quarta-feira, 15 de julho de 2009

Ana Jansen

Ana Jansen
Ana Jansen [Maranhão]

Ana Joaquina Jansen Pereira [1787-1889], Donana Jansen, nasceu e morreu em São Luis do Maranhão. Duas vezes casada, duas vezes viúva, teve 12 filhos, nem todos frutos dos casamentos, mas das relações com amantes que escandalizavam a sociedade da época. Comerciante poderosa,Ana viveu durante o reinado de D. Pedro II, No século 19 em São Luís a Senhora Dona Ana Joaquina Jansen Pereira, comerciante que, tendo acumulado grande fortuna, exerceu forte influência na vida social, administrativa e política da cidade,musa de poetas românticos, como Gonçalves Dias, Ana, mulher plena de si mesma, tornou-se conhecida como Rainha do Norte e do Nordeste do Brasil – Descendente da nobreza européia, Ana Jansen tem uma juventude sofrida. Mãe solteira, luta para manter a mãe e o filho pequeno.
Nascida rica, ficou na miséria, mas, firmada em seu orgulho e força, acabou se transformando no maior líder do Partido Liberal (que fazia oposição ao Império), sendo considerada, muitas vezes, como um inimigo inexorável. “...mulher apaixonada que nunca abdicou de viver plenamente sua afetividade e sua sexualidade...Maldita ou abençoada por todos os deuses? Carismática ou despótica?

Tornou-se amante do coronel Izidoro Rodrigues Pereira, o homem mais rico da província. Esse relacionamento escuso transforma Ana Jansen num alvo fácil para a sociedade moralista da época, personificada acima de tudo por sua maior inimiga: dona Rosalina Ribeiro.

Izidoro assume oficialmente a relação com Ana depois da morte de sua esposa, dona Vicência. O casal permanece junto por quinze anos até a morte de Izidoro, que deixa mais seis filhos para a heroína.
Ana Jansen foi uma mulher de poder, conseguiu também se tornar muito influente entre políticos e militares, e chegou até a formar um exército particular de 400 escravos para defender seus interesses. Voluntariosa, inteligente, destemida e influente.
Ana tem um desejo de resgatar o nome e o prestígio de sua família, achincalhado depois da falência de seu avô, Cornélio Jansen Müller. Após a morte de Izidoro, Ana dá um largo passo em direção a este sonho, tornando-se rica, independente e poderosa. Ela assume a fazenda Santo Antônio, propriedade do falecido coronel e, logo, consegue triplicar a fortuna herdada.
Perseverante e ambiciosa Ana transforma o dinheiro em poder, assumindo a liderança política da cidade e reativando o esfacelado partido liberal Bem-te-Vi. Na História do Maranhão, é comum destacar das figuras femininas a de Donana Jansen, como se essa fosse a única mulher a ter participado das engrenagens econômicas-políticas da sociedade maranhense do século XIX.
Não se pode negar seu poder e influência, tampouco que seu comportamento destoava dos frágeis, dóceis e subservientes perfis, tão “adequados” e “convenientes” a moças e senhoras de família, segundo os discursos modelares de então.

Cada vez mais, Ana é mal falada pelas mulheres maranhenses e odiada pelos inimigos políticos (ressaltando-se sua rivalidade com o Comendador Meireles, líder do partido conservador). Mas seu temperamento forte e sua capacidade de liderança alcançam a corte de D. Pedro II e ela passa a ser chamada, informalmente, de “Rainha do Maranhão”.

Depois da morte de Izidoro, Ana se torna amante do Desembargador Francisco Vieira de Melo, com quem tem mais quatro filhos. Mais tarde, já aos sessenta anos, casa-se pela segunta vez com o comerciante paraense Antônio Xavier. morreu, aos 82 anos, em seu casarão da Praia Grande,
Depois de morta, Ana tem sua memória maculada pelos inimigos que a transformam em uma alma penada, em uma bruxa maldita que percorre as ruas de São Luís puxando um cortejo de escravos mutilados.

Nenhum comentário: