

Molho de tomate

Molho de tomate

Molho ao sugo com manjericão. Alho amassado dourado no azeite, tomates bem maduros sem pele e sem semente, sal, uma colherinha de açúcar e fogo . Não tem truque nem mistério. Esse é o molho que se faz lá em casa. Se quiser usar o manjericão, ele vai a folhas inteiras na hora de servir. Se quiser também pode incrementar com outras coisas usando sempre essa mesma base simples.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Doce de leite mineiro uiai da vó !!!

1 colher(café) de bicarbonato
5 litros de leite
½ quilo de açúcar

Levar o leite ao fogo. Quando começar a ferver, acrescentar o bicarbonato.
Depois que subir, colocar o açúcar e deixar secar, mexendo pra não agarrar,
Apertar o ponto até aparecer o fundo do tacho.

Retirar o doce de leite do fogo e bater até começar a açucarar.
Despejar sobre tábua ou mármore untado com manteiga.
Colocar um pano úmido por cima, para ajudar a esfriar.
Se quiser, alisar a massa, uniformizando a altura despejada.
Cortar em losangos ou quadrinhos.




E muito GOSTOSO o doce derrete na boca deliciaaaa!!!!

Doce de leite coalhado

Ingredientes:
1 kg de açúcar
2 litros de leite integral


Adoce o leite um pouco mais do que você faria se fosse
tomá-lo e leve ao fogo.
Junte suco de um limão, mexa e
leve a cozinhar em fogo baixo em panela grande, sem
mexer para não quebrar os pedaços que se formam. O
doce está pronto quando o soro começa a amarelar e fica com a calda nem grossa e nem mole .Ponto para comer de colher .humm!!

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Às vezes sabemos qual é a doença e qual é a cura.
Mas o caminho entre os dois extremos talvez se fará apenas com o auxílio de muletas-(L.C.Bueno)



Não existe uma POLÍTICA SÉRIA voltada para a educação de base, e para nenhuma outra.
Os números da desigualdade no acesso à universidade, não se resolverão apenas com cotas.E deixando claro que já é algo, mas não é tudo,a que temos direito

Nos Precisamos de educação de base-(Se não, o que será do futuro?)

Acredito plenamente que o ensino no Brasil deva ser repensado e reformado, garantindo uma melhoria na qualidade do ensino aplicado a comunidade carente que é a maioria deste país.
. Assim como o negro, também está os índios e minorias também discriminadas, que a exemplo do ocorrido com os movimentos negros, também tem o direito de reivindicar seus direitos e fazer valer sua voz.

A discriminação racial é uma inaceitável violação de direitos humanos e a desigualdade racial é fruto da discriminação, mas isso não se resolve, com cotas e sim com uma educação voltada para a realidade.
Qualquer discriminação É. Imoral!
Se tivesse-nos um Ensino descente não precisaríamos de Cotas.
Precisamos sim é de boa educação e de respeito.
Este respeito só vamos adquiri-lo quando, fazermos valer os nosso direitos de “”””colocar e tirar,””” quem nada faz , a não ser Roubar.

Considero justo, toda a forma de resgate,mas somos capazes de fazer valer nossos direitos, a dignidade acima de tudo .

quinta-feira, 2 de julho de 2009

filme “O Enigma do Colar”, com Hilary Swank

A verdadeira história de Inês de Castro, aquela que deu origem ao ditado “Agora Inês é Morta”

A verdadeira história de Inês de Castro, aquela que deu origem ao ditado “Agora Inês é Morta”

Filha bastarda de um fidalgo galego, Inês de Castro veio para Portugal como companhia de D. Constança, que vinha para se casar com o infante d. Pedro, futuro rei de Portugal. Logo surgem os rumores de um romance entre o príncipe e a moça. Para abafar o caso, o rei e sua nora decidem fazer de Inês madrinha do primeiro filho do casal. Isso significava criar laços de parentesco intransponíveis entre os amantes. Porém, D. Constança morre durante o parto do único filho que sobreviveria, o infante D. Fernando. Com isso, o casal de amantes une-se ainda mais. Chegam a ter quatro filhos, um dos quais morre.

O escândalo amoroso ganha mais forma com as preocupações políticas. Os irmão de Inês eram inimigos do rei de Castela. O povo temia que D. Pedro, por amizade a eles, entrasse numa guerra aventureira contra Castela e submetesse Portugal ao jugo castelhano. O terror político, mais do que os valores morais, levam o Conselho Real a decidir pela morte de Inês de Castro, o que acontece em 7 de janeiro de 1355, quando D. Pedro havia saído para caçar. Inês foi degolada e enterrada na igreja de Santa Clara.

A vingança não tardaria. O infante provoca praticamente uma guerra civil contra seu pai e os três conselheiros responsáveis pelo assassinato. Com o tempo, D. Pedro se contém e assina um “pacto de concórdia com o Rei.

A situação, porém, não se manteria assim. Dois anos depois, morre D. Afonso. D. Pedro, agora senhor da situação, persegue os assassinos de Inês refugiados em Castela. Dos três um conseguiria fugir. Os outros dois foram assassinados com requintes de crueldade: tiveram o coração arrancado, um, pelo peito, o outro, pelas costas. Esse era um ritual de vingança comum na Idade Média: os culpados eram punidos com a amputação da parte do corpo sobre o qual fora praticado o crime. Ferido no coração, esse fora o órgão escolhido por D. Pedro para se vingar.

Túmulo de Inês de Castro

A segunda parte da vingança incluía a exaltação de Inês. Passados sete anos de sua morte, o rei decide fazer um traslado do corpo em noite triunfal, com o povo iluminando as dezessete léguas de distância entre Coimbra e Alcobaça, onde fora preparado o túmulo real daquela que seria rainha depois de morta. Lá, uma estátua da moça foi coroada com todos os rituais de celebração.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

."Quando você está feliz, propaga luz do seu interior
Michael foi um gênio

.Michael Jackson não foi um mito. Michael Jackson é e sempre será um mito, um ícone, um Rei.
Assim como Elvis, Michael não morreu. E em nossos corações, e onde quer que haja música, Michael vai viver pra sempre.
Michael não morreu

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Divina Comédia.

Divina Comédia.
Divina Comédia permite ter uma certa compreensão do homem medieval, não só pelas informações históricas que nos propicia, diversas coisas típica do medieval.
É um poema composto de um canto introdutório e de três partes: Inferno, Purgatório e Paraíso. Cada parte é integrada por trinta e três cantos, de pouco mais do que uma centena de versos cada um.
São muito discutidas as datas da composição do poema: muito provavelmente, Dante começou-o por volta de 1307, para depois nele trabalhar durante toda a sua vida.
Apareceu impresso pela primeira vez na edição veneziana de 1555. O poema, no seu conjunto, é a história da conversão do pecador a Deus.
O poeta tencionava fazer da "Divina Comédia" principalmente sua obra de doutrina e de edificação, uma "Suma" que compreendesse o saber do seu tempo, da ciência à filosofia e à teologia. Por isso o poema é repleto de significados alegóricos e ainda morais.
Assim, por exemplo, Virgílio, que cantou os ideais de paz e justiça do Império Romano no tempo de Augusto, e que guia o poeta através do Inferno e do Purgatório, simboliza a razão integrada com a sabedoria moral, e é também a voz da própria consciência de Dante.
Beatriz, a mulher amada que o guia no Paraíso, é a sabedoria cristã iluminada pela graça, a suprema sabedoria dos santos, a única que pode levar a Deus.
Tudo no poema é perfeita construção alegórica, e nisto Dante limita-se a respeitar as regras do seu tempo: pois quantas não são de fato as obras medievais que referem as viagens ultraterrenas, devidamente arquitetadas para edificação do pecador? Só que, no poema dantesco, há um sutil artifício que permite ao poeta encerrar nos seus cantos também a história do seu tempo. Dante imagina fazer uma viagem em 1300 e, portanto refere naturalmente tudo quanto aconteceu antes desta data; mas, reconhecendo aos mortos a capacidade de prever o futuro, põe-nos a profetizar os acontecimentos públicos e particulares que não deseja deixar em silêncio.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

A Mãe do Gueto de Varsóvia – Irena Sendler

A Mãe do Gueto de Varsóvia – Irena Sendler

A Mãe do Gueto de Varsóvia – Irena Sendler

O que leva uma pessoa a pôr em risco sua própria vida para salvar outras? Mesmo quando não tem com elas vínculos nem partilha de sua identidade, ideologia ou religião? Estas são as perguntas que teimam na minha mente após saber dos feitos de Irena Sendler.

A conheci quando já não era possível conhecê-la. Em 13 de maio de 2008 foi publicada uma breve nota de 11 linhas em O Estado de São Paulo: “Morreu ontem em Varsóvia, aos 98 anos, Irena Sendler, que salvou milhares de crianças judias durante a ocupação nazista da Polônia. Entre 1940 e 1943 Irena, que era assistente social, tirou 2500 crianças do Gueto de Varsóvia. Ela chegou a ser presa e torturada pela Gestapo em 1943, mas nunca revelou os nomes das crianças que salvou”.

No mesmo dia iniciei uma busca desesperada na internet, com o sentimento de haver perdido algo de muito precioso e singular. Perguntei a meus colegas e alunos se sabiam dela, se tinham livros ou documentos, relatos de testemunhas, crônicas de jornal. Ninguém lera, ninguém ouvira a seu respeito. Mas como, em um mundo que corre atrás de celebridades, que sabe o número do sapato desta ou daquela atriz, que esmiúça a intimidade de futebolistas, políticos, empresários, que sabe onde e com quem janta uma top model – como pode ter passado despercebida a trajetória de uma mulher que, nas palavras do rabino Michael Schudrich, “não somente salvou as crianças judias, mas também salvou a alma da Europa”?

Em 1965 Irena Sendler foi agraciada com a medalha “Justos entre as Nações do Mundo”, outorgada pelo Instituto Yod Vashem a não judeus que salvaram e protegeram judeus durante as atrocidades nazistas da II Guerra Mundial. Essa honraria ela não pode receber porque os líderes comunistas que governavam a Polônia de então proibiram sua saída do país. Recém em 1983, quando reiterada a distinção pela Suprema Corte de Israel, é que foi ao encontro das homenagens oferecidas em Jerusalém na Autarquia Nacional para Recordação dos Mártires e Heróis do Holocausto.

Contudo, sua vida e inusitada coragem emergiram do silêncio em setembro de 1999 pela curiosidade e criatividade de quatro jovens americanas que, instigadas pelo Prof. Norm Conard, começaram a pesquisar sua história. Na região rural do Kansas, na escola secundária protestante de Uniontown, o Prof. Conrad propôs a seus alunos que para celebrar o Dia Nacional da História criassem um projeto original, que fosse além das fronteiras e das personagens conhecidas, dos fatos já explorados. Apenas como sugestão mostrou um recorte do jornal News and World Report, cujo título era “Outros Schindlers”, e que mencionava Irena Sendler. Entre os alunos, quatro estudantes prontificaram-se a realizar a pesquisa, mas nunca imaginaram que esta as levaria a encontrar a própria Irena, viva, com 90 anos, morando ainda na Polônia. Estabeleceram contato, enviaram e receberam cartas, fotos, informações, documentos. Acabaram por escrever uma peça de teatro intitulada A Vida num Pote de Vidro, que apresentaram na própria escola em fevereiro de 2000. A comunidade toda envolveu-se no sucesso e logo chegaram convites de igrejas, sinagogas, centros culturais. A peça atravessou o país, alcançou o Canadá, a Europa e, finalmente, a própria Polônia. Já foi encenada mais de 300 vezes e hoje está disponível em DVD.

Para termos uma dimensão do valor desse resgate, e do impacto que provocaram as experiências vividas por Irena Sendler, basta dizer que até 2001, quando aconteceu o primeiro encontro das alunas da Uniontown com sua heroína na Polônia, havia apenas uma página sobre ela na internet, quando hoje podemos encontrar mais de 90.000 citações. Elas revelam a abnegação e destemor de uma jovem polonesa, cristã, que sobrepujou as ameaças ao seu instinto de sobrevivência e nos legou a mais alta realização de um ser humano: o amor incondicional.

Irena nasceu em 15 de fevereiro de 1910 nos subúrbios de Varsóvia, onde seu pai, na condição de médico, clinicava e atendia comunidades carentes. Dele aprendeu o sentido da solidariedade e o senso de responsabilidade profissional: quando a epidemia de tifo irrompeu em 1917 ele foi o único médico a permanecer na área infectada, o que o levou ao contágio e conseqüente morte.

Na década de 30 Irena ingressou na Universidade de Varsóvia, formou-se em Assistência Social e tomou contato com sentimentos e atitudes anti-semitas por parte dos estudantes, com quem manteve franca oposição. Já diplomada, ingressou no Departamento de Bem Estar Social, atendendo os refeitórios populares que acolhiam órfãos, anciãos e os pobres. Sua vocação ultrapassou a vocação de servidora pública – providenciava roupas, medicamentos e dinheiro para os necessitados, e os distribuía entre católicos e judeus indistintamente.

Em 1939 as tropas nazistas invadiram a Polônia e em outubro de 1940 criou-se em Varsóvia o “bairro judeu”, onde foram confinados todos os judeus da cidade. Em pouco mais de duas semanas a população dessa área passou de 160.000 pessoas para 400.000. Em 15 de novembro desse mesmo ano o governador alemão de Varsóvia, Hans Frank, criou oficialmente o gueto, que foi logo murado tornando-se o palco de crueldades inomináveis, sistemáticas e consecutivas visando um único propósito: o extermínio dos judeus. Também foi palco das ações heróicas de Irena, cuja indignação encarnou o voto de resistir à barbárie sabotando uma e outra vez – 2500 vezes! – o plano da “solução final”.

Como assistente social dos serviços públicos ela tinha autorização para entrar no gueto com um passe especial, o que lhe permitia livre trânsito, conhecimento da situação e, sobretudo, contrabandear comida, medicamentos e roupas. O racionamento de alimentos chegou a limites insuportáveis e as pessoas começaram a morrer de fome. No arquivo elaborado pelo historiador Emmanuel Ringelblum, resgatado depois da guerra entre as ruínas do gueto, lê-se: “Viver sem pão, sem nenhuma colher de comida quente durante anos atua como choque sobre a psique humana. Muitos, esgotadíssimos, foram acometidos de total apatia. Permaneciam deitados até que perdessem a força de se levantar. (...) Entre esses havia famílias inteiras com dez a doze pessoas. Permaneciam estendidos, imóveis, os rostos pálidos, olhares ardentes, engolindo saliva. Para eles tudo se tornava indiferente. Queriam apenas uma coisa, sentiam apenas um desejo: o de conseguirem um pedacinho de pão”.

Irena percebeu que seus esforços para mitigar o sofrimento só conseguiam prolongá-lo. Decidiu então iniciar a retirada de crianças de dentro do gueto – ao menos elas precisavam ter uma chance.

Extra-muros trabalhava a resistência do Zegota, uma organização clandestina, na qual assumiu a coordenação da Divisão das Crianças, cuja missão era, primeiramente, encontrar instituições de amparo, conventos e casas de família dispostos a correr o risco de abrigar as crianças que fossem resgatadas e, depois, obter documentos falsos para elas.

Antes, porém, era necessário convencer as mães, pais ou parentes que entregassem seus filhos a uma desconhecida. Muitos perguntavam, em desespero, por que deviam confiar nela. “Vocês não têm de confiar em mim”, respondia. “Mas não há mais o que fazer”. As informações em Varsóvia, fora e dentro do gueto, corriam à solta. No segundo semestre de 1941 já estavam em operação as deportações e traslados de milhares de judeus em vagões de gado, que levavam às câmaras de gás em Treblinka, aos fuzilamentos em massa, aos cemitérios a céu aberto repletos de moribundos... O abominável não deixava alternativa!

Planejamento coordenado, método e capacidade de descobrir vantagens nos recursos mais improváveis foram as vias que Irena encontrou para a escalada de resgates usando: 1) Túneis subterrâneos que levavam para fora, onde guardas poloneses haviam sido subornados para que “fechassem os olhos”. Pedia-se aos pais que vestissem as crianças com suas melhores roupas. 2) Crianças pequenas eram sedadas e levadas em malas, caixões de defunto, caixotes de ferramentas, baús ou similares. 3) Devido às freqüentes epidemias, e ao medo que os alemães tinham de se aproximar dos doentes, as crianças que conseguissem fingir uma doença, ou que estivessem realmente muito doentes, podiam ser retiradas numa ambulância. 4) Os carros e ambulâncias levaram um cão treinado para latir quando o veículo estivesse parado, assim o eventual choro de uma cri ança escondida não seria percebido pelo guarda que parasse o carro na saída do gueto.

Desse modo, durante um ano e meio de articulações clandestinas, foram salvas 2.500 vidas. Em 22 de julho de 1942 teve início a expulsão em massa dos habitantes do gueto de Varsóvia para os campos de extermínio de Treblinka. Em outubro desse ano o general da SS Jürgen Stroop informou a seu superior Friedrich Krüger que um total de 310.332 judeus do gueto tinham sido “transferidos”. Sobraram apenas 65.000 habitantes, considerados indispensáveis como escravos nas fábricas e oficinas da Varsóvia ocupada.

Em 20 de outubro de 1943 as atividades de Irena Sendler foram descobertas pela Gestapo, que a levou à prisão de Pawiak, onde foi brutalmente torturada, tendo pernas e pés quebrados a pauladas – mas ela não revelou nomes, nem de seus companheiros do Zegota, nem das crianças que havia salvado. Foi sentenciada à morte. Os membros da Zegota agiram rápido: subornaram os responsáveis pela execução e no dia seguinte o nome de Irena Sendler integrava a lista dos poloneses executados. Sob a proteção de um pseudônimo, viveu escondida até o final da guerra – exatamente como as crianças que havia salvo.

Acabado o inferno, Irena desenterrou dois frascos de vidro que escondera no jardim de uma vizinha. Eles continham a lista dos verdadeiros nomes das crianças junto aos inventados nos documentos falsos. Era seu propósito que um dia as crianças pudessem retornar às suas famílias naturais e recuperar sua identidade judaica. Contudo, quase não havia sobreviventes – o heróico levante do gueto de Varsóvia consumira seus últimos habitantes. Constituído então o comitê de salvamento dos judeus sobreviventes, entregou os frascos de vidro a seu primeiro presidente, o Dr. Adolf Berman.

Em 1991 foi reconhecida como cidadã honoraria do Estado de Israel; em novembro de 2003 recebeu a mais alta condecoração polonesa: a Ordem da Águia Branca e também o Prêmio Jan Karski “Pela Coragem e Coração”. Foi indicada pelo governo da Polônia, em 2007, como candidata ao Prêmio Nobel da Paz; também nesse ano o Senado da República da Polônia, em resolução especial, homenageou Irena Sendler e o Conselho de Ajuda aos Judeus. Ainda em 2007 foi condecorada com a Ordem do Sorriso – a mais importante distinção concedida por crianças de todo o mundo.

Nunca considerou a si própria, nem permitiu que a investissem na condição de heroína. Em todas as entrevistas e homenagens ressaltou que trabalhava em equipe, que sem seus companheiros de resistência não teria sido possível tamanha ousadia. Em resposta ao convite para uma reunião em sua homenagem, respondeu: “A justificação para minha vida não são honrarias, mas sim a vida de cada uma das crianças salvas pela minha ajuda e a ajuda de incríveis mensageiros secretos que não vivem mais”.

Nenhuma honraria seria capaz de enaltecê-la o suficiente, e sem dúvida não precisou de reconhecimentos para validar sua coragem e amor. Somos nós que precisamos oferecer admiração e gratidão, pois no espelho de Irena Sendler, a despeito de todos os horrores de seu tempo, fica enaltecida a nossa própria humanidade.

Lia Diskin – Co-fundadora da Associação Palas Athena, coordenadora do Comitê Paulista para a Década da Cultura de Paz – um programa da UNESCO. Recebeu da UNESCO o Diploma de Reconhecimento por sua contribuição na área de Direitos Humanos e Cultura de Paz durante as comemorações dos 60 anos da UNESCO.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

A menina mais linda do portão!

Bela
De cor de esmeralda:
Assim são os olhos
Do meu amor.

De um tom verde
Particularmente claro e brilhante,
Com uma porção desmaiada de azul.
Linda e calma
Assim são seus olhos
Ela,
Jamais a esquecerei
Para a vida toda a levarei

Assim são os olhos do meu amor
No verão, ha vi pela primeira vez.
Quente, calmo.
E nunca mais esqueci


Assim são os olhos de meu amor
Graças dos meus olhos.

Assim e o meu amor
Graça do meu coração.
Oh a menina mais linda do portão!

Leo Amaral-2009

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Sonny Boy Williamson II

Sonny Boy Williamson II

Por Helton Ribeiro

http://www.bluesnjazz.com.br/quem_fez_historia3.htm

Nome Verdadeiro: provavelmente Aleck Ford

Nascimento: provavelmente 05/12/1899 (Glendora, Mississipi)

Morte: 25/05/1965 (Helena, Arkansas)

Discos Recomendados: The Chess Years (Chess/Charly - 4 CDs), The Essential (MCA - duplo), King Biscuit Time (Arhoolie), Keep it to Ourselves (Storyville/Analogue), todos importados

O nome Sonny Boy Williamson I e II

http://whiplash.net/materias/bluesbeforesunrise/000192-sonnyboywilliamson.html

O nome Sonny Boy Williamson é conhecido em todos os anais do blues, sempre ligado à gaita de boca. Sonny Boy Williamson é sem duvida o gaitista de boca que mais influenciou outros músicos levando o instrumento a ser explorado como nunca antes fora. Qual é a confusão nisto? Eis a questão. Existem várias confusões feitas em relação ao seu nome. Para começar, existem dois Sonny Boy Williamson, o mais jovem sendo o original. Seu nome não é Rice Miller, como aparece na maioria dos discos e sim John L. Williamson, todavia não confunda-se com outro, este John A. Williamson, mais conhecido como Homesick James. Nem tampouco pense que o segundo S. B. Williamson a aparecer seja o Sonny Boy Williamson Jr., apelido dado a Clarence Anderson, adquirido pela sua admiração por Rice Miller........

O objetivo principal de Vicente:

O objetivo principal de Vicente:
criticar de uma forma cômica, mas nem por isso explícita e, assim, alterar os costumes de uma época marcada pela falta de valores que se estendeu até aos nossos dias, ou talvez corrigir os costumes, respeitando assim o ideal “ridendo castigat mores”.

Linguagem e poesia vicentinas

Linguagem e poesia vicentinas

As personagens de Gil Vicente falam um português variadíssimo (vulgar, médio, elegante ou pseudo-elegante, erudito ou pseudo-erudito, com muitos arcaísmos, que eram correntes na linguagem popular); falam também, com bastante freqüência, o espanhol (que era então uma língua internacional, como foi o italiano e depois o francês e o inglês) [13]; falam ainda, mais ocasionalmente, o saiaguês (dialeto rústico) e um latim de uso eclesiástico ou jurídico, muito estropiado e humorístico. É admirável como o poeta, em versos — belos versos cheios de ritmo e naturalidade —, consegue captar uma imensa variedade de registros de linguagem (linguagem rústica, linguagem nobre, linguagem afetada, linguagem semiculta, etc.), fazendo que cada personagem utilize as formas lingüísticas próprias de seu meio social. É essa adesão à linguagem falada em sua enorme diversidade que faz do teatro vicentino, além de um monumento de arte, também um documento lingüístico — um repositório de falas portuguesas do início do século XVI.
Todo o teatro de Gil Vicente é composto em versos rimados e revela impressionante virtuosismo na utilização dos redondilhos, [14] os mais freqüentes, e às vezes também dos versos mais longos, ditos de arte maior [15]. Na época, um outro tipo de verso se impunha como novidade — um verso que, oriundo do Renascimento italiano, se tornaria característico da poesia classicizante: o decassílabo então chamado medida nova (dez sílabas métricas com acentos predominantes na sexta e décima ou na quarta, oitava e décima). Gil Vicente jamais aderiu ao estilo renascentista e manteve-se fiel à medida velha — como eram chamados os tradicionais redondilhos. Nisto também ele reagiu contra as transformações em curso no seu tempo.
Como todo grande poeta dramático, Gil Vicente é também um notável poeta lírico [16], “um dos mais altos expoentes nacionais do gênero”, segundo João de Almeida Lucas [17]. Podem-se encontrar na obra vicentina exemplos das principais formas do lirismo tradicional português, ou seja, formas que a poesia lírica portuguesa conheceu antes da renovação iniciada por Sá de Miranda.
Notas:
[1] Gil Vicente, Trilogia delle Barche, tradução de Gianfranco Contini. Torino: Einaudi 1992, p. 81.
[2] Hans Sachs (1494-1576), sapateiro e poeta alemão, é um comediógrafo consagrado não apenas nas histórias da literatura, mas também, como personagem teatral, numa importante obra musical do século XIX: a ópera Os Mestres Cantores de Nurenberg, de Richard Wagner.
[3] O. M. Carpeaux, História da Literatura Ocidental. Rio de Janeiro: O Cruzeiro 1959, vol. I pp. 588 e 585.
[4] Alcoviteira: caftina. Regateira: vendedora ambulante, geralmente de peixes ou hortaliças. Ratinho: empregado da lavoura. Almocreve: condutor de animal de carga, carregador.
[5] L. S. Picchio, História do Teatro Português. Lisboa: Portugália 1969, p. 11.
[6] Os estudantes devem ter presente que aqui a palavra dramático é quase sinônima de teatral. Poeta dramático é aquele que escreve drama, no sentido genérico, ou seja, poesia para ser dita no palco por atores que representam as personagens. Portanto, a comédia — gênero central em Gil Vicente — é uma subdivisão do gênero dramático.
[7] A. J. Saraiva, “Prefácio”, Teatro de Gil Vicente. Lisboa: Portugália 19684, p. 9.
[8] Certamente essa primeira edição já foi objeto de alguma censura. A segunda edição, de 1586, foi de tal forma vitimada pelos censores que as mais de quarenta peças do autor estão nela reduzidas a apenas trinta e cinco, todas mutiladas. Depois, por dois séculos e meio, a obra do poeta não conheceu nova impressão.
[9] A. J. Saraiva, op. cit., pp. 14-15.
[10] A. J. Saraiva, op. cit., pp. 16-17, e “Gil Vicente e Bertold Brecht — O papel da ficção na descoberta da realidade”, Para a História da Cultura em Portugal. Lisboa: Europa-América 1967, pp. 307-323.
[11] A. M. Janeiro, O Teatro de Gil Vicente e o Teatro Clássico Japonês. Lisboa: Portugália 1967.
[12] O. M. Carpeaux, op. cit., p. 588. —
Gil Vicente

Ideologia vicentina

A crítica social de Gil Vicente procede — como é comum em comediógrafos — tanto de uma perspectiva desencantada sobre o presente, quanto de uma visão idealizada do passado. Assim sendo, pode-se dizer que o poeta tem um pé na Idade Média, cujos valores sociais, religiosos e morais ele parece defender como alternativa para a corrupção e decadência de seu tempo. Mas tal alternativa não é claramente proposta (nem isso seria de esperar da obra de um artista). Ao contrário, como observa A. J. Saraiva, “a sua crítica da sociedade feudal tem um critério moralista, e não oferece para ela qualquer alternativa”. Por outro lado, pode-se considerar que ele tem o outro pé em pleno período renascentista, pois sua crítica da Igreja pode ser fundamentada no programa reformista de Erasmo de Roterdam, o célebre autor do Elogio da Loucura (1511) e uma das mais importantes personalidades do Renascimento. Na linha de Erasmo, Gil Vicente combate o formalismo religioso e as práticas da Igreja de então, desde o obscurantismo e a corrupção dos padres até a venda de indulgências, muito discutida na época. Não obstante, talvez o erasmismo em Gil Vicente se deva mais à impregnação por um certo espírito da época do que ao conhecimento específico e adoção das idéias do humanista holandês. Pois, como observou Otto Maria Carpeaux, “assim como os poetas dos song books elisabetanos representam a Merry Old England [velha Inglaterra alegre] antes da invasão do puritanismo, assim Gil Vicente representa o velho Portugal alegre, antes da invasão do humanismo erudito” [12].
UM POEMA DE NATAL DE GIL VICENTE
BRANCA ESTAIS E COLORADA

Branca estais e colorada
Virgem sagrada
Em Belém, vila de amor
da rosa nasceu a flor
Virgem sagrada!
Em Belém, vila de amor
nasceu a rosa do rosal,
Virgem sagrada!
Da rosa nasceu a flor
para nosso Salvador:
Virgem sagrada!
Nasceu a rosa do rosal,
Deus e homem natural:
Virgem sagrada!

GIL VICENTE

continua/

. Pode-se dizer que o teatro popular de Gil Vicente expressa uma visão extremamente crítica da sociedade da época

Sem fazer distinção entre as classes sociais , coloca o autor em cena os erros e vaidades de ricos e pobres , nobres e plebeus ; censura a hipocrisia dos frades que não fazem o que pregam ; denuncia os exploradores do povo , sejam eles juízes ou sapateiros ; desnuda a imoralidade das alcoviteiras e satiriza os velhos sensuais ; ridiculariza os supersticiosos e os charlatães . No conjunto , seu teatro apresenta um vasto painel crítico das classes sociais do fim da Idade Média portuguesa . Tentando alcançar a consciência de cada homem , Gil Vicente deixa explícito em suas peças que seu objetivo não é apenas divertir mas sim destacar os vícios de uma sociedade cada vez mais materialistas e corrupta para reconduzi-la ao caminho do Bem .
Embora vivendo em pleno Renascimento , para Gil Vicente o homem não era a medida de todas as coisas .
além de poeta , Gil Vicente era pensador , e era cristão de fé medieval . Colocado nos umbrais do tempo moderno , emancipado , e só de leve atingido pelo bafo humanista do Renascimento com seus gozos intelectuais e aristocráticos , ele tinha sempre em mente o mundo do além ; preocupava-se com a salvação da alma e o bom emprego de cada dia do capítulo da vida que passamos neste mundo terrestre . Tinha simpatia pelos humildes , ingênuos e perseguidos ; antipatia pelos prevaricadores e devassos . "

CLASSIFICAÇÃO DA PEÇAS
Gil Vicente escreveu mais de quarenta peças , inclusive algumas em castelhano e outras bilíngües . Apenas para efeito didático , já que muitas delas não apresentam diferenças bem nítidas , podemos agrupar as principais em dois grupos , de acordo com sua preocupação dominante .
peças de crítica social : Quem te farelos ? - em que um escudeiro pobretão procura namorar uma certa moça mas é enxotado pela mãe desta ; Auto da Índia , que apresenta engajado nas expedições de ultramar ; Farsa de Inês Pereira , que aborda o tema da mulher impertinente , escolhe um tolo a quem possa enganar . É a ilustração do dito popular : "Mais quero asno que me leve que cavalo que me derrube ". O Velho da horta , em que se ridiculariza a paixão súbita de um velho por uma jovem . Outras peças : Farsa dos almocreves , Farsa do escudeiro etc .
peças religiosas : Auto da Mofina Mendes ( ou Os Mistérios da Virgem ) , cujo simbolismo fundamental é a oposição entre a transitoriedade das coisas terrenas e a esperança trazida aos homens pelo mistério da Encarnação ; Auto da alma, que apresenta o drama da luta da Alma humana na sua peregrinação terrena . Se ela não encontrasse proteção na "Santa Madre Igreja "teria cedido às seduções do diabo e perdido a vida eterna ; Triologia das barcas , composta de Auto da barca do inferno , Auto da barca do purgatório , Auto da barca da glória . Estas peças mostram as almas dos mortos à espera das embarcações que as levarão ao destino final . O ponto central é a acusação e defesa das almas nos diálogos com o diabo e com o anjo . A sátira social é marcante no Auto da barca do inferno . Outras peças : Breve sumário da história de Deus , auto da sibila Cassandra , Auto da feira , Auto da fé etc .
Há ainda outros tipos de peças , que podem ser reunidas da seguinte maneira : peças de temas romanescos , tais como Amadis de Gaula , D.Duardos e Comédia do viúvo , em que o assunto é extraído geralmente das novelas de cavalaria , tão populares naquele tempo ; autos pastoris , como Auto da visitação , Auto pastoril castelhano , Auto dos reis magos etc . , que colocam em cena pastores e pastoras , quase sempre desenvolvendo algum motivo religioso ; peças alegóricas , como Nau de amores , O Templo de Apolo , Cortes de Júpiter etc . , que são fantasias de assuntos variados .

Fonte: www.profabeatriz.hpg.ig.com.br

GIL VICENTE (1465 — 1536) GIL VICENTE

GIL VICENTE (1465 — 1536) GIL VICENTE

Perfil literário
Gil Vicente foi sem dúvida um homem que viveu um conflito interno, por conta da transição da idade Média para a Idade Moderna. Isso quer dizer que foi um homem ligado ao medievalismo e ao mesmo tempo ao humanismo, ou seja, um homem que pensa em Deus mais exalta o homem livre.
O Autor critica em sua obra, de forma impiedosa, toda a sociedade de seu tempo, desde os membros das mais altas classes sociais até os das mais baixas.
Contudo as personagens por ele criadas não se sobressaem como indivíduos. São sobretudo tipos que ilustram a sociedade da época, com suas aspirações, seus vícios e seus dramas (tipo é o nome dado aos personagens que apresentam características gerais de uma determinada classe social). Esses tipos utilizados por Gil Vicente raramente aparecem identificados pelo nome. Quase sempre, são designados pela ocupação que exercem ou por algum outro traço social (sapateiro, onzeneiro, ama, clérigo, frade, bispo, alcoviteira etc.). Ainda com relação aos personagens pode-se dizer que eles são simbólicos, ou seja, simbolizam vários comportamentos humanos.
Os membros da Igreja são alvo constante da crítica vicentina. É importante observar, no entanto, que o espírito religioso presente na formação do autor, jamais critica as instituições, os dogmas ou hierarquias da religião, e sim os indivíduos que as corrompem.
Acreditando na função moralizadora do teatro, colocou em cenas fatos e situações que revelam a degradação dos costumes, a imoralidade dos frades, a corrupção no seio da família, a imperícia dos médicos, as práticas de feitiçaria, o abandono do campo para se entregar às aventuras do mar.
A linguagem é o veículo que Gil melhor explora para conseguir efeitos cômicos ou poéticos. Escritas sempre em versos, as peças incorporam trocadilhos, ditos populares e expressões típicas de cada classe social.
A estrutura cênica do teatro vicentino apresenta enredos muito simples. Provavelmente as peças do teatrólogo eram encenadas no salão de festas do castelo real.
O teatro de Gil Vicente não segue a lei das três unidades básicas do teatro clássico (Grego e Romano) ação, tempo, espaço.
A ideologia das obras vicentinas apresentam sempre o confronto entre a idade Média e o Renascimento ou Medievalismo (Teocentrismo versus antropocentrismo).
As obras de Gil Vicente podem ser divididas em três fases distintas:
1ª fase (1502/1508)
- Juan del Encima
- Temas Religiosos
2ª fase (1508/1515) - Problemas sociais Decorrentes da expansão marítima Destacando:
- "O Velho da Horta" (obra de cunho hedonta);
- "Auto da Índia".

3ª fase (1516/1536) - Maturidade artística
- "Farsa de Inês Pereira", que tem como tema é a educação feminina;
- "Trilogia das Barcas", uma critica social e religiosa.

CARACTERÍSTICAS GERAIS
O caráter popular: Embora freqüentador da corte, Gil Vicente é um artista profundamente enraizado nas tradições populares. Em suas peças vemos desfilar toda a galeria de tipos humanos da sociedade portuguesa, de reis a camponeses, de clérigos a cavaleiros, de princesas a alcoviteiras . A poesia popular e os costumes folclóricos também são elementos de que se valeu Gil Vicente para a composição de seu teatro. A linguagem rica e variada das personagens , de acordo com sua origem e posição social , é outro aspecto importante da arte vicentina . Aliás, a riqueza e vivacidade do diálogo, elevando a palavra a um nível sem precedente na época, são a sua maior contribuição para o estabelecimento de um teatro literário português, bem distante das rústicas encenações de então.

O uso do verso não tornou artificial a linguagem teatral vicentina. Sabendo desenvolver com muita arte e inteligência as potencialidades da língua portuguesa ( e castelhana ) , Gil Vicente explora o trocadilho , os ditos populares , utiliza-se de falares regionais , aproveita ( como trovador que foi ) a beleza da linguagem das cantigas e a suavidade dos hinos religiosos .
Por outro lado , esses elementos estilísticos só são chamados à cena para que se representem , com mais fidelidade , as situações dos homens da época . O que interessa a Gil Vicente é a vida quotidiana , é a representação dos problemas de seu tempo . E aí passamos a outro aspecto da arte vicentina :a crítica social .

Fonte: www.mundocultural.com.br

Obra teatral de Gil Vicente pode ser didaticamente dividida em dois blocos:

Obra teatral de Gil Vicente pode ser didaticamente dividida em dois blocos:

Autos: peças teatrais de assunto religioso ou profano; sério ou cômico.
Os autos tinham a finalidade de divertir, de moralizar ou de difundir a fé cristã.
Os principais autos vicentinos são: Monólogo do Vaqueiro; Auto da Alma; Trilogia das Barcas (compreendendo: Auto da Barca do Inferno; Auto da Barca da Glória, Auto da Barca do purgatório); Auto da Feira, Auto da Índia e Auto da Mofina Mendes.
Farsas: são peças cômicas de um só ato, com enredos curtos e poucos personagens, extraídas do cotidiano.
Destacam-se Farsa do Velho da Horta, Farsa de Inês Pereira e Quem tem Farelos?
A obra vicentina completa contém aproximadamente 44 peças (17 escritas em português, 11 em castelhano e 16 bilingües).

GIL VICENTE (1465 — 1536) GIL VICENTE

GIL VICENTE (1465 — 1536) GIL VICENTE
“Ridendo castigat mores”,
Expressão latina que significa “a rir criticam-se os costumes”, é a frase que melhor resume a intenção e o estilo próprio de Gil Vicente, poeta e dramaturgo português do séc. XV, .
Gil Vicente é um caso raro, talvez único, na literatura de língua portuguesa: um autor sobre cuja importância os estudiosos estrangeiros são tão entusiásticos quanto (ou às vezes até mais do que) os próprios portugueses — e não porque os portugueses não lhe atribuam imenso valor! O maior obstáculo que impede um mais amplo reconhecimento da grandeza do poeta reside no desconhecimento da língua portuguesa, tanto em âmbito internacional quanto, paradoxalmente, em contextos nacionais (considerados os diversos países de língua portuguesa).
Quanto à situação internacional, um notável crítico e filólogo italiano, Gianfranco Contini, afirma que apenas o “fato de a portuguesa [...] ser a cinderela das literaturas impediu o reconhecimento, em plano europeu, de que este autêntico fundador do teatro ibérico é, em absoluto, uma das personalidades mais poéticas e livres da época do Renascimento”. Afastando-se da tendência portuguesa (e também brasileira) de conceder primazia inquestionável a Camões, Contini considera Gil Vicente “talvez o mais valoroso expoente” da literatura de Portugal. [1]
Pouco se sabe sobre a vida de Gil Vicente. Também chamado de o Plautus Português, o primeiro grande dramaturgo português, além de poeta de renome.
Pensa-se que terá nascido por volta de 1465, em Guimarães ou algures na Beira. -Portugal
Duas vezes casado, teve cinco filhos, dos quais os mais conhecidos são: Paula Vicente, que deixou fama de uma mulher invulgarmente culta, e Luís Vicente, que organizou a primeira Compilação das obras de seu pai
GIL VICENTE É
. Homem de teatro, parece ter também desempenhado as tarefas de músico, ator,poeta e encenador.
O teatro português não nasceu com Gil Vicente. Esse mito, criado por vários autores de renome, como Garcia de Resende, na sua Miscelânia, ou o seu próprio filho, Luís Vicente, por ocasião da primeira edição da "Compilação" do obra completa do pai, poderá justificar-se pela importância inegável do autor no contexto literário pensinsular, mas não é de todo verdadeiro já que existiam manifestações teatrais antes da noite de 7 para 8 de Junho de 1502, data da primeira representação do "Auto do vaqueiro" ou "Auto da visitação", nos aposentos da rainha.
Por mais de três décadas, Gil Vicente foi um dos principais animadores dos serões(Saraus) da corte, escrevendo, encenando e até representando mais de quarenta autos.
Sua mais famosa peça teatral foi a Trilogia das barcas, formada pelo Auto da barca do Purgatório, Auto da Barca do Inferno e Auto da barca da Glória. Outras importantes foram Farsa de Inês Pereira (1523) e Auto da Lusitânia (1532

O primeiro, o Monólogo do Vaqueiro (Auto da Visitação), data de 1502 e foi escrito e representado pelo próprio Gil Vicente na câmara da rainha, para comemorar o nascimento do príncipe D. João, futuro D. João III.
O último, Floresta de Enganos, foi escrito em 1536, ano que se presume seja o da sua morte.
O Auto da Sibila Cassandra, escrito em 1513, introduz os deuses pagãos na intriga e por isso é considerado por alguns como o marco inicial do Renascimento em Portugal.
ALGUNS autos foram impressos em vida do autor, sob a forma de folhetos - literatura de cordel -, mas a primeira edição do conjunto das suas obras só foi feita em 1562, organizada por seu filho Luís Vicente. Dessa primeira Compilação não constam três dos autos escritos por Gil Vicente, provavelmente por terem sido proibidos pela Inquisição. Aliás, o Index Librorum Prohibitorum (índice dos livros proibidos) de 1551 incluía já sete das obras de Gil Vicente.
É considerado um autor de transição entre a Idade Média e o Renascimento. De fato, a estrutura das suas peças e muitos dos temas tratados são desenvolvimentos do teatro medieval.
No entanto, alguns dos aspectos críticos apontam já para uma concepção humanista.
Em muitos dos seus autos defende concepções e valores tipicamente medievais, no aspecto religioso, por exemplo, mas outras vezes assume posições críticas muito próximas daquelas que eram defendidas pelos humanistas europeus.
Em 1531, em carta ao rei, defendeu firmemente os cristãos-novos a quem era atribuída a responsabilidade pelo terremoto de Santarém. Também no Auto da Índia apresenta uma visão anti-épica da expansão ultramarina, pondo em evidência as motivações materialistas de muitos dos seus agentes.
Revela um gênio dramático invulgar, capaz de procurar e encontrar soluções técnicas à medida das necessidades. Nesse sentido Gil Vicente pode ser encarado como o verdadeiro criador do teatro nacional, escreveu mais de quarenta peças, inclusive algumas em castelhano e outras bilíngües. Apenas para efeito didático, já que muitas delas não apresentam diferenças bem nítidas.

E considerado,o pai do teatro português, ou mesmo do teatro ibérico já que também escreveu em castelhano - partilhando a paternidade da dramaturgia espanhola com Juan del Encina.
. Foi, o principal representante da literatura renascentista portuguesa, anterior a Camões, incorporando elementos populares na sua escrita que influenciou, por sua vez, a cultura popular portuguesa
A obra vicentina é tida como reflexo da mudança dos tempos e da passagem da Idade Média para o Renascimento, fazendo-se o balanço de uma época onde as hierarquias e a ordem social eram regidas por regras inflexíveis, para uma nova sociedade onde se começa a subverter a ordem instituída, ao questioná-la.
A dimensão e a riqueza da sua obra constituem um retrato vivo da sociedade portuguesa, nas primeiras décadas do século XVI,(16) onde estão presentes todas as classes sociais, com os seus traços específicos e os seus vícios, bem como muitos dos problemas que preocupavam os homens do seu tempo. Também no aspecto lingüístico o valor documental da sua obra é inestimável. Constitui seguramente a melhor fonte de informação de que dispomos sobre os falares do início do século XVI.



: www.mundocultural.com.br

Pesquiza/fontes diversas

Entenda o que é a camada pré-sal

Entenda o que é a camada pré-sal

Marcelo Netto Rodrigues


A chamada camada pré-sal é uma faixa de 800 quilômetros de extensão por 200 quilômetros de largura que vai do litoral de Santa Catarina ao do Espírito Santo situada a 7 mil metros abaixo da superfície do mar.
O petróleo encontrado nesta área, que engloba três bacias sedimentares (Santos, Campos e Espírito Santo), é de qualidade superior àquele comumente extraído da camada pós-sal, que fica acima da extensa camada de sal de 2 mil metros de espessura que dá nome às duas camadas.
A Petrobras não descarta a hipótese de que toda a camada pré-sal seja interligada, e suas reservas sejam, como os técnicos chamam, unitizadas, formando assim um imenso campo único de petróleo submerso.
Se as reservas do pré-sal de fato estiverem interligadas, o governo estuda a criação de um novo marco regulatório que estabeleça cotas de extração para evitar que o petróleo seja “sugado” de áreas não licitadas.
As nove áreas de pré-sal já leiloadas na Bacia de Santos também seriam afetadas pela medida. Oito pertencentes à Petrobras e sócios privados e uma à ExxonMobil.
Sócios privados
A Petrobras não perfura os poços sozinha. Das 48 áreas (entre pós-sal e pré-sal) exploradas na Bacia de Santos, por exemplo, só dez são exploradas com exclusividade pela empresa.

A descoberta do campo de Tupi, por exemplo, única área do pré-sal cujas reservas foram dimensionadas por meio de testes de produção até o momento, foi feita por um consórcio que inclui a britânica BG (que vai ficar com 25% do que o campo produzir), a portuguesa Galp Energia (que ficará com 10%) e a Petrobras (que terá direito a 65%). O mesmo acontecendo com os outros campos, com percentuais e empresas diferentes.
Além do Tupi, que só deve atingir seu pico de produção a partir de 2017, já foram descobertos no pré-sal da Bacia de Santos os campos: Iara, Carioca, Júpiter, Caramba, Bem-Te-Vi, Parati, Guará e Ogum.
Mamute”
Apesar da histeria atual em torno do pré-sal, a discussão sobre sua potencialidade não é nova. Desde meados dos anos de 1970, os geólogos da Petrobras apostavam na existência de um “mamute” de petróleo na camada – forma como são chamados os campos gigantes pelos especialistas –, mas não dispunham de tecnologia adequada para sua prospecção.

No final da década, em 1979, a empresa conseguiu perfurar poços que alcançaram o pré-sal na bacia de Campos, mas as descobertas confirmadas não foram significativas.
As expectativas de se encontrar uma considerável quantidade de petróleo após a camada de sal ressurgiram com mais força em 2005, com o anúncio da descoberta do megacampo de Tupi, uma reserva estimada pela Petrobras de 5 a 8 bilhões de barris de petróleo.
Números
No momento, há uma enorme especulação sobre quantos barris de petróleo pode conter o pré-sal. Uma estimativa não-ufanista feita pelo Credit Suisse, fala em algo entre 30 e 50 bilhões de barris – o que já aumentaria em cerca de quatro vezes as reservas provadas brasileiras, que contavam com 12,1 bilhões de barris em janeiro deste ano.
Mas os números podem ser ainda maiores. Alguns acreditam que o pré-sal poderia esconder no mínimo 100 bilhões de barris – o que colocaria o Brasil em 6º lugar entre as maiores reservas de petróleo do mundo.
Já outros, como um ex-diretor da Agência Nacional do Petróleo, Newton Monteiro, chegam a afirmar que o pré-sal pode guardar 338 bilhões de barris, o que faria do Brasil o maior detentor de reservas provadas do mundo, superando de longe a Arábia Saudita – hoje com 264 bilhões de barris.
Para efeito comparativo, se o preço por barril de petróleo cair para US$ 100 dólares, os 338 bilhões de barris dariam uma renda em potencial de US$ 33,8 trilhões de dólares. Quase três vezes o PIB dos Estados Unidos ou 19 vezes o PIB brasileiro.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

http://www.colegiosaofrancisco.com.br/alfa/gil-vicente/gil-vicente-3.php

Auto da Barca do Inferno

Gil Vicente


http://pre-vestibular.arteblog.com.br/36497/APONTAMENTOS-a-respeito-de-Gil-Vicente-e-o-Auto-da-Barca-do-Inferno/
dupond.ci.uc.pt
UM POEMA DE NATAL DE GIL VICENTE
BRANCA ESTAIS E COLORADA

Branca estais e colorada
Virgem sagrada
Em Belém, vila de amor
da rosa nasceu a flor
Virgem sagrada!
Em Belém, vila de amor
nasceu a rosa do rosal,
Virgem sagrada!
Da rosa nasceu a flor
para nosso Salvador:
Virgem sagrada!
Nasceu a rosa do rosal,
Deus e homem natural:
Virgem sagrada!

GIL VICENTE
http://trajes.no.sapo.pt/FigurinosTeatro1.secXV.XVI.htm
http://pre-vestibular.arteblog.com.br/51571/TEATRO-VICENTINO/

terça-feira, 9 de junho de 2009

"Quando escrevo, repito o que já vivi antes. E para estas duas vidas, um léxico só não é suficiente. Em outras palavras, gostaria de ser um crocodilo vivendo no rio São Francisco. Gostaria de ser um crocodilo porque amo os grandes rios, pois são profundos como a alma de um homem. Na superfície são muito vivazes e claros, mas nas profundezas são tranqüilos e escuros como o sofrimento dos homens."

"Eu sou é eu mesmo, divêrjo de todo mundo. Eu quase que não sei de nada, mas desconfio de muita coisa."


: Deus nos dá pessoas e coisas, para aprendermos a alegria... Depois, retoma coisas e pessoas para ver se já somos capazes da alegria sozinhos... Essa... a alegria que ele quer

João Guimarães Rosa
'De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto'.

Rui Barbosa

Machado de Assis

Machado de Assis


Primeiro poema publicado por Machado de Assis aos 16 anos de idade.
Em 12 de janeiro de 1855.

ELA

Seus olhos que brilham tanto,
Que prendem tão doce encanto,
Que prendem um casto amor
Onde com rara beleza,
Se esmerou a natureza
Com meiguice e com primor

Suas faces purpurinas
De rubras cores divinas
De mago brilho e condão;
Meigas faces que harmonia
Inspira em doce poesia
Ao meu terno coração!

Sua boca meiga e breve,
Onde um sorriso de leve
Com doçura se desliza,
Ornando purpúrea cor,
Celestes lábios de amor
Que com neve se harmoniza.

Com sua boca mimosa
Solta voz harmoniosa
Que inspira ardente paixão,
Dos lábios de Querubim
Eu quisera ouvir um -sim-
P’ra alívio do coração!
Vem, ó anjo de candura,
Fazer a dita, a ventura
De minh’alma, sem vigor;
Donzela, vem dar-lhe alento,
“Dá-lhe um suspiro de amor!”


ASSIS, Machado de, 1839 – 1908

segunda-feira, 8 de junho de 2009

os Mutantes

Dois Mil E Um

informe o(s) compositor(es)
Astronauta libertado
Minha vida me ultrapassa
Em qualquer rota que eu faça
Dei um grito no escuro
Sou parceiro do futuro
Na reluzente galáxia

Eu quase posso palpar
A minha vida que grita
Emprenha e se reproduz
Na velocidade da luz
A cor do céu me compõe
mar azul me dissolve
A equação me propõe
Computador me resolve

Astronauta... (refrão)

Amei a velocidade
Casei com sete planetas
Por filho, cor e espaço
Não me tenho nem me faço
A rota do ano-luz
Calculo dentro do passo
Minha dor é cicatriz
Minha morte não me quis

Astronauta...(refrão)

Nos braços de dois mil anos
Eu nasci sem Ter idade
Sou casado sou solteiro
Sou baiano e estrangeiro
Meu sangue é de gasolina
Correndo não tenho mágoa
Meu peito é de sal de fruta
Fervendo no copo d'água

Letras de Itamar Assumpção

"Já tive muitos critérios, hoje só vários delírios"




Idéia Fixa

informe o(s) compositor(es)
Um canto desesperado
Vai rasgando minha vida
Não posso ficar calado
Permitindo que se diga
Assim de mim por aí
Pirou de vez isso aquilo vive infeliz
Desvio da natureza é incapaz
Só pode ser por drogas demais
Alcoolismo, pura fraqueza
Tem noite sinto no peito
Uns dez balaios de gatos todos pretos
Ave maria credo em cruz
Esconjuro clamo jesus
Rezo, canto como se cantasse
Um hino ou um blues
Como alberta hunter clementina de jesus
Eterno amor peito em chamas arde tanto
Quem é que te destina ternuras
A dor vai dar misteriosamente na mesma certeza
Ser uma sina a loucura
Eu enchi de contras até a tampa meu baú
Só com tragédias urbanas gregas e troianas
Coloco meu sobretudo sobre mim lhufas quero saber
Sobre nada disso ou daquilo
Nem mel nem fel
Simples sou o maior trivial de que se têm notícias
Quem sou porém convém explicar muito bem meu bem
Eu vou dizer de uma vez por todas
Já tive muitos critérios
Hoje só vários delírios ativos cultivo em mim
Resolvi levar a sério o riso
Ao sair dum cemitério e eu estava bem vivo
Quem sou eu ainda não sei que canto porque gosto
Talvez negócio de quem não tem bom juízo
Mas lembrem-se astronautas eram deuses
Rola, existe disco laser, outros mundos, outras galáxias
Nunca foi a teoria idêntica com a prática
Som luz luz som
Acendo com fósforos velas contra as forças ocultas
Nos vídeos, nos palcos
O que alimenta uma amizade ou um carinho é a importância que oferecemos ou retiramos das pessoas. Alguns amigos não valem uma piada, outros entedem a piada que você fez. Prefiro os que entendem as minha piadas, porque esses compreeendem meu dialeto.

Luis Carlos Bueno

http://carlosbueno.zip.net/arch2008-03-16_2008-03-22.html

A Arte de Perder

A Arte de Perder - Elizabeth Bishop

A arte de perder não é nenhum mistério;tantas coisas contêm em si o acidente de perdê-las, que perder não é nada sério.
Perca um pouquinho a cada dia. Aceite, austero, a chave perdida, a hora gasta bestamente.A arte de perder não é nenhum mistério.
Depois perca mais rápido, com mais critério: lugares, nomes, a escala subseqüente da viagem não feita. Nada disso é sério.
Perdi o relógio de mamãe. Ah! E nem quero lembrar a perda de três casas excelentes. A arte de perder não é nenhum mistério.
Perdi duas cidades lindas. E um império que era meu, dois rios, e mais um continente.Tenho saudade deles. Mas não é nada sério.
- Mesmo perder você (a voz, o riso etéreo que eu amo) não muda nada. Pois é evidente que a arte de perder não chega a ser mistério por muito que pareça (Escreve!) muito sério.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

http://carlosbueno.zip.net/arch2009-05-31_2009-06-06.html

segunda-feira, 1 de junho de 2009

domingo, 31 de maio de 2009

Juan Valverde Amusco (1525-1588).

As ilustrações anatômicas produzidas durante o Renascimento são verdadeiras obras de arte. Esta é uma de minhas preferidas, não só por ser elegantemente mórbida, mas também pelas peculiaridades de seu autor, Juan Valverde Amusco (1525-1588).


Amusco foi um espanhol que estudou medicina em Roma e Pádua. A ilustração acima é do seu livro Anatomia del cuerpo humano (Roma, 1560). Do ponto de vista técnico, Amusco inovou. Foi o primeiro a usar a gravura em metal (cobre) para imprimir ilustrações anatômicas. Antes dele isso era feito em xilogravura, que não permite traços tão finos.

O problema do médico espanhol foi a falta de estilo e, pior, o plágio descarado. Ele copiou várias ilustrações de Andreas Vesalius, cujo De humani corporis fabrica, de 1543, é um dos livros mais sensacionais de todos os tempos. Tornaram-se inimigos, obviamente.

A imagem acima não é um plágio de Vesalius, em compensação tem uma "referência" a Michelângelo para lá de explícita. A face que pende da mão do modelo lembra muito a que aparece segurada por São Bartolomeu de O juízo final, da Capela Sistina ) e que, dizem, seria um auto-retrato do próprio Michelangelo.
http://historiasdamedicina.blogspot.com/2008/09/amusco-um-plagiador-renascentista.html

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Cantigas de Amigo

Cantigas de Amigo
Constituem a variedade mais importante e original da nossa produção lírica da Idade Média, estas composições que se enquadram na poesia trovadoresca, mas que incluem a particularidade de conferirem estatuto de enunciação à mulher, embora sejam sujeitos masculinos a compô-las.

Um tipo peculiar de cantigas de amigo é o das paralelísticas, que aliam uma simplicidade de motivos e recursos semânticos ao elaborado arranjo da sua expressão, através de um esquema de repetitividade que enriquece o sentido pelo tom de litania e sugestão encantatória, muitas vezes magoada, perplexa ou interrogativa, que cria. Típicas da poesia galaico-portuguesa, encontram-se também nas cantigas de amor e noutras variedades poéticas medievais, persistindo até muito tarde na literatura medieval. O rei D. Dinis é um dos seus mais famosos cultores

A) Cantigas líricas Amigo

· O trovador coloca-se no lugar da mulher que sofre pelo amado que partiu.
· mulher concreta-real.
· conversa com a natureza.
· popular - mulher camponesa.
· uso do termo “amigo” = namorado, amante, marido.
· paralelismo e refrão.
O trovador coloca como personagem central uma mulher da classe popular, procurando expressar o sentimento feminino através de tristes situações da vida amorosa das donzelas. Pela boca do trovador, ela canta a ausência do amigo ( amado ou namorado) e desabafa o desgosto de amar e ser abandonada, em razão da guerra ou de outra mulher. Nesse tipo de poema, a moça conversa e desabafa seus sentimentos de amor com a mãe, as amigas, as árvores, as fontes, o mar, os rios, etc. É de caráter narrativo e descritivo e constituem um vivo retrato da vida campestre e do cotidiano das aldeias medievais na região.

Cantiga de amigo é um tipo de poesia trovadoresca, ou seja, é um gênero que pertence às primeiras manisfestações literárias em língua portuguesa. Nele, o poeta coloca-se no lugar da amada como se ela narrassse o amor que dedica ao amigo (o homem que ela ama). Pode-se dizer que a cantiga de amigo é composta de dísticos (unidades formadas de dois versos), e sua unidade rítmica é um par de dísticos os quais dizem basicamente a mesma coisa. Coyta é uma palavra fundamental na lírica trovadoresca, significa "sofrimento de quem ama". Esse termo está ligado à palavra moderna coitado, que quer dizer "mísero, desgraçado, infeliz".
Coito, grafado coyto, numa imitação de ortografia antiga, significa 'cópula, união sexual'. Na verdade essas duas palavras não têm na origem nenhum parentesco, têm apenas uma semelhança fonética. A partir desses conhecimentos de mundo e da linguagem, podemos atribuir um sentido global ao poema: uma cantiga de amigo constrói-se com os seguintes elementos mínimos ( minicantiga): no plano do conteúdo, uma mulher e um homem ( uma palavra é feminina e outra masculina; são em tudo semelhantes, exceto no a/o finais , marcas do feminino e do masculino), o sofrimento do amor (coyta) e a união sexual dos amantes (coyto); no plano de expressão o dístico.
Para se construir uma cantiga de amigo em uma poesia trovadoresca é necessário a expressão completa da mulher pelo seu amigo que é seu amante.
Na poesia trovadoresca existem a cantiga de amigo, amor, escárnio e mal dizer.Em literatura portuguesa ocorre exatamente o contrário. As cantigas de amigo exaltava o amor que a amada tinha pelo seu amigo, amante.
Assim, o poema acima analisado ensina o mínimo indispensável para a construção de uma cantiga de amigo.

Os cientistas renascentistas

Os cientistas renascentistas
A medicina universitária, seguidora dos ensinamentos clássicos, encontrou no alemão Philippus Aureolus Theophrastus Bombastus von Hohenheim, conhecido como Paracelso, um ferrenho inimigo. Dedicou-se ao estudo da medicina, magia e alquimia, sendo defensor de uma medicina baseada em novos conceitos, diversos dos ensinados por Galeno.
Paracelso desenvolveu inúmero preparado farmacêutico, optando por fórmulas mais simples e com ingredientes provenientes da natureza. Utilizou inúmeras substâncias minerais, como enxofre, mercúrio, chumbo, cobre, ferro e antimônio . . Seu admirável conhecimento prático refletiu-se em suas obras sobre cirurgias e farmacologia, tendo sido responsável pela introdução de muitas drogas medicinais.
Jean Fernel (1497-1558), autor dos termos fisiologia e patologia, cujos ensinamentos reunidos na obra Universa medica permaneceram válidos por dois séculos.
.
Gerolamo Fracastoro que praticou a medicina em Verona durante 20 anos, foi o primeiro a descrever o tifo como uma doença diversa da praga, e citou a tuberculose como uma doença infecciosa.
Ambroise Paré (1517-1590), inicialmente um barbeiro-cirurgião em Paris ,médico do exército, foi considerado o maior cirurgião da Renascença.Aboliu a cauterização das feridas e defendeu a ligadura de artérias para controlar as hemorragias. Transformou-se no ídolo dos soldados ao abandonar a prática de utilizar óleo fervente para cicatrizar as feridas, método que produzia dores insuportáveis e extensas áreas de inflamação e necrose tecidual.
Na Renascença observou-se formidável avanço da obstetrícia, sendo publicados muitos livros escritos em idiomas As diversas publicações sobre obstetrícia foram acompanhadas de numerosas obras sobre pediatria, como a obra inglesa de Thomas Phayre, Book of children (Livro das crianças) e a obra italiana De morbis puerorum (Sobre as doenças das crianças).
Nicolo da Lonigo, que escreveu e traçou um retrato clínico da sífilis e criou uma escola em Ferrara, sendo um eminente clínico.
Geronimo Cardano, que também era matemático, astrólogo, músico, jogador e autor de uma das maiores autobiografias renascentistas, De vita própria, pode ser considerado um pioneiro da Psiquiatria, quando descreveu a imoralidade como uma moléstia do espírito, distinguindo os que realmente são cruéis (perversos) dos que agem erroneamente apenas através da veemência de sua paixão (perfidi).
Thomas Linagre levou seus conhecimentos da Itália para Oxford e Cambridge, e fundou o Colégio Real dos Médicos de Londres.
O médico espanhol Miguel de Servet descobriu a pequena circulação entre o coração e os pulmões
Francis Glisson (1597-1677) descreveu em detalhes o fígado, o estômago e o intestino. Apesar de seus pontos de vista sobre a biologia serem basicamente aristotélicos, teve também concepções modernas, como a que se refere aos impulsos nervosos responsáveis pelo esvaziamento da vesícula biliar.

Thomas Wharton (1614-1673) deu um grande passo ao ultrapassar a velha e comum idéia de que o cérebro era uma glândula que secretava muco (sem dúvida, continuou acreditando que as lágrimas se originavam ali descreveu as características diferenciais das glândulas digestivas, linfáticas e sexuais . Uma importante contribuição foi distinguir entre glândulas de secreção interna (chamadas hoje endócrinas), cujo produto cai no sangue, e as glândulas de secreção externa (exócrinas), que descarregam nas cavidades.
Niels Steenson, em 1611, estabeleceu a diferença entre tipo de glândula e os nódulos linfáticos (que recebiam o nome de glândula apesar de não fazer parte do sistema). Considerava que as lágrimas provinham do cérebro. A nova concepção dos sistemas de transporte do organismo que se obteve graças às contribuições de muitos investigadores ajudou a resolver os erros da fisiologia galênica referentes à produção de sangue.

Gasparo Aselli (1581-1626) descobriu que após a ingestão abundante de comida o peritônio e o intestino de um cachorro se cobriam de umas fibras brancas que, ao serem seccionadas, extravasavam um líquido esbranquiçado. Tratava-se dos capilares quilíferos. Até a época de Harvey se pensava que a respiração estimulava o coração para produzir espíritos vitais no ventrículo direito. Harvey, porém, demonstrou que o sangue nos pulmões mudava de venoso para arterial, mas desconhecia as bases desta transformação. A explicação da função respiratória levou muitos anos, mas durante o século XVII foram dados passos importantes para seu esclarecimento.
Robert Hook (1635-1703) demonstrou que um animal podia sobreviver também sem movimento pulmonar se inflássemos ar nos pulmões.
Richard Lower (1631-1691) foi o primeiro a realizar transfusão direta de sangue, demonstrando a diferença de cor entre o sangue arterial e o venoso, a qual se devia ao constato com o ar dos pulmões.
John Mayow (1640-1679) afirmou que a vermelhidão do sangue venoso se devia à extração de alguma substância do ar. Chegou à conclusão de que o processo respiratório não era mais que um intercâmbio de gases do ar e do sangue; este cedia o espírito nitroaéreo e ganhava os vapores produzidos pelo sangue.
Em 1664 Thomas Willis (1621-1675) publicou De Anatomi Cerebri sem dúvida o compêndio mais detalhado sobre o sistema nervoso. Seus estudos anatômicos ligaram seu nome ao círculo das artérias da base do cérebro, ao décimo primeiro par craniano e também a um determinado tipo de surdez. Contudo, sua obsessão em localizar no nível anatômico os processos mentais o fez chegar a conclusões equívocas; entre elas, que o cérebro controlava os movimentos do coração, pulmões, estômago e intestinos e que o corpo caloso era assunto da imaginação.












































ANATONIA

Ao te curvares com a rígida lâmina de teu bisturi
Sobre o cadáver desconhecido,
Lembra-te que este corpo nasceu do amor de duas almas,
Cresceu embalado pela fé e pela esperança daquela que em seu seio o agasalhou.
Sorriu e sonhou os mesmos sonhos das crianças e dos jovens.
Por certo amou e foi amado, esperou e acalentou um amanhã feliz e
Sentiu saudades dos outros que partiram.
Agora jaz na fria lousa, sem que por ele se tivesse derramado uma lágrima sequer,
Sem que tivesse uma só prece.
Seu nome, só Deus sabe.
Mas o destino inexorável deu-lhe o poder e a grandeza de servir à humanidade.
A humanidade que por ele passou indiferente “·(Rokitansky, )”.

Anatomia Renascentista

Anatomia Renascentista

Anatomia é o ramo da biologia no qual se estudam a estrutura e organização dos seres vivos, tanto externa quanto internamente
Com o Renascimento, o bolonhês Mondino de Luzzi (c.1275-1326) pôde escrever o primeiro livro ocidental dedicado apenas à anatomia, devido à retomada dos estudos de textos greco-romanos (Galeno) e árabes (Avicena) sobre medicina.O Renascimento é considerado fundamental na evolução da medicina, caracterizada pelo racionalismo científico, fundamentado nas experimentações e no espírito crítico.A medicina da época caracterizou-se pelo racionalismo científico, fundamentado nas experimentações e no espírito crítico. Durante o século XVI, as universidades italianas, francesas e alemãs libertaram-se gradualmente dos credos e ensinamentos eclesiásticos. Contribuiu enormemente para o desenvolvimento da medicina.Os médicos renascentistas eram humanistas e letrados, pertenciam a classes privilegiadas e tinham estudado em importantes universidades.
A anatomia e a cirurgia, até então ensinadas em conjunto, a partir de 1570 tornaram-se disciplinas autônomas.
O clima geral do Renascimento favoreceu o progresso dos estudos anatômicos. A descoberta de textos gregos sobre o assunto, e a influência dos pensadores humanistas, levou a Igreja a ser mais condescendente com a dissecação de cadáveres.



Artistas como Michelangelo, Leonardo da Vinci e Rafael mostraram grande interesse sobre a estrutura do corpo humano.Michelangelo Buonarroti, pintor, escultor, poeta e arquiteto tendo atingido o ápice entre a força e o dinamismo do corpo humano usava modelos vivos para capturar a realidade. Numa cela no mosteiro de Santo Spirito, dissecava cadáveres obtidos de coveiros em troca de suas estatuetas. À luz de uma vela inserida no umbigo do cadáver, estudava os músculos, tendões e ligamentos.
Da Vinci acreditava que a verdade anatômica na arte só poderia ser atingida na mesa de dissecação. Dissecou talvez, meia dúzia de cadáveres Com suas próprias mãos, ele buscou a estrutura anatômica, mediu com um goniômetro (instrumento destinado à medição de ângulos), calculou as proporções do organismo e reduziu-as a fórmulas matemáticas. Das 6 mil páginas cuidadosamente escritas de seu diário, Da Vinci dedicou 190 à anatomia (750 desenhos), sendo 50 a respeito do coração. Indo contra a crença galênica, demonstrou que o coração era um músculo e descreveu duas novas cavidades, as aurículas, observou sua contração e dilatação e assim identificou a sístole e diástole. Dessecaram mais de 30 cadáveres e fez um tratado de 120 volumes, estudando os ventrículos cerebrais, a pleura e os pulmões. Seus desenhos demonstram que ele foi o criador da ilustração médica e da arte de desenhar em anatomia e fisiologia, podendo ser considerado, do ponto de vista histórico, o pai da anatomia.
O maior anatomista da época foi o médico flamengo André Vesalius, cujo nome real era Andreas Vesaliusum dos maiores contestadores da obscurantista tradição de Galeno. Dissecou cadáveres durante anos, em Pádua, e descreveu detalhadamente suas descobertas. “De Humani Corporis Fabrica”, publicado em Basiléia em 1543, foi o primeiro texto anatômico baseado na observação direta do corpo humano e não no livro de Galeno. Este método de pesquisa lhe dava muita autoridade e, não obstante as duras polêmicas que precisou enfrentar, seus ensinamentos suscitaram a atenção de médicos, artistas e estudiosos. Entretanto, provavelmente as técnicas de dissecação e preservação das pecas anatômicas da época não permitiam um processo mais detalhado e minucioso, incorrendo Vesalius em alguns erros, talvez pela necessidade de dessecações mais rápidas.
Além das Tabulae Sex, Versalius foi autor de De Humani Corporis Fabrica, libri septem (mais conhecido como Fabrica), sua principal obra, que foi concluída em 1543 após inúmeras dissecações de cadáveres humanos. É uma espécie de atlas do corpo humano ricamente ilustrado, dividida em sete partes – ossos (Livro 1), músculos (Livro 2), sistema circulatório (Livro 3), sistema nervoso (Livro 4), abdômen (Livro 5), coração e pulmões (Livro 6) e cérebro (Livro 7).
*Entre seus discípulos, continuadores de sua obra, estão
Gabriele Fallopio, célebre por seus estudos sobre órgãos genitais, tímpanos e músculos dos olhos, e
Fabrizio d’Acquapendente, que fez construir o Teatro Anatômico, em Pádua A D’Acquapendente se deve, ainda, a exata descrição das válvulas das veias.
A partir de então, o desenvolvimento da anatomia acelerou-se.
Berengario da Carpi estudou o apêndice e o timo,
Bartolomeu Eustáquio os canais auditivos.
A nova anatomia do Renascimento exigiu a revisão da ciência.
O inglês William Harvey, educado em Pádua, combinou a tradição anatômica italiana com a ciência experimental que nascia na Inglaterra. Seu livro a respeito, publicado em 1628, trata de anatomia e fisiologia. Ao lado de problemas de dissecação e descrição de órgãos isolados, estuda a mecânica da circulação do sangue, comparando o corpo humano a uma máquina hidráulica.
O aperfeiçoamento do microscópio (por Leeuwenhoek) ajudou Marcello Malpighi a provar a teoria de Harvey, sobre a circulação do sangue, e também a descobrir a estrutura mais íntima de muitos órgãos. Introduzia-se, assim, o estudo microscópico da anatomia. Gabriele Aselli punha em evidência os vasos linfáticos;
Bernardino Genga falava, então, em “anatomia cirúrgica”.