segunda-feira, 29 de junho de 2009

."Quando você está feliz, propaga luz do seu interior
Michael foi um gênio

.Michael Jackson não foi um mito. Michael Jackson é e sempre será um mito, um ícone, um Rei.
Assim como Elvis, Michael não morreu. E em nossos corações, e onde quer que haja música, Michael vai viver pra sempre.
Michael não morreu

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Divina Comédia.

Divina Comédia.
Divina Comédia permite ter uma certa compreensão do homem medieval, não só pelas informações históricas que nos propicia, diversas coisas típica do medieval.
É um poema composto de um canto introdutório e de três partes: Inferno, Purgatório e Paraíso. Cada parte é integrada por trinta e três cantos, de pouco mais do que uma centena de versos cada um.
São muito discutidas as datas da composição do poema: muito provavelmente, Dante começou-o por volta de 1307, para depois nele trabalhar durante toda a sua vida.
Apareceu impresso pela primeira vez na edição veneziana de 1555. O poema, no seu conjunto, é a história da conversão do pecador a Deus.
O poeta tencionava fazer da "Divina Comédia" principalmente sua obra de doutrina e de edificação, uma "Suma" que compreendesse o saber do seu tempo, da ciência à filosofia e à teologia. Por isso o poema é repleto de significados alegóricos e ainda morais.
Assim, por exemplo, Virgílio, que cantou os ideais de paz e justiça do Império Romano no tempo de Augusto, e que guia o poeta através do Inferno e do Purgatório, simboliza a razão integrada com a sabedoria moral, e é também a voz da própria consciência de Dante.
Beatriz, a mulher amada que o guia no Paraíso, é a sabedoria cristã iluminada pela graça, a suprema sabedoria dos santos, a única que pode levar a Deus.
Tudo no poema é perfeita construção alegórica, e nisto Dante limita-se a respeitar as regras do seu tempo: pois quantas não são de fato as obras medievais que referem as viagens ultraterrenas, devidamente arquitetadas para edificação do pecador? Só que, no poema dantesco, há um sutil artifício que permite ao poeta encerrar nos seus cantos também a história do seu tempo. Dante imagina fazer uma viagem em 1300 e, portanto refere naturalmente tudo quanto aconteceu antes desta data; mas, reconhecendo aos mortos a capacidade de prever o futuro, põe-nos a profetizar os acontecimentos públicos e particulares que não deseja deixar em silêncio.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

A Mãe do Gueto de Varsóvia – Irena Sendler

A Mãe do Gueto de Varsóvia – Irena Sendler

A Mãe do Gueto de Varsóvia – Irena Sendler

O que leva uma pessoa a pôr em risco sua própria vida para salvar outras? Mesmo quando não tem com elas vínculos nem partilha de sua identidade, ideologia ou religião? Estas são as perguntas que teimam na minha mente após saber dos feitos de Irena Sendler.

A conheci quando já não era possível conhecê-la. Em 13 de maio de 2008 foi publicada uma breve nota de 11 linhas em O Estado de São Paulo: “Morreu ontem em Varsóvia, aos 98 anos, Irena Sendler, que salvou milhares de crianças judias durante a ocupação nazista da Polônia. Entre 1940 e 1943 Irena, que era assistente social, tirou 2500 crianças do Gueto de Varsóvia. Ela chegou a ser presa e torturada pela Gestapo em 1943, mas nunca revelou os nomes das crianças que salvou”.

No mesmo dia iniciei uma busca desesperada na internet, com o sentimento de haver perdido algo de muito precioso e singular. Perguntei a meus colegas e alunos se sabiam dela, se tinham livros ou documentos, relatos de testemunhas, crônicas de jornal. Ninguém lera, ninguém ouvira a seu respeito. Mas como, em um mundo que corre atrás de celebridades, que sabe o número do sapato desta ou daquela atriz, que esmiúça a intimidade de futebolistas, políticos, empresários, que sabe onde e com quem janta uma top model – como pode ter passado despercebida a trajetória de uma mulher que, nas palavras do rabino Michael Schudrich, “não somente salvou as crianças judias, mas também salvou a alma da Europa”?

Em 1965 Irena Sendler foi agraciada com a medalha “Justos entre as Nações do Mundo”, outorgada pelo Instituto Yod Vashem a não judeus que salvaram e protegeram judeus durante as atrocidades nazistas da II Guerra Mundial. Essa honraria ela não pode receber porque os líderes comunistas que governavam a Polônia de então proibiram sua saída do país. Recém em 1983, quando reiterada a distinção pela Suprema Corte de Israel, é que foi ao encontro das homenagens oferecidas em Jerusalém na Autarquia Nacional para Recordação dos Mártires e Heróis do Holocausto.

Contudo, sua vida e inusitada coragem emergiram do silêncio em setembro de 1999 pela curiosidade e criatividade de quatro jovens americanas que, instigadas pelo Prof. Norm Conard, começaram a pesquisar sua história. Na região rural do Kansas, na escola secundária protestante de Uniontown, o Prof. Conrad propôs a seus alunos que para celebrar o Dia Nacional da História criassem um projeto original, que fosse além das fronteiras e das personagens conhecidas, dos fatos já explorados. Apenas como sugestão mostrou um recorte do jornal News and World Report, cujo título era “Outros Schindlers”, e que mencionava Irena Sendler. Entre os alunos, quatro estudantes prontificaram-se a realizar a pesquisa, mas nunca imaginaram que esta as levaria a encontrar a própria Irena, viva, com 90 anos, morando ainda na Polônia. Estabeleceram contato, enviaram e receberam cartas, fotos, informações, documentos. Acabaram por escrever uma peça de teatro intitulada A Vida num Pote de Vidro, que apresentaram na própria escola em fevereiro de 2000. A comunidade toda envolveu-se no sucesso e logo chegaram convites de igrejas, sinagogas, centros culturais. A peça atravessou o país, alcançou o Canadá, a Europa e, finalmente, a própria Polônia. Já foi encenada mais de 300 vezes e hoje está disponível em DVD.

Para termos uma dimensão do valor desse resgate, e do impacto que provocaram as experiências vividas por Irena Sendler, basta dizer que até 2001, quando aconteceu o primeiro encontro das alunas da Uniontown com sua heroína na Polônia, havia apenas uma página sobre ela na internet, quando hoje podemos encontrar mais de 90.000 citações. Elas revelam a abnegação e destemor de uma jovem polonesa, cristã, que sobrepujou as ameaças ao seu instinto de sobrevivência e nos legou a mais alta realização de um ser humano: o amor incondicional.

Irena nasceu em 15 de fevereiro de 1910 nos subúrbios de Varsóvia, onde seu pai, na condição de médico, clinicava e atendia comunidades carentes. Dele aprendeu o sentido da solidariedade e o senso de responsabilidade profissional: quando a epidemia de tifo irrompeu em 1917 ele foi o único médico a permanecer na área infectada, o que o levou ao contágio e conseqüente morte.

Na década de 30 Irena ingressou na Universidade de Varsóvia, formou-se em Assistência Social e tomou contato com sentimentos e atitudes anti-semitas por parte dos estudantes, com quem manteve franca oposição. Já diplomada, ingressou no Departamento de Bem Estar Social, atendendo os refeitórios populares que acolhiam órfãos, anciãos e os pobres. Sua vocação ultrapassou a vocação de servidora pública – providenciava roupas, medicamentos e dinheiro para os necessitados, e os distribuía entre católicos e judeus indistintamente.

Em 1939 as tropas nazistas invadiram a Polônia e em outubro de 1940 criou-se em Varsóvia o “bairro judeu”, onde foram confinados todos os judeus da cidade. Em pouco mais de duas semanas a população dessa área passou de 160.000 pessoas para 400.000. Em 15 de novembro desse mesmo ano o governador alemão de Varsóvia, Hans Frank, criou oficialmente o gueto, que foi logo murado tornando-se o palco de crueldades inomináveis, sistemáticas e consecutivas visando um único propósito: o extermínio dos judeus. Também foi palco das ações heróicas de Irena, cuja indignação encarnou o voto de resistir à barbárie sabotando uma e outra vez – 2500 vezes! – o plano da “solução final”.

Como assistente social dos serviços públicos ela tinha autorização para entrar no gueto com um passe especial, o que lhe permitia livre trânsito, conhecimento da situação e, sobretudo, contrabandear comida, medicamentos e roupas. O racionamento de alimentos chegou a limites insuportáveis e as pessoas começaram a morrer de fome. No arquivo elaborado pelo historiador Emmanuel Ringelblum, resgatado depois da guerra entre as ruínas do gueto, lê-se: “Viver sem pão, sem nenhuma colher de comida quente durante anos atua como choque sobre a psique humana. Muitos, esgotadíssimos, foram acometidos de total apatia. Permaneciam deitados até que perdessem a força de se levantar. (...) Entre esses havia famílias inteiras com dez a doze pessoas. Permaneciam estendidos, imóveis, os rostos pálidos, olhares ardentes, engolindo saliva. Para eles tudo se tornava indiferente. Queriam apenas uma coisa, sentiam apenas um desejo: o de conseguirem um pedacinho de pão”.

Irena percebeu que seus esforços para mitigar o sofrimento só conseguiam prolongá-lo. Decidiu então iniciar a retirada de crianças de dentro do gueto – ao menos elas precisavam ter uma chance.

Extra-muros trabalhava a resistência do Zegota, uma organização clandestina, na qual assumiu a coordenação da Divisão das Crianças, cuja missão era, primeiramente, encontrar instituições de amparo, conventos e casas de família dispostos a correr o risco de abrigar as crianças que fossem resgatadas e, depois, obter documentos falsos para elas.

Antes, porém, era necessário convencer as mães, pais ou parentes que entregassem seus filhos a uma desconhecida. Muitos perguntavam, em desespero, por que deviam confiar nela. “Vocês não têm de confiar em mim”, respondia. “Mas não há mais o que fazer”. As informações em Varsóvia, fora e dentro do gueto, corriam à solta. No segundo semestre de 1941 já estavam em operação as deportações e traslados de milhares de judeus em vagões de gado, que levavam às câmaras de gás em Treblinka, aos fuzilamentos em massa, aos cemitérios a céu aberto repletos de moribundos... O abominável não deixava alternativa!

Planejamento coordenado, método e capacidade de descobrir vantagens nos recursos mais improváveis foram as vias que Irena encontrou para a escalada de resgates usando: 1) Túneis subterrâneos que levavam para fora, onde guardas poloneses haviam sido subornados para que “fechassem os olhos”. Pedia-se aos pais que vestissem as crianças com suas melhores roupas. 2) Crianças pequenas eram sedadas e levadas em malas, caixões de defunto, caixotes de ferramentas, baús ou similares. 3) Devido às freqüentes epidemias, e ao medo que os alemães tinham de se aproximar dos doentes, as crianças que conseguissem fingir uma doença, ou que estivessem realmente muito doentes, podiam ser retiradas numa ambulância. 4) Os carros e ambulâncias levaram um cão treinado para latir quando o veículo estivesse parado, assim o eventual choro de uma cri ança escondida não seria percebido pelo guarda que parasse o carro na saída do gueto.

Desse modo, durante um ano e meio de articulações clandestinas, foram salvas 2.500 vidas. Em 22 de julho de 1942 teve início a expulsão em massa dos habitantes do gueto de Varsóvia para os campos de extermínio de Treblinka. Em outubro desse ano o general da SS Jürgen Stroop informou a seu superior Friedrich Krüger que um total de 310.332 judeus do gueto tinham sido “transferidos”. Sobraram apenas 65.000 habitantes, considerados indispensáveis como escravos nas fábricas e oficinas da Varsóvia ocupada.

Em 20 de outubro de 1943 as atividades de Irena Sendler foram descobertas pela Gestapo, que a levou à prisão de Pawiak, onde foi brutalmente torturada, tendo pernas e pés quebrados a pauladas – mas ela não revelou nomes, nem de seus companheiros do Zegota, nem das crianças que havia salvado. Foi sentenciada à morte. Os membros da Zegota agiram rápido: subornaram os responsáveis pela execução e no dia seguinte o nome de Irena Sendler integrava a lista dos poloneses executados. Sob a proteção de um pseudônimo, viveu escondida até o final da guerra – exatamente como as crianças que havia salvo.

Acabado o inferno, Irena desenterrou dois frascos de vidro que escondera no jardim de uma vizinha. Eles continham a lista dos verdadeiros nomes das crianças junto aos inventados nos documentos falsos. Era seu propósito que um dia as crianças pudessem retornar às suas famílias naturais e recuperar sua identidade judaica. Contudo, quase não havia sobreviventes – o heróico levante do gueto de Varsóvia consumira seus últimos habitantes. Constituído então o comitê de salvamento dos judeus sobreviventes, entregou os frascos de vidro a seu primeiro presidente, o Dr. Adolf Berman.

Em 1991 foi reconhecida como cidadã honoraria do Estado de Israel; em novembro de 2003 recebeu a mais alta condecoração polonesa: a Ordem da Águia Branca e também o Prêmio Jan Karski “Pela Coragem e Coração”. Foi indicada pelo governo da Polônia, em 2007, como candidata ao Prêmio Nobel da Paz; também nesse ano o Senado da República da Polônia, em resolução especial, homenageou Irena Sendler e o Conselho de Ajuda aos Judeus. Ainda em 2007 foi condecorada com a Ordem do Sorriso – a mais importante distinção concedida por crianças de todo o mundo.

Nunca considerou a si própria, nem permitiu que a investissem na condição de heroína. Em todas as entrevistas e homenagens ressaltou que trabalhava em equipe, que sem seus companheiros de resistência não teria sido possível tamanha ousadia. Em resposta ao convite para uma reunião em sua homenagem, respondeu: “A justificação para minha vida não são honrarias, mas sim a vida de cada uma das crianças salvas pela minha ajuda e a ajuda de incríveis mensageiros secretos que não vivem mais”.

Nenhuma honraria seria capaz de enaltecê-la o suficiente, e sem dúvida não precisou de reconhecimentos para validar sua coragem e amor. Somos nós que precisamos oferecer admiração e gratidão, pois no espelho de Irena Sendler, a despeito de todos os horrores de seu tempo, fica enaltecida a nossa própria humanidade.

Lia Diskin – Co-fundadora da Associação Palas Athena, coordenadora do Comitê Paulista para a Década da Cultura de Paz – um programa da UNESCO. Recebeu da UNESCO o Diploma de Reconhecimento por sua contribuição na área de Direitos Humanos e Cultura de Paz durante as comemorações dos 60 anos da UNESCO.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

A menina mais linda do portão!

Bela
De cor de esmeralda:
Assim são os olhos
Do meu amor.

De um tom verde
Particularmente claro e brilhante,
Com uma porção desmaiada de azul.
Linda e calma
Assim são seus olhos
Ela,
Jamais a esquecerei
Para a vida toda a levarei

Assim são os olhos do meu amor
No verão, ha vi pela primeira vez.
Quente, calmo.
E nunca mais esqueci


Assim são os olhos de meu amor
Graças dos meus olhos.

Assim e o meu amor
Graça do meu coração.
Oh a menina mais linda do portão!

Leo Amaral-2009

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Sonny Boy Williamson II

Sonny Boy Williamson II

Por Helton Ribeiro

http://www.bluesnjazz.com.br/quem_fez_historia3.htm

Nome Verdadeiro: provavelmente Aleck Ford

Nascimento: provavelmente 05/12/1899 (Glendora, Mississipi)

Morte: 25/05/1965 (Helena, Arkansas)

Discos Recomendados: The Chess Years (Chess/Charly - 4 CDs), The Essential (MCA - duplo), King Biscuit Time (Arhoolie), Keep it to Ourselves (Storyville/Analogue), todos importados

O nome Sonny Boy Williamson I e II

http://whiplash.net/materias/bluesbeforesunrise/000192-sonnyboywilliamson.html

O nome Sonny Boy Williamson é conhecido em todos os anais do blues, sempre ligado à gaita de boca. Sonny Boy Williamson é sem duvida o gaitista de boca que mais influenciou outros músicos levando o instrumento a ser explorado como nunca antes fora. Qual é a confusão nisto? Eis a questão. Existem várias confusões feitas em relação ao seu nome. Para começar, existem dois Sonny Boy Williamson, o mais jovem sendo o original. Seu nome não é Rice Miller, como aparece na maioria dos discos e sim John L. Williamson, todavia não confunda-se com outro, este John A. Williamson, mais conhecido como Homesick James. Nem tampouco pense que o segundo S. B. Williamson a aparecer seja o Sonny Boy Williamson Jr., apelido dado a Clarence Anderson, adquirido pela sua admiração por Rice Miller........

O objetivo principal de Vicente:

O objetivo principal de Vicente:
criticar de uma forma cômica, mas nem por isso explícita e, assim, alterar os costumes de uma época marcada pela falta de valores que se estendeu até aos nossos dias, ou talvez corrigir os costumes, respeitando assim o ideal “ridendo castigat mores”.

Linguagem e poesia vicentinas

Linguagem e poesia vicentinas

As personagens de Gil Vicente falam um português variadíssimo (vulgar, médio, elegante ou pseudo-elegante, erudito ou pseudo-erudito, com muitos arcaísmos, que eram correntes na linguagem popular); falam também, com bastante freqüência, o espanhol (que era então uma língua internacional, como foi o italiano e depois o francês e o inglês) [13]; falam ainda, mais ocasionalmente, o saiaguês (dialeto rústico) e um latim de uso eclesiástico ou jurídico, muito estropiado e humorístico. É admirável como o poeta, em versos — belos versos cheios de ritmo e naturalidade —, consegue captar uma imensa variedade de registros de linguagem (linguagem rústica, linguagem nobre, linguagem afetada, linguagem semiculta, etc.), fazendo que cada personagem utilize as formas lingüísticas próprias de seu meio social. É essa adesão à linguagem falada em sua enorme diversidade que faz do teatro vicentino, além de um monumento de arte, também um documento lingüístico — um repositório de falas portuguesas do início do século XVI.
Todo o teatro de Gil Vicente é composto em versos rimados e revela impressionante virtuosismo na utilização dos redondilhos, [14] os mais freqüentes, e às vezes também dos versos mais longos, ditos de arte maior [15]. Na época, um outro tipo de verso se impunha como novidade — um verso que, oriundo do Renascimento italiano, se tornaria característico da poesia classicizante: o decassílabo então chamado medida nova (dez sílabas métricas com acentos predominantes na sexta e décima ou na quarta, oitava e décima). Gil Vicente jamais aderiu ao estilo renascentista e manteve-se fiel à medida velha — como eram chamados os tradicionais redondilhos. Nisto também ele reagiu contra as transformações em curso no seu tempo.
Como todo grande poeta dramático, Gil Vicente é também um notável poeta lírico [16], “um dos mais altos expoentes nacionais do gênero”, segundo João de Almeida Lucas [17]. Podem-se encontrar na obra vicentina exemplos das principais formas do lirismo tradicional português, ou seja, formas que a poesia lírica portuguesa conheceu antes da renovação iniciada por Sá de Miranda.
Notas:
[1] Gil Vicente, Trilogia delle Barche, tradução de Gianfranco Contini. Torino: Einaudi 1992, p. 81.
[2] Hans Sachs (1494-1576), sapateiro e poeta alemão, é um comediógrafo consagrado não apenas nas histórias da literatura, mas também, como personagem teatral, numa importante obra musical do século XIX: a ópera Os Mestres Cantores de Nurenberg, de Richard Wagner.
[3] O. M. Carpeaux, História da Literatura Ocidental. Rio de Janeiro: O Cruzeiro 1959, vol. I pp. 588 e 585.
[4] Alcoviteira: caftina. Regateira: vendedora ambulante, geralmente de peixes ou hortaliças. Ratinho: empregado da lavoura. Almocreve: condutor de animal de carga, carregador.
[5] L. S. Picchio, História do Teatro Português. Lisboa: Portugália 1969, p. 11.
[6] Os estudantes devem ter presente que aqui a palavra dramático é quase sinônima de teatral. Poeta dramático é aquele que escreve drama, no sentido genérico, ou seja, poesia para ser dita no palco por atores que representam as personagens. Portanto, a comédia — gênero central em Gil Vicente — é uma subdivisão do gênero dramático.
[7] A. J. Saraiva, “Prefácio”, Teatro de Gil Vicente. Lisboa: Portugália 19684, p. 9.
[8] Certamente essa primeira edição já foi objeto de alguma censura. A segunda edição, de 1586, foi de tal forma vitimada pelos censores que as mais de quarenta peças do autor estão nela reduzidas a apenas trinta e cinco, todas mutiladas. Depois, por dois séculos e meio, a obra do poeta não conheceu nova impressão.
[9] A. J. Saraiva, op. cit., pp. 14-15.
[10] A. J. Saraiva, op. cit., pp. 16-17, e “Gil Vicente e Bertold Brecht — O papel da ficção na descoberta da realidade”, Para a História da Cultura em Portugal. Lisboa: Europa-América 1967, pp. 307-323.
[11] A. M. Janeiro, O Teatro de Gil Vicente e o Teatro Clássico Japonês. Lisboa: Portugália 1967.
[12] O. M. Carpeaux, op. cit., p. 588. —
Gil Vicente

Ideologia vicentina

A crítica social de Gil Vicente procede — como é comum em comediógrafos — tanto de uma perspectiva desencantada sobre o presente, quanto de uma visão idealizada do passado. Assim sendo, pode-se dizer que o poeta tem um pé na Idade Média, cujos valores sociais, religiosos e morais ele parece defender como alternativa para a corrupção e decadência de seu tempo. Mas tal alternativa não é claramente proposta (nem isso seria de esperar da obra de um artista). Ao contrário, como observa A. J. Saraiva, “a sua crítica da sociedade feudal tem um critério moralista, e não oferece para ela qualquer alternativa”. Por outro lado, pode-se considerar que ele tem o outro pé em pleno período renascentista, pois sua crítica da Igreja pode ser fundamentada no programa reformista de Erasmo de Roterdam, o célebre autor do Elogio da Loucura (1511) e uma das mais importantes personalidades do Renascimento. Na linha de Erasmo, Gil Vicente combate o formalismo religioso e as práticas da Igreja de então, desde o obscurantismo e a corrupção dos padres até a venda de indulgências, muito discutida na época. Não obstante, talvez o erasmismo em Gil Vicente se deva mais à impregnação por um certo espírito da época do que ao conhecimento específico e adoção das idéias do humanista holandês. Pois, como observou Otto Maria Carpeaux, “assim como os poetas dos song books elisabetanos representam a Merry Old England [velha Inglaterra alegre] antes da invasão do puritanismo, assim Gil Vicente representa o velho Portugal alegre, antes da invasão do humanismo erudito” [12].
UM POEMA DE NATAL DE GIL VICENTE
BRANCA ESTAIS E COLORADA

Branca estais e colorada
Virgem sagrada
Em Belém, vila de amor
da rosa nasceu a flor
Virgem sagrada!
Em Belém, vila de amor
nasceu a rosa do rosal,
Virgem sagrada!
Da rosa nasceu a flor
para nosso Salvador:
Virgem sagrada!
Nasceu a rosa do rosal,
Deus e homem natural:
Virgem sagrada!

GIL VICENTE

continua/

. Pode-se dizer que o teatro popular de Gil Vicente expressa uma visão extremamente crítica da sociedade da época

Sem fazer distinção entre as classes sociais , coloca o autor em cena os erros e vaidades de ricos e pobres , nobres e plebeus ; censura a hipocrisia dos frades que não fazem o que pregam ; denuncia os exploradores do povo , sejam eles juízes ou sapateiros ; desnuda a imoralidade das alcoviteiras e satiriza os velhos sensuais ; ridiculariza os supersticiosos e os charlatães . No conjunto , seu teatro apresenta um vasto painel crítico das classes sociais do fim da Idade Média portuguesa . Tentando alcançar a consciência de cada homem , Gil Vicente deixa explícito em suas peças que seu objetivo não é apenas divertir mas sim destacar os vícios de uma sociedade cada vez mais materialistas e corrupta para reconduzi-la ao caminho do Bem .
Embora vivendo em pleno Renascimento , para Gil Vicente o homem não era a medida de todas as coisas .
além de poeta , Gil Vicente era pensador , e era cristão de fé medieval . Colocado nos umbrais do tempo moderno , emancipado , e só de leve atingido pelo bafo humanista do Renascimento com seus gozos intelectuais e aristocráticos , ele tinha sempre em mente o mundo do além ; preocupava-se com a salvação da alma e o bom emprego de cada dia do capítulo da vida que passamos neste mundo terrestre . Tinha simpatia pelos humildes , ingênuos e perseguidos ; antipatia pelos prevaricadores e devassos . "

CLASSIFICAÇÃO DA PEÇAS
Gil Vicente escreveu mais de quarenta peças , inclusive algumas em castelhano e outras bilíngües . Apenas para efeito didático , já que muitas delas não apresentam diferenças bem nítidas , podemos agrupar as principais em dois grupos , de acordo com sua preocupação dominante .
peças de crítica social : Quem te farelos ? - em que um escudeiro pobretão procura namorar uma certa moça mas é enxotado pela mãe desta ; Auto da Índia , que apresenta engajado nas expedições de ultramar ; Farsa de Inês Pereira , que aborda o tema da mulher impertinente , escolhe um tolo a quem possa enganar . É a ilustração do dito popular : "Mais quero asno que me leve que cavalo que me derrube ". O Velho da horta , em que se ridiculariza a paixão súbita de um velho por uma jovem . Outras peças : Farsa dos almocreves , Farsa do escudeiro etc .
peças religiosas : Auto da Mofina Mendes ( ou Os Mistérios da Virgem ) , cujo simbolismo fundamental é a oposição entre a transitoriedade das coisas terrenas e a esperança trazida aos homens pelo mistério da Encarnação ; Auto da alma, que apresenta o drama da luta da Alma humana na sua peregrinação terrena . Se ela não encontrasse proteção na "Santa Madre Igreja "teria cedido às seduções do diabo e perdido a vida eterna ; Triologia das barcas , composta de Auto da barca do inferno , Auto da barca do purgatório , Auto da barca da glória . Estas peças mostram as almas dos mortos à espera das embarcações que as levarão ao destino final . O ponto central é a acusação e defesa das almas nos diálogos com o diabo e com o anjo . A sátira social é marcante no Auto da barca do inferno . Outras peças : Breve sumário da história de Deus , auto da sibila Cassandra , Auto da feira , Auto da fé etc .
Há ainda outros tipos de peças , que podem ser reunidas da seguinte maneira : peças de temas romanescos , tais como Amadis de Gaula , D.Duardos e Comédia do viúvo , em que o assunto é extraído geralmente das novelas de cavalaria , tão populares naquele tempo ; autos pastoris , como Auto da visitação , Auto pastoril castelhano , Auto dos reis magos etc . , que colocam em cena pastores e pastoras , quase sempre desenvolvendo algum motivo religioso ; peças alegóricas , como Nau de amores , O Templo de Apolo , Cortes de Júpiter etc . , que são fantasias de assuntos variados .

Fonte: www.profabeatriz.hpg.ig.com.br

GIL VICENTE (1465 — 1536) GIL VICENTE

GIL VICENTE (1465 — 1536) GIL VICENTE

Perfil literário
Gil Vicente foi sem dúvida um homem que viveu um conflito interno, por conta da transição da idade Média para a Idade Moderna. Isso quer dizer que foi um homem ligado ao medievalismo e ao mesmo tempo ao humanismo, ou seja, um homem que pensa em Deus mais exalta o homem livre.
O Autor critica em sua obra, de forma impiedosa, toda a sociedade de seu tempo, desde os membros das mais altas classes sociais até os das mais baixas.
Contudo as personagens por ele criadas não se sobressaem como indivíduos. São sobretudo tipos que ilustram a sociedade da época, com suas aspirações, seus vícios e seus dramas (tipo é o nome dado aos personagens que apresentam características gerais de uma determinada classe social). Esses tipos utilizados por Gil Vicente raramente aparecem identificados pelo nome. Quase sempre, são designados pela ocupação que exercem ou por algum outro traço social (sapateiro, onzeneiro, ama, clérigo, frade, bispo, alcoviteira etc.). Ainda com relação aos personagens pode-se dizer que eles são simbólicos, ou seja, simbolizam vários comportamentos humanos.
Os membros da Igreja são alvo constante da crítica vicentina. É importante observar, no entanto, que o espírito religioso presente na formação do autor, jamais critica as instituições, os dogmas ou hierarquias da religião, e sim os indivíduos que as corrompem.
Acreditando na função moralizadora do teatro, colocou em cenas fatos e situações que revelam a degradação dos costumes, a imoralidade dos frades, a corrupção no seio da família, a imperícia dos médicos, as práticas de feitiçaria, o abandono do campo para se entregar às aventuras do mar.
A linguagem é o veículo que Gil melhor explora para conseguir efeitos cômicos ou poéticos. Escritas sempre em versos, as peças incorporam trocadilhos, ditos populares e expressões típicas de cada classe social.
A estrutura cênica do teatro vicentino apresenta enredos muito simples. Provavelmente as peças do teatrólogo eram encenadas no salão de festas do castelo real.
O teatro de Gil Vicente não segue a lei das três unidades básicas do teatro clássico (Grego e Romano) ação, tempo, espaço.
A ideologia das obras vicentinas apresentam sempre o confronto entre a idade Média e o Renascimento ou Medievalismo (Teocentrismo versus antropocentrismo).
As obras de Gil Vicente podem ser divididas em três fases distintas:
1ª fase (1502/1508)
- Juan del Encima
- Temas Religiosos
2ª fase (1508/1515) - Problemas sociais Decorrentes da expansão marítima Destacando:
- "O Velho da Horta" (obra de cunho hedonta);
- "Auto da Índia".

3ª fase (1516/1536) - Maturidade artística
- "Farsa de Inês Pereira", que tem como tema é a educação feminina;
- "Trilogia das Barcas", uma critica social e religiosa.

CARACTERÍSTICAS GERAIS
O caráter popular: Embora freqüentador da corte, Gil Vicente é um artista profundamente enraizado nas tradições populares. Em suas peças vemos desfilar toda a galeria de tipos humanos da sociedade portuguesa, de reis a camponeses, de clérigos a cavaleiros, de princesas a alcoviteiras . A poesia popular e os costumes folclóricos também são elementos de que se valeu Gil Vicente para a composição de seu teatro. A linguagem rica e variada das personagens , de acordo com sua origem e posição social , é outro aspecto importante da arte vicentina . Aliás, a riqueza e vivacidade do diálogo, elevando a palavra a um nível sem precedente na época, são a sua maior contribuição para o estabelecimento de um teatro literário português, bem distante das rústicas encenações de então.

O uso do verso não tornou artificial a linguagem teatral vicentina. Sabendo desenvolver com muita arte e inteligência as potencialidades da língua portuguesa ( e castelhana ) , Gil Vicente explora o trocadilho , os ditos populares , utiliza-se de falares regionais , aproveita ( como trovador que foi ) a beleza da linguagem das cantigas e a suavidade dos hinos religiosos .
Por outro lado , esses elementos estilísticos só são chamados à cena para que se representem , com mais fidelidade , as situações dos homens da época . O que interessa a Gil Vicente é a vida quotidiana , é a representação dos problemas de seu tempo . E aí passamos a outro aspecto da arte vicentina :a crítica social .

Fonte: www.mundocultural.com.br

Obra teatral de Gil Vicente pode ser didaticamente dividida em dois blocos:

Obra teatral de Gil Vicente pode ser didaticamente dividida em dois blocos:

Autos: peças teatrais de assunto religioso ou profano; sério ou cômico.
Os autos tinham a finalidade de divertir, de moralizar ou de difundir a fé cristã.
Os principais autos vicentinos são: Monólogo do Vaqueiro; Auto da Alma; Trilogia das Barcas (compreendendo: Auto da Barca do Inferno; Auto da Barca da Glória, Auto da Barca do purgatório); Auto da Feira, Auto da Índia e Auto da Mofina Mendes.
Farsas: são peças cômicas de um só ato, com enredos curtos e poucos personagens, extraídas do cotidiano.
Destacam-se Farsa do Velho da Horta, Farsa de Inês Pereira e Quem tem Farelos?
A obra vicentina completa contém aproximadamente 44 peças (17 escritas em português, 11 em castelhano e 16 bilingües).

GIL VICENTE (1465 — 1536) GIL VICENTE

GIL VICENTE (1465 — 1536) GIL VICENTE
“Ridendo castigat mores”,
Expressão latina que significa “a rir criticam-se os costumes”, é a frase que melhor resume a intenção e o estilo próprio de Gil Vicente, poeta e dramaturgo português do séc. XV, .
Gil Vicente é um caso raro, talvez único, na literatura de língua portuguesa: um autor sobre cuja importância os estudiosos estrangeiros são tão entusiásticos quanto (ou às vezes até mais do que) os próprios portugueses — e não porque os portugueses não lhe atribuam imenso valor! O maior obstáculo que impede um mais amplo reconhecimento da grandeza do poeta reside no desconhecimento da língua portuguesa, tanto em âmbito internacional quanto, paradoxalmente, em contextos nacionais (considerados os diversos países de língua portuguesa).
Quanto à situação internacional, um notável crítico e filólogo italiano, Gianfranco Contini, afirma que apenas o “fato de a portuguesa [...] ser a cinderela das literaturas impediu o reconhecimento, em plano europeu, de que este autêntico fundador do teatro ibérico é, em absoluto, uma das personalidades mais poéticas e livres da época do Renascimento”. Afastando-se da tendência portuguesa (e também brasileira) de conceder primazia inquestionável a Camões, Contini considera Gil Vicente “talvez o mais valoroso expoente” da literatura de Portugal. [1]
Pouco se sabe sobre a vida de Gil Vicente. Também chamado de o Plautus Português, o primeiro grande dramaturgo português, além de poeta de renome.
Pensa-se que terá nascido por volta de 1465, em Guimarães ou algures na Beira. -Portugal
Duas vezes casado, teve cinco filhos, dos quais os mais conhecidos são: Paula Vicente, que deixou fama de uma mulher invulgarmente culta, e Luís Vicente, que organizou a primeira Compilação das obras de seu pai
GIL VICENTE É
. Homem de teatro, parece ter também desempenhado as tarefas de músico, ator,poeta e encenador.
O teatro português não nasceu com Gil Vicente. Esse mito, criado por vários autores de renome, como Garcia de Resende, na sua Miscelânia, ou o seu próprio filho, Luís Vicente, por ocasião da primeira edição da "Compilação" do obra completa do pai, poderá justificar-se pela importância inegável do autor no contexto literário pensinsular, mas não é de todo verdadeiro já que existiam manifestações teatrais antes da noite de 7 para 8 de Junho de 1502, data da primeira representação do "Auto do vaqueiro" ou "Auto da visitação", nos aposentos da rainha.
Por mais de três décadas, Gil Vicente foi um dos principais animadores dos serões(Saraus) da corte, escrevendo, encenando e até representando mais de quarenta autos.
Sua mais famosa peça teatral foi a Trilogia das barcas, formada pelo Auto da barca do Purgatório, Auto da Barca do Inferno e Auto da barca da Glória. Outras importantes foram Farsa de Inês Pereira (1523) e Auto da Lusitânia (1532

O primeiro, o Monólogo do Vaqueiro (Auto da Visitação), data de 1502 e foi escrito e representado pelo próprio Gil Vicente na câmara da rainha, para comemorar o nascimento do príncipe D. João, futuro D. João III.
O último, Floresta de Enganos, foi escrito em 1536, ano que se presume seja o da sua morte.
O Auto da Sibila Cassandra, escrito em 1513, introduz os deuses pagãos na intriga e por isso é considerado por alguns como o marco inicial do Renascimento em Portugal.
ALGUNS autos foram impressos em vida do autor, sob a forma de folhetos - literatura de cordel -, mas a primeira edição do conjunto das suas obras só foi feita em 1562, organizada por seu filho Luís Vicente. Dessa primeira Compilação não constam três dos autos escritos por Gil Vicente, provavelmente por terem sido proibidos pela Inquisição. Aliás, o Index Librorum Prohibitorum (índice dos livros proibidos) de 1551 incluía já sete das obras de Gil Vicente.
É considerado um autor de transição entre a Idade Média e o Renascimento. De fato, a estrutura das suas peças e muitos dos temas tratados são desenvolvimentos do teatro medieval.
No entanto, alguns dos aspectos críticos apontam já para uma concepção humanista.
Em muitos dos seus autos defende concepções e valores tipicamente medievais, no aspecto religioso, por exemplo, mas outras vezes assume posições críticas muito próximas daquelas que eram defendidas pelos humanistas europeus.
Em 1531, em carta ao rei, defendeu firmemente os cristãos-novos a quem era atribuída a responsabilidade pelo terremoto de Santarém. Também no Auto da Índia apresenta uma visão anti-épica da expansão ultramarina, pondo em evidência as motivações materialistas de muitos dos seus agentes.
Revela um gênio dramático invulgar, capaz de procurar e encontrar soluções técnicas à medida das necessidades. Nesse sentido Gil Vicente pode ser encarado como o verdadeiro criador do teatro nacional, escreveu mais de quarenta peças, inclusive algumas em castelhano e outras bilíngües. Apenas para efeito didático, já que muitas delas não apresentam diferenças bem nítidas.

E considerado,o pai do teatro português, ou mesmo do teatro ibérico já que também escreveu em castelhano - partilhando a paternidade da dramaturgia espanhola com Juan del Encina.
. Foi, o principal representante da literatura renascentista portuguesa, anterior a Camões, incorporando elementos populares na sua escrita que influenciou, por sua vez, a cultura popular portuguesa
A obra vicentina é tida como reflexo da mudança dos tempos e da passagem da Idade Média para o Renascimento, fazendo-se o balanço de uma época onde as hierarquias e a ordem social eram regidas por regras inflexíveis, para uma nova sociedade onde se começa a subverter a ordem instituída, ao questioná-la.
A dimensão e a riqueza da sua obra constituem um retrato vivo da sociedade portuguesa, nas primeiras décadas do século XVI,(16) onde estão presentes todas as classes sociais, com os seus traços específicos e os seus vícios, bem como muitos dos problemas que preocupavam os homens do seu tempo. Também no aspecto lingüístico o valor documental da sua obra é inestimável. Constitui seguramente a melhor fonte de informação de que dispomos sobre os falares do início do século XVI.



: www.mundocultural.com.br

Pesquiza/fontes diversas

Entenda o que é a camada pré-sal

Entenda o que é a camada pré-sal

Marcelo Netto Rodrigues


A chamada camada pré-sal é uma faixa de 800 quilômetros de extensão por 200 quilômetros de largura que vai do litoral de Santa Catarina ao do Espírito Santo situada a 7 mil metros abaixo da superfície do mar.
O petróleo encontrado nesta área, que engloba três bacias sedimentares (Santos, Campos e Espírito Santo), é de qualidade superior àquele comumente extraído da camada pós-sal, que fica acima da extensa camada de sal de 2 mil metros de espessura que dá nome às duas camadas.
A Petrobras não descarta a hipótese de que toda a camada pré-sal seja interligada, e suas reservas sejam, como os técnicos chamam, unitizadas, formando assim um imenso campo único de petróleo submerso.
Se as reservas do pré-sal de fato estiverem interligadas, o governo estuda a criação de um novo marco regulatório que estabeleça cotas de extração para evitar que o petróleo seja “sugado” de áreas não licitadas.
As nove áreas de pré-sal já leiloadas na Bacia de Santos também seriam afetadas pela medida. Oito pertencentes à Petrobras e sócios privados e uma à ExxonMobil.
Sócios privados
A Petrobras não perfura os poços sozinha. Das 48 áreas (entre pós-sal e pré-sal) exploradas na Bacia de Santos, por exemplo, só dez são exploradas com exclusividade pela empresa.

A descoberta do campo de Tupi, por exemplo, única área do pré-sal cujas reservas foram dimensionadas por meio de testes de produção até o momento, foi feita por um consórcio que inclui a britânica BG (que vai ficar com 25% do que o campo produzir), a portuguesa Galp Energia (que ficará com 10%) e a Petrobras (que terá direito a 65%). O mesmo acontecendo com os outros campos, com percentuais e empresas diferentes.
Além do Tupi, que só deve atingir seu pico de produção a partir de 2017, já foram descobertos no pré-sal da Bacia de Santos os campos: Iara, Carioca, Júpiter, Caramba, Bem-Te-Vi, Parati, Guará e Ogum.
Mamute”
Apesar da histeria atual em torno do pré-sal, a discussão sobre sua potencialidade não é nova. Desde meados dos anos de 1970, os geólogos da Petrobras apostavam na existência de um “mamute” de petróleo na camada – forma como são chamados os campos gigantes pelos especialistas –, mas não dispunham de tecnologia adequada para sua prospecção.

No final da década, em 1979, a empresa conseguiu perfurar poços que alcançaram o pré-sal na bacia de Campos, mas as descobertas confirmadas não foram significativas.
As expectativas de se encontrar uma considerável quantidade de petróleo após a camada de sal ressurgiram com mais força em 2005, com o anúncio da descoberta do megacampo de Tupi, uma reserva estimada pela Petrobras de 5 a 8 bilhões de barris de petróleo.
Números
No momento, há uma enorme especulação sobre quantos barris de petróleo pode conter o pré-sal. Uma estimativa não-ufanista feita pelo Credit Suisse, fala em algo entre 30 e 50 bilhões de barris – o que já aumentaria em cerca de quatro vezes as reservas provadas brasileiras, que contavam com 12,1 bilhões de barris em janeiro deste ano.
Mas os números podem ser ainda maiores. Alguns acreditam que o pré-sal poderia esconder no mínimo 100 bilhões de barris – o que colocaria o Brasil em 6º lugar entre as maiores reservas de petróleo do mundo.
Já outros, como um ex-diretor da Agência Nacional do Petróleo, Newton Monteiro, chegam a afirmar que o pré-sal pode guardar 338 bilhões de barris, o que faria do Brasil o maior detentor de reservas provadas do mundo, superando de longe a Arábia Saudita – hoje com 264 bilhões de barris.
Para efeito comparativo, se o preço por barril de petróleo cair para US$ 100 dólares, os 338 bilhões de barris dariam uma renda em potencial de US$ 33,8 trilhões de dólares. Quase três vezes o PIB dos Estados Unidos ou 19 vezes o PIB brasileiro.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

http://www.colegiosaofrancisco.com.br/alfa/gil-vicente/gil-vicente-3.php

Auto da Barca do Inferno

Gil Vicente


http://pre-vestibular.arteblog.com.br/36497/APONTAMENTOS-a-respeito-de-Gil-Vicente-e-o-Auto-da-Barca-do-Inferno/
dupond.ci.uc.pt
UM POEMA DE NATAL DE GIL VICENTE
BRANCA ESTAIS E COLORADA

Branca estais e colorada
Virgem sagrada
Em Belém, vila de amor
da rosa nasceu a flor
Virgem sagrada!
Em Belém, vila de amor
nasceu a rosa do rosal,
Virgem sagrada!
Da rosa nasceu a flor
para nosso Salvador:
Virgem sagrada!
Nasceu a rosa do rosal,
Deus e homem natural:
Virgem sagrada!

GIL VICENTE
http://trajes.no.sapo.pt/FigurinosTeatro1.secXV.XVI.htm
http://pre-vestibular.arteblog.com.br/51571/TEATRO-VICENTINO/

terça-feira, 9 de junho de 2009

"Quando escrevo, repito o que já vivi antes. E para estas duas vidas, um léxico só não é suficiente. Em outras palavras, gostaria de ser um crocodilo vivendo no rio São Francisco. Gostaria de ser um crocodilo porque amo os grandes rios, pois são profundos como a alma de um homem. Na superfície são muito vivazes e claros, mas nas profundezas são tranqüilos e escuros como o sofrimento dos homens."

"Eu sou é eu mesmo, divêrjo de todo mundo. Eu quase que não sei de nada, mas desconfio de muita coisa."


: Deus nos dá pessoas e coisas, para aprendermos a alegria... Depois, retoma coisas e pessoas para ver se já somos capazes da alegria sozinhos... Essa... a alegria que ele quer

João Guimarães Rosa
'De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto'.

Rui Barbosa

Machado de Assis

Machado de Assis


Primeiro poema publicado por Machado de Assis aos 16 anos de idade.
Em 12 de janeiro de 1855.

ELA

Seus olhos que brilham tanto,
Que prendem tão doce encanto,
Que prendem um casto amor
Onde com rara beleza,
Se esmerou a natureza
Com meiguice e com primor

Suas faces purpurinas
De rubras cores divinas
De mago brilho e condão;
Meigas faces que harmonia
Inspira em doce poesia
Ao meu terno coração!

Sua boca meiga e breve,
Onde um sorriso de leve
Com doçura se desliza,
Ornando purpúrea cor,
Celestes lábios de amor
Que com neve se harmoniza.

Com sua boca mimosa
Solta voz harmoniosa
Que inspira ardente paixão,
Dos lábios de Querubim
Eu quisera ouvir um -sim-
P’ra alívio do coração!
Vem, ó anjo de candura,
Fazer a dita, a ventura
De minh’alma, sem vigor;
Donzela, vem dar-lhe alento,
“Dá-lhe um suspiro de amor!”


ASSIS, Machado de, 1839 – 1908

segunda-feira, 8 de junho de 2009

os Mutantes

Dois Mil E Um

informe o(s) compositor(es)
Astronauta libertado
Minha vida me ultrapassa
Em qualquer rota que eu faça
Dei um grito no escuro
Sou parceiro do futuro
Na reluzente galáxia

Eu quase posso palpar
A minha vida que grita
Emprenha e se reproduz
Na velocidade da luz
A cor do céu me compõe
mar azul me dissolve
A equação me propõe
Computador me resolve

Astronauta... (refrão)

Amei a velocidade
Casei com sete planetas
Por filho, cor e espaço
Não me tenho nem me faço
A rota do ano-luz
Calculo dentro do passo
Minha dor é cicatriz
Minha morte não me quis

Astronauta...(refrão)

Nos braços de dois mil anos
Eu nasci sem Ter idade
Sou casado sou solteiro
Sou baiano e estrangeiro
Meu sangue é de gasolina
Correndo não tenho mágoa
Meu peito é de sal de fruta
Fervendo no copo d'água

Letras de Itamar Assumpção

"Já tive muitos critérios, hoje só vários delírios"




Idéia Fixa

informe o(s) compositor(es)
Um canto desesperado
Vai rasgando minha vida
Não posso ficar calado
Permitindo que se diga
Assim de mim por aí
Pirou de vez isso aquilo vive infeliz
Desvio da natureza é incapaz
Só pode ser por drogas demais
Alcoolismo, pura fraqueza
Tem noite sinto no peito
Uns dez balaios de gatos todos pretos
Ave maria credo em cruz
Esconjuro clamo jesus
Rezo, canto como se cantasse
Um hino ou um blues
Como alberta hunter clementina de jesus
Eterno amor peito em chamas arde tanto
Quem é que te destina ternuras
A dor vai dar misteriosamente na mesma certeza
Ser uma sina a loucura
Eu enchi de contras até a tampa meu baú
Só com tragédias urbanas gregas e troianas
Coloco meu sobretudo sobre mim lhufas quero saber
Sobre nada disso ou daquilo
Nem mel nem fel
Simples sou o maior trivial de que se têm notícias
Quem sou porém convém explicar muito bem meu bem
Eu vou dizer de uma vez por todas
Já tive muitos critérios
Hoje só vários delírios ativos cultivo em mim
Resolvi levar a sério o riso
Ao sair dum cemitério e eu estava bem vivo
Quem sou eu ainda não sei que canto porque gosto
Talvez negócio de quem não tem bom juízo
Mas lembrem-se astronautas eram deuses
Rola, existe disco laser, outros mundos, outras galáxias
Nunca foi a teoria idêntica com a prática
Som luz luz som
Acendo com fósforos velas contra as forças ocultas
Nos vídeos, nos palcos
O que alimenta uma amizade ou um carinho é a importância que oferecemos ou retiramos das pessoas. Alguns amigos não valem uma piada, outros entedem a piada que você fez. Prefiro os que entendem as minha piadas, porque esses compreeendem meu dialeto.

Luis Carlos Bueno

http://carlosbueno.zip.net/arch2008-03-16_2008-03-22.html

A Arte de Perder

A Arte de Perder - Elizabeth Bishop

A arte de perder não é nenhum mistério;tantas coisas contêm em si o acidente de perdê-las, que perder não é nada sério.
Perca um pouquinho a cada dia. Aceite, austero, a chave perdida, a hora gasta bestamente.A arte de perder não é nenhum mistério.
Depois perca mais rápido, com mais critério: lugares, nomes, a escala subseqüente da viagem não feita. Nada disso é sério.
Perdi o relógio de mamãe. Ah! E nem quero lembrar a perda de três casas excelentes. A arte de perder não é nenhum mistério.
Perdi duas cidades lindas. E um império que era meu, dois rios, e mais um continente.Tenho saudade deles. Mas não é nada sério.
- Mesmo perder você (a voz, o riso etéreo que eu amo) não muda nada. Pois é evidente que a arte de perder não chega a ser mistério por muito que pareça (Escreve!) muito sério.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

http://carlosbueno.zip.net/arch2009-05-31_2009-06-06.html

segunda-feira, 1 de junho de 2009