quarta-feira, 27 de maio de 2009

Os cientistas renascentistas

Os cientistas renascentistas
A medicina universitária, seguidora dos ensinamentos clássicos, encontrou no alemão Philippus Aureolus Theophrastus Bombastus von Hohenheim, conhecido como Paracelso, um ferrenho inimigo. Dedicou-se ao estudo da medicina, magia e alquimia, sendo defensor de uma medicina baseada em novos conceitos, diversos dos ensinados por Galeno.
Paracelso desenvolveu inúmero preparado farmacêutico, optando por fórmulas mais simples e com ingredientes provenientes da natureza. Utilizou inúmeras substâncias minerais, como enxofre, mercúrio, chumbo, cobre, ferro e antimônio . . Seu admirável conhecimento prático refletiu-se em suas obras sobre cirurgias e farmacologia, tendo sido responsável pela introdução de muitas drogas medicinais.
Jean Fernel (1497-1558), autor dos termos fisiologia e patologia, cujos ensinamentos reunidos na obra Universa medica permaneceram válidos por dois séculos.
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Gerolamo Fracastoro que praticou a medicina em Verona durante 20 anos, foi o primeiro a descrever o tifo como uma doença diversa da praga, e citou a tuberculose como uma doença infecciosa.
Ambroise Paré (1517-1590), inicialmente um barbeiro-cirurgião em Paris ,médico do exército, foi considerado o maior cirurgião da Renascença.Aboliu a cauterização das feridas e defendeu a ligadura de artérias para controlar as hemorragias. Transformou-se no ídolo dos soldados ao abandonar a prática de utilizar óleo fervente para cicatrizar as feridas, método que produzia dores insuportáveis e extensas áreas de inflamação e necrose tecidual.
Na Renascença observou-se formidável avanço da obstetrícia, sendo publicados muitos livros escritos em idiomas As diversas publicações sobre obstetrícia foram acompanhadas de numerosas obras sobre pediatria, como a obra inglesa de Thomas Phayre, Book of children (Livro das crianças) e a obra italiana De morbis puerorum (Sobre as doenças das crianças).
Nicolo da Lonigo, que escreveu e traçou um retrato clínico da sífilis e criou uma escola em Ferrara, sendo um eminente clínico.
Geronimo Cardano, que também era matemático, astrólogo, músico, jogador e autor de uma das maiores autobiografias renascentistas, De vita própria, pode ser considerado um pioneiro da Psiquiatria, quando descreveu a imoralidade como uma moléstia do espírito, distinguindo os que realmente são cruéis (perversos) dos que agem erroneamente apenas através da veemência de sua paixão (perfidi).
Thomas Linagre levou seus conhecimentos da Itália para Oxford e Cambridge, e fundou o Colégio Real dos Médicos de Londres.
O médico espanhol Miguel de Servet descobriu a pequena circulação entre o coração e os pulmões
Francis Glisson (1597-1677) descreveu em detalhes o fígado, o estômago e o intestino. Apesar de seus pontos de vista sobre a biologia serem basicamente aristotélicos, teve também concepções modernas, como a que se refere aos impulsos nervosos responsáveis pelo esvaziamento da vesícula biliar.

Thomas Wharton (1614-1673) deu um grande passo ao ultrapassar a velha e comum idéia de que o cérebro era uma glândula que secretava muco (sem dúvida, continuou acreditando que as lágrimas se originavam ali descreveu as características diferenciais das glândulas digestivas, linfáticas e sexuais . Uma importante contribuição foi distinguir entre glândulas de secreção interna (chamadas hoje endócrinas), cujo produto cai no sangue, e as glândulas de secreção externa (exócrinas), que descarregam nas cavidades.
Niels Steenson, em 1611, estabeleceu a diferença entre tipo de glândula e os nódulos linfáticos (que recebiam o nome de glândula apesar de não fazer parte do sistema). Considerava que as lágrimas provinham do cérebro. A nova concepção dos sistemas de transporte do organismo que se obteve graças às contribuições de muitos investigadores ajudou a resolver os erros da fisiologia galênica referentes à produção de sangue.

Gasparo Aselli (1581-1626) descobriu que após a ingestão abundante de comida o peritônio e o intestino de um cachorro se cobriam de umas fibras brancas que, ao serem seccionadas, extravasavam um líquido esbranquiçado. Tratava-se dos capilares quilíferos. Até a época de Harvey se pensava que a respiração estimulava o coração para produzir espíritos vitais no ventrículo direito. Harvey, porém, demonstrou que o sangue nos pulmões mudava de venoso para arterial, mas desconhecia as bases desta transformação. A explicação da função respiratória levou muitos anos, mas durante o século XVII foram dados passos importantes para seu esclarecimento.
Robert Hook (1635-1703) demonstrou que um animal podia sobreviver também sem movimento pulmonar se inflássemos ar nos pulmões.
Richard Lower (1631-1691) foi o primeiro a realizar transfusão direta de sangue, demonstrando a diferença de cor entre o sangue arterial e o venoso, a qual se devia ao constato com o ar dos pulmões.
John Mayow (1640-1679) afirmou que a vermelhidão do sangue venoso se devia à extração de alguma substância do ar. Chegou à conclusão de que o processo respiratório não era mais que um intercâmbio de gases do ar e do sangue; este cedia o espírito nitroaéreo e ganhava os vapores produzidos pelo sangue.
Em 1664 Thomas Willis (1621-1675) publicou De Anatomi Cerebri sem dúvida o compêndio mais detalhado sobre o sistema nervoso. Seus estudos anatômicos ligaram seu nome ao círculo das artérias da base do cérebro, ao décimo primeiro par craniano e também a um determinado tipo de surdez. Contudo, sua obsessão em localizar no nível anatômico os processos mentais o fez chegar a conclusões equívocas; entre elas, que o cérebro controlava os movimentos do coração, pulmões, estômago e intestinos e que o corpo caloso era assunto da imaginação.












































ANATONIA

Ao te curvares com a rígida lâmina de teu bisturi
Sobre o cadáver desconhecido,
Lembra-te que este corpo nasceu do amor de duas almas,
Cresceu embalado pela fé e pela esperança daquela que em seu seio o agasalhou.
Sorriu e sonhou os mesmos sonhos das crianças e dos jovens.
Por certo amou e foi amado, esperou e acalentou um amanhã feliz e
Sentiu saudades dos outros que partiram.
Agora jaz na fria lousa, sem que por ele se tivesse derramado uma lágrima sequer,
Sem que tivesse uma só prece.
Seu nome, só Deus sabe.
Mas o destino inexorável deu-lhe o poder e a grandeza de servir à humanidade.
A humanidade que por ele passou indiferente “·(Rokitansky, )”.

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